quinta-feira, 17 de novembro de 2011

112- Euforia

Algumas semanas depois...

    Bianca recebeu alta e já pôde voltar pra mansão. Explicamos a ela tudo que estava acontecendo, o porquê de Lucas C ter mantido em segredo o confronto com Jack e os ataques ao redor do mundo.
    Enquanto isso, eu me preparava para o trabalho.
-Mais um dia na T.E.T.A.? – brincou Karol
-Nem me fala – respondi
-Olha pelo lado bom: podia ser algo pior, podia ser B.U...
-Tá, tá, já entendi – eu disse, interrompendo Karol
    Fui para o trabalho com o rádio ligado na estação de notícias.
-Uma mulher de aproximadamente 27 anos foi encontrada morta no sul do Canadá – dizia a mulher do rádio – Vários assassinatos como esse têm acontecido em todo o mundo. Não há um modus operandi. Já foram encontrados idosos, jovens e até crianças
    Senti meu estômago embrulhar só de pensar na ideia de Jack estar matando crianças.
-Ao todo, já foram mais de 500 vítimas ao redor do mundo. Será apenas coincidência? Ou há um assassino agindo no mundo inteiro? Ligue para 00777711 e dê sua opinião
    Não demorou para que começassem a ligar e inventassem teorias sobre ETs exterminando a raça humana ou que isso era culpa do governo. A culpa é sempre dos ETs ou do governo.
    Cheguei na T.E.T.A. e cumprimentei Terrível.
-Bom dia – eu disse
-Você sabe qual é a minha opinião sobre cumprimentos? – disse Terrível
-São perda de tempo – respondi
-Boa garota – ela brincou
-Tem algum grupo de turistas?
-Não. Hoje você vai trabalhar aqui dentro
    Terrível me mostrou alguns arquivos que eu tinha de organizar. Me sentei na cadeira e fui organizando todos os arquivos.
    Por mais que eu tentasse me concentrar, estava ficando difícil. Eu confundia os meses ou as datas dos arquivos e acabava tendo que começar tudo de novo. Trabalhar com a papelada é sempre pior do que trabalhar em campo.
    Apesar da falta de concentração, continuei com o trabalho. Então, foi aí que aconteceu. Um forte brilho veio debaixo da mesa da recepcionista. Houve um estrondo. Algo me lançou para longe.
    Fui lançada contra a parede, com uma força devastadora. Apesar de estar com a visão ainda um pouco turva, consegui enxergar: folhas espalhadas por todo o lugar, mesas e cadeiras em pedaços e, principalmente, chamas. Tentei olhar através delas, mas não consegui.
    Me levantei e tentei passar por aquela confusão para achar a saída. A fumaça fazia que ficasse difícil para respirar. Além disso, eu me sentia tonta. Talvez. Quando acertei a parede, tivesse batido a cabeça, mas eu já não sabia de mais nada.
    Só me lembro de ver as chamas consumindo mais e mais da empresa antes de eu cair no chão de uma vez, sem forças para respirar
***
-Allanis, acorda! – ouvi Nath dizer
    Com bastante dificuldade, consegui abrir os olhos. Ao meu redor, haviam várias macas levando os feridos e também haviam alguns sacos no chão, provavelmente com os cadáveres, que eram muitos.
    Minha garganta ardia e meus olhos lacrimejavam. Tive que me esforçar bastante para dizer:
-O que... O que aconteceu?
-Uma bomba – respondeu Bianca – Ainda não se sabe quantos são os feridos ou os mortos
    Senti um zunido em meu ouvido. Minha cabeça latejava. Tentei arranjar forças para levantar da maca e olhar melhor o estrago. Definitivamente, haviam mais mortos do que feridos.
    Pattison apareceu, desesperado, para ver como eu estava.
-Você está bem? Meu Deus, você podia ter morrido – disse ele, me abraçando
-É, mas estou viva – eu disse, abafada pelo abraço de Pattison
    Dei mais uma olhada ao redor e perguntei ao pessoal:
-E Terrível?
-Bom, ela... – disse Lucas S
-Ela o quê? – perguntei, nervosa
-Terrível não sobreviveu – completou Ana – Os médicos tentaram reanima-la, mas não adiantou
   Apesar de estar sentada na maca, tive a sensação de que poderia cair. Isso não era justo. Terrível não deveria morrer. Ela não estava envolvida nisso. Ela era apenas mais uma na lista de inocentes que pagaram pelos nossos problemas.
   Coloquei a mão na cabeça e parei para pensar. Foi aí que tomei uma decisão:
-Já chega! – eu disse, socando a maca
-O que foi? – perguntou Matheus
-Eu não aceito que mais inocentes se envolvam nisso – respondi
-E o que você planeja fazer? – perguntou Thaís
-Acabar com Jack Williams

Alguns dias depois...

    Eu, Rafah e Karol estávamos na cozinha, conversando. Eu ainda tinha o zunido no ouvido, mas ele tinha diminuído de intensidade.
    Enquanto conversávamos, a campainha tocou.
-Eu atendo – disse Lucas C
    Depois, ele veio para dizer que era pra mim. Quando fui até a porta, encontrei um cara de terno e segurando uma mala.
-Vim aqui para falar sobre Jennifer Levine Cardle – disse o cara
-Quem? – perguntei
-Você deve conhecê-la como Terrível – ele explicou
-Ah, Terrível. O que tem ela?
-Bom, como você deve saber, ela foi vítima de um ataque à T.E.T.A.
    Concordei com um meneio de cabeça.
-Enfim, ela deixou um testamento e... ela deixou a empresa no seu nome – disse o cara
-Como é? – eu disse, surpresa
-Por lei, você é a nova dona da T.E.T.A. Você aceita?
    Parei para pensar. Pensei no fato de Terrível ter morrido muito nova, no fato de ela ser uma inocente... Se a vontade de Terrível – ou, agora que sei o nome dela, Jennifer Levine – era que eu assumisse o controle da empresa, então assim seria.
-Aceito – respondi

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