sexta-feira, 29 de abril de 2011

51- Tique-Taque


          O verão chegou e estávamos todos de férias. O pessoal todo pulou na piscina e começou a dançar ao som de “Hold It Against Me”, da Britney Spears.
          De repente, Lucas S chegou com um sorriso que ia de orelha à orelha.
-Saiam todos da piscina! – ele disse
-Ahn... por que? – perguntei
-A série foi renovada para uma 5ª temporada! Vai ter uma enorme festa em Las Vegas! – ele respondeu
-Open bar? – perguntou Thaís
-Ahan – ele respondeu
-Agora ficou interessante – disseram Thaís e Manu
          Fomos todos arrumar nossas malas. Antes que eu pudesse sair da piscina, vi alguém familiar chegando na mansão. Me assustei quando percebi que era...
-James! – disse Lucas C, indo cumprimentá-lo
-O que... você faz... aqui? – perguntei, sem entender nada
-Ele é meu melhor amigo! Ele vai com a gente. O outro Lucas deixou – ele respondeu
-Mas eu não – cochichei
-Relaxa, vai! O Pattison também vai, esqueceu?
-Bom rever você – disse James
-É... – eu disse, sem-graça
          Fui para o meu quarto para arrumar as malas e dei de cara com Pattison.
-Ei! – eu disse, rindo
-Quem é o seu amigo? – ele respondeu
-Não vá me dizer que esqueceu do mutante famoso – mudei de assunto
-O OUTRO amigo – ele disse
-Ah! O James? – fingi surpresa
          Aquilo estava me matando! Já estava ficando com medo do que poderia acontecer nessa viagem.
          Pouco tempo depois, já estávamos todos de malas prontas. Assim que chegamos no aeroporto, descobrimos que o avião demoraria 1 hora, então aproveitei para fazer uma reunião de garotas.
-Não! – disse Jose
-Ele fez isso mesmo? – perguntou Bianca
-Ele sabia que o Pattison iria, mas mesmo assim chamou James! – eu disse
-A gente tem que chamar uma ex dele! – disse Karol
-Julie foi a primeira namorada dele – corrigi
-Ele se casou com a primeira namorada? Que brega! – disse Ana
-Pelo menos temos uma relação bem mais sólida do que qualquer uma de vocês – disse Julie, ofendida com o comentário de Ana

PDV do Lucas S

          As garotas ficaram juntas em uma espécie de “reunião de meninas” e eu e os outros caras ficamos conversando.
-Vocês viram o novo clipe da Katy Perry? Ela estava tão... – disse Luiz
-É mesmo! – concordei
          Foi então que Pattison resolveu fazer uma pergunta que fez o clima ficar estranho:
-De onde você conhece a Allanis? – ele perguntou a James
-A gente... já namorou – ele respondeu
-Como é?
-Isso mesmo! Há 5 anos atrás – disse James
-A gente não tinha... algo pra fazer? – disse Lucas C, disfarçando e puxando eu e Luiz

Fim do PDV do Lucas S

          Luiz nos chamou pouco depois para avisar que o avião já tinha chegado. Eu, Patt e Manu sentamos juntos e eu percebi que Patt estava meio estranho.
-James! Quer trocar de lugar comigo? – disse Manu
-Não! Não! – eu disse, segurando-a pelo braço
-Assim é melhor porque vocês revezam segurando a vela – ela brincou
          Coloquei o pé na frente dela e ela levou o maior tombo.
-Saiba que eu posso usar a vela para atear fogo em você – eu a ameacei
          James se sentou ao meu lado e nós três ficamos no famoso “silêncio constrangedor”. Depois de 40 minutos, chegamos à Las Vegas e eu agradeci à Deus por ter saído daquele momento estranho. Lucas S nos guiou até o hotel onde nós nos hospedaríamos.
-Tudo aqui é tão brilhante! – disse Rafah, encantada com a paisagem
-É mesmo! – concordou Kah
          Fizemos a hospedagem e logo após fomos para o cassino onde seria a festa. Aquele lugar deveria ser maior do que a mansão! Assim que entramos no cassino, vieram garçons com copos de vinho. Todos aceitaram, exceto Lucas C, Julie, Nath e Marcelo, pois estavam como “pais responsáveis”.
          Logo, começou a tocar “We R Who We R”, da Kesha.

Tonight we're going hard (Essa noite vamos pegar pesado)
Just like the world is ours (Como se o mundo fosse nosso)
We're tearin' it apart (Estamos arrebentando)
You know we're superstars (Você sabe que somos superestrelas)
We are who we are! (Nós somos quem somos)

          Depois do início da festa, só me lembro do pessoal bebendo, bebendo... e bebendo.
          Certo tempo depois, eu já não via mais algumas pessoas como Ana, Kel, James e Bianca. Como eu já estava BEM bêbada, eu nem ligava.

PDV da Bianca

          A luz do sol bateu em meu rosto e eu acordei. Estava zonza e com dor de cabeça. Olhei ao redor e percebi que estava no quarto de hotel em que me hospedei.
          Me virei para o lado da cama e vi minhas roupas espalhadas pelo chão, junto com... uma cueca e uma calça masculina! Eu não me lembrava de nada da outra noite. Será que passei a noite com algum cara?
          Quando me virei de novo, encontrei com James, deitado ao meu lado na cama. Pelado.
-Ah! – gritei
          Ele se assustou com meu grito e acordou gritando também. Com o susto, nós dois caímos, cada um, para um lado da cama.
-A gente... transou? – perguntei
-Não! É que eu gosto de dormir pelado com todas as amigas das minhas ex namoradas – ele disse, sarcasticamente
          Antes que pudéssemos nos desesperar, meu telefone tocou. Olhei na tela e vi escrito “Allanis”. Não podia ser alguém pior?
-É a Allanis. Fica quieto! – eu disse para ele
          Atendi o celular e tentei falar o mais normal possível.
-E aí? O que foi? – perguntei
-Temos um problema! – ela disse
-Problema? O que foi?
-Ana sumiu! – ela respondeu

CONTINUA...

50- Baby, Eu Nasci Assim

           Colocamos Nath no carro da Bianca e a levamos para o hospital.
-Por que você não nos falou que já estava perto do nascimento?_perguntei
-Porque não está! Ainda estou no 7º mês – respondeu Nath
          O melhor dia da minha vida. O casamento não aconteceu e Nath está tendo o seu bebê.
          Bianca corria desesperadamente. Eu e Nath nos assustamos quando ela parou. Quando percebemos, ficamos presas num engarrafamento.
-Anda! Anda! – gritou Bianca, apertando a buzina
-Quer saber? Deixa que eu cuido disso! – disse Nath, saindo do carro
-O que você vai fazer? – perguntei
-Veja e aprenda – ela respondeu

PDV da Nath

          Em um dia normal, eu estaria apenas irritada. Mas aquele não era um dia normal, então, eu estava SUPER irritada. Saí do carro, furiosa, e fui procurar a causa do engarrafamento. Não precisei andar muito para descobrir que a causa era um semáforo com problema.
-O que houve? – perguntei a um motorista
-O semáforo está com problemas. Estão fazendo a manutenção e isso causou esse engarrafamento – ele respondeu
          Disparei algumas lâminas contra o semáforo, que se partiu e caiu no chão.
-Pronto. Consertei – eu disse
          As pessoas ficaram paradas, sem saber o que fazer.
-O que estão esperando? Andem! Eu tenho um bebê para dar a luz! – gritei
          Esperei Bianca e Allanis chegarem em mim para que eu pudesse entrar no carro. Assim que entrei no carro, Bianca continuou seu momento “Veloz e Furiosa”.
          Comecei a sentir algumas dores. Deveriam ser as primeiras contrações.
          Dei um grito tão alto que cheguei a assustar Allanis e Bianca.
-Foi mal, gente – eu disse, corada
          De repente, ouvi meu celular tocar. Era Marcelo.
-Oi, amor – eu disse
-Onde vocês estão? Nós já chegamos no hospital – ele disse
-Nós estamos na Jameson Street – respondi
-Como assim? O hospital é a 15km daí!
-Droga! – exclamei
          Dei um soco na cadeira do motorista, fazendo com que Bianca batesse a cabeça no vidro.
-Valeu, Nath – ela reclamou
-O Marcelo ligou, dizendo que o hospital é a 15k daqui. Vamos, vamos, vamos! – gritei
          Ela virou o volante de uma vez, jogando eu e Allanis para o lado. Senti outras contrações e comecei a gritar.
-Ah! Para de gritar no meu ouvido! – gritou Allanis
-Eu paro quando meu bebê nascer! – gritei de volta
-Parem as duas de gritar! – gritou Bianca
-Olha pra pista! – gritamos eu e Allanis
-Ah! – gritou Bianca
          Os motoristas que passavam pela gente nos olhavam como se fôssemos malucas. Bom, naquela situação, nós realmente estávamos parecendo malucas.
          Bianca acelerou o carro aos 140 km p/hora em uma pista de 80 km p/hora. É óbvio que fomos paradas por policiais.
-Vocês estavam a 60 km acima do limite. Serão multadas – disse o policial
-Policial, você, o senhor, sua excelência – Allanis se corrigiu várias vezes – Precisa entender...
-Já entendi o suficiente: vocês desrespeitaram a lei – disse o policial, cortando Allanis
          Senti algumas contrações. Mais fortes dessa vez. Dei um berro que assustou o policial.
-Olha só, eu estou grávida, prestes a dar a luz e eu juro que se você não deixar a gente ir, eu arranco o seu pé! – gritei.
          O resultado: fomos presas.
-A gente não pode nem fazer uma ligação? – perguntou Allanis
-Hmmm... Tá legal – disse o policial
          O policial liberou Allanis para que ela pudesse fazer a ligação.
-Será que vocês poderiam buscar a gente aqui? Não! A gente está aqui porque gostamos de ficar atrás de barras de ferro! Anda logo! – ela berrou ao telefone
          Comecei a sentir mais e mais dores. Foi quando eu percebi que não daria mais para esperar.
-Eu acho que não agüento mais! – eu disse
-Aguenta firme, Nath! O pessoal já tá chegando – disse Bianca
-Não dá mais para esperar – eu disse
-Allanis, Nath está tendo o bebê! – gritou Bianca
          Allanis correu para dentro da cela, tentando procurar algo para fazer.
-Pensa, Allanis, pensa! – ela disse – É só se lembrar das novelas que você assistia. O que eles faziam quando alguém estava prestes a dar a luz? Ah, é: pediam água quente e panos!
          Allanis pediu a água e os panos ao policial, que obedeceu e foi pegar o que ela pediu.
-Pra que é a água quente mesmo? É pra jogar no bebê? – perguntou Allanis
-Claro! Se quiser que o bebê morra queimado! – exclamou Bianca
-Alô! Estou tendo um bebê aqui! – gritei com as duas
-Calma, respira – disse Allanis
-Se eu não estivesse respirando, estaria morta! – gritei com ela
          Senti que o bebê estava saindo. Era muita dor. Allanis veio segurar minha mão, mas acabou que eu arranhei tanto sua mão que chegou a sangrar.
-Já estou vendo a cabeça – disse Bianca
-Só tem a cabeça? – perguntei, assustada
-Não. Eu só disse que já dá pra ver a cabeça – Bianca corrigiu – Agora já estou vendo os ombros... e os bracinhos
          Quando olhei para a porta, vi o resto do pessoal chegando
          A dor era intensa, extremamente forte, mas senti que ela estava diminuindo. Estava acabando, finalmente.
-Cintura e... pernas. Pronto, Nathália. Seu bebezinho está aqui. É um menino! – disse Bianca
-Me deixa entrar – disse Marcelo
          Ele entrou na cela e se sentou ao meu lado.
-Nosso garotinho... – eu disse, com lágrimas nos olhos
-Que nome damos a ele? – perguntou Marcelo
-Eric – respondi
          Os Lucas e Manu pagaram a nossa fiança e nós fomos liberadas. Havia uma ambulância em frente a delegacia. Eu, Marcelo, Allanis, Bianca e Lucas S entramos na ambulância.
-Adivinha só – disse Lucas S
-O que? – perguntou Allanis
-Eu e Amanda nos casamos – respondeu Lucas
-Como é? – perguntou Bianca
-Antes de irmos para o hospital, nós oficializamos tudo. Faltava pouco mesmo – ele disse
-Parece que nossos planos não deram certo – sussurrei para Allanis

Fim do PDV da Nath

                                                                                                          Autor::. Lucas Cordeiro

segunda-feira, 25 de abril de 2011

49- Casamento na Selva de Concreto


2 Semanas Depois...

          Fomos todos a Nova York mais uma vez. Era o grande dia: o casamento de Lucas S e Amanda. Por um lado, eu estava feliz pelo Lucas. Por outro, pensava “por que a Amanda?”.
          Será que ele não poderia escolher parceira pior? Acho que até a Amy Winehouse é melhor do que a Amanda.
          De qualquer jeito, estávamos todos animados para o casamento.
-Estou tão animada! – disse Nath – Mal vejo a hora de entregar a aliança ao Lucas!
-Quem vai entregar as alianças é o padrinho, o Lucas C – eu disse
-Aquele cretino vai se ver comigo – ela disse, fechando o punho
-Os hormônios devem estar te matando, né? – perguntei
-Nem tanto. Na verdade, estão é me deixando com vontade de matar – ela respondeu
          Faltavam apenas 6 horas para o casamento, então eu e as meninas nos arrumamos o mais rápido possível.
-Preparadas? – perguntou Jose
-Mais ou menos. Ainda não gosto da ideia de ser a Amanda – disse Kel
-Por mim, eu jogava aquela perua bem em cima do bolo só para o casamento acabar – disse Ana
-Seria tão bom se o vestido dela subisse e a calcinha dela aparecesse pra todo mundo ver! – disse Karol
-Eu posso providenciar isso! – disse Bianca
-Ou então, jogar um balde tinta azul em cima dela! – sugeriu Kah
-Ela ia parecer um Avatar! – disse Thaís, rindo
-Peraí, gente! Eu sei que nós todos odiamos a Amanda, mas isso é pelo Lucas. Não vamos estragar o melhor dia da vida dele – eu disse, seriamente
-Eu sei. Se não fosse por ele, eu entrava na igreja com um ônibus para atropelar a Amanda – disse Rafah
-Eu ajudava! – disseram Nath e Manu
          Eu estava bem confusa, então resolvi dar um passeio pela cidade. Pensar um pouco. Nem pude tentar pensar, pois Pattison apareceu para conversar comigo.
-Eu te conheço. Algo está te incomodando – ele disse
-É tudo! Eu odeio a Amanda e, por mim, eu destruía esse casamento na primeira chance – desabafei
-Mas...
-Mas Lucas é meu amigo. Eu não posso estragar o casamento dele
-Então não estrague! – disse Pattison
-Mas eu quero estragar! – protestei
-E eu que achava um exagero quando diziam que a mente das garotas é complicada
-Aff... Esquece! – eu disse, impacientemente

PDV do Lucas S

          Fui até o quarto de hotel onde estava Amanda. Queria falar com ela antes do casamento.
-Como vai minha noiva favorita? – perguntei
-Lucas! A gente não pode se ver antes do casamento! – ela disse, se escondendo atrás da cortina
-Deixa de besteira, Amanda! – eu disse
          Me aproximei e lhe dei um beijo. Depois, dei um beijo em sua nuca.
-Para, vai! Essa parte é DEPOIS do casamento – ela disse, com um sorriso
-Tá legal. Então, que tal adiantar o casamento? – brinquei
-Só se você deixar eu me arrumar
-Ok, me convenceu – eu disse, saindo da sala

Fim do PDV do Lucas S

-Começando operação “Estragando o casamento” – disse Nath
-O termo “estragar” é muito negativo. Que tal “atrapalhar”? – sugeriu Rafah
-Também é uma boa – disse Kel
          O plano era o seguinte: Manu enrolava Amanda, enquanto eu e as meninas roubávamos a tiara que Amanda usaria no casamento. Entramos no quarto, pegamos a tiara e fugimos.
-Nem acredito que fizemos isso! – eu disse
-Isso é pra aquela metida aprender: nunca mexa com a gente! – disse Ana
          Thaís colocou a tiara e ficou imitando a Amanda. Estranhamente, o diamante na tiara mudou de cor e ficou amarelo.
-Olha só: eu sou a Amanda. Odeio todo mundo e todo mundo me odeia! – disse Thaís
-Vamos aproveitar agora. Teremos que devolver depois – disse Karol
-Hahaha! Essa foi boa, Karol! – disse Thaís, rindo
-Eu não estava brincando – ressaltou Karol
-Hahahaha! Para! Está me matando! – disse Thaís, tendo um ataque de risos
          De repente, o diamante na tiara ficou azul-escuro. Assim que o diamante mudou de cor, Thaís começou a chorar.
-Eu nunca vou encontrar ninguém! – disse Thaís, chorando
-É impressão minha ou a Thaís é bipolar? – sussurrou Ana
-É impressão sua – respondi
          Tentei puxar a tiara, mas ela não quis sair. Dei um puxão bem forte e finalmente consegui tirar a tiara.
-O que aconteceu? – perguntou Thaís
-Você foi controlada por uma horcrux! – respondi
          Acabamos decidindo que não devolveríamos a tiara. Embora a Amanda fosse dar um ataque, agora teríamos um motivo razoável para ter roubado a tiara.
          Mas ainda havia uma questão: Por que a Amanda não foi afetada pela horcrux?
          Eu pensei que só a filha do Lucas C não podia ser afetada pelas horcrux. De qualquer forma, a gente teria que pensar nisso depois, pois a hora do casamento estava chegando.
-Ansiosa? – perguntou Manu
-Ansiosa por um divórcio. Não gosto da ideia de ver o Lucas casando com essa cascavel - respondi
-Não deve demorar. Ele vai perceber o quanto ela é irritante – disse Kah
-Será? – disse Ana – Se ele não percebeu até agora, vai demorar muito para ele perceber
          Percebi que Lucas estava chegando. Sinalizei para que as garotas mudassem o assunto da conversa.
-Já estou ficando nervoso. A Amanda não chegou e já se passaram 15 minutos! – disse Lucas
-Calma, cara! – disse Lucas C, entrando na conversa – Não houveram batalhas, a igreja está intacta e não tem ninguém grávida. Bom, ninguém além da Nathália
-É, relaxa! – disse Kel
-Tomara que a Amanda esteja morta! – eu disse
-Como? – perguntou Lucas S
-Ahn... Eu acho que vi ela lá na porta – menti
          Quando olhei para a porta da igreja, vi que Amanda realmente estava na porta.
-Falando no capeta... – disse Ana
          Antes de começar a música de casamento, começou a tocar um funk: “Você Quer?”, da Mulher Melão.
-Foi mal! Cd errado! – disse Lucas C, na cabine das músicas
          A igreja inteira se assustou a princípio, mas depois que a música certa começou a tocar, todos ficaram mais aliviados.
-Bom, é melhor “Você Quer?” do que “Quero te Dar” – disse Bianca, rindo
          Logo, o pastor começou o discurso (o mesmo de qualquer casamento). Para falar a verdade, eu nem estava prestando atenção.
-Seus votos – disse o pastor
          Como não prestei atenção aí, vamos pular essa parte, ok?
-Amanda, você aceita Lucas Souza Batista como seu legítimo esposo? – perguntou o pastor
-Eu... – disse Amanda
          Antes que ela terminasse, ouvimos Nath dizer:
-Oh-oh!
-O que foi? – perguntou Lucas S
-A bolsa estourou. O bebê vai nascer! – respondeu Nath
          Tivemos que interromper o casamento para levar Nath ao hospital.
-Valeu, Nath! – sussurrei em seu ouvido

                                                                                                                   Autor::. Lucas Cordeiro

sábado, 23 de abril de 2011

48- Esqueceram de Mim

PDV do Pattison

          Acordei com o sol batendo em meu rosto. Me virei para o outro lado da cama, procurando por Allanis, mas só achei um bilhete, que dizia:

“Me desculpe por não estar aí. Eu e as meninas (e os meninos também) viajamos para NY, para organizar tudo para o casamento. Estarei aí em 2 dias.
Allanis.”

          Peguei meu celular e liguei para ela.
-Como assim você está em Nova York? Você não me disse nada! – reclamei
-Disse sim. É você que não me escuta – ela argumentou
-Quanto tempo você vai ficar?
-Além de não me ouvir, você não lê? 2 dias. 2 dias! Leia a carta! – ela gritou
-Que bicho te mordeu?
-Aff. Esquece. Tchau! – ela disse, desligando
-Nhe, nhe, nhe – eu disse, imitando-a
           Desliguei o telefone e passei na casa de Lucas C.
-Ele não está? – perguntei
-Está escrito na carta da Allanis. Será tão difícil assim para os meninos nos escutarem? – disse Julie
-Não é difícil. Também não é fácil - argumentei
          Antes de passar na casa de Marcelo, fui até a mansão. A campainha tocou e eu fui atender. Na porta, estava um cara que aparentava ter uns 18.
-Allanis está? – ele perguntou
-Não. Quem é você?
-Tales, irmão da Allanis – ele respondeu
-O que você quer?
-Também estou muito bem, obrigado – ele disse, sarcasticamente
-Vejo que puxou o sarcasmo da irmã. Agora responde: o que foi?
-Recebi uma carta estranha. Olha só: - ele disse, mostrando a carta
          A carta dizia:

Allanis e todos ligados a ela vão pagar pelo que fizeram aos Volture”

-Não tem remetente? – perguntei?
-Não. Essa é a parte estranha – respondeu Tales
          Chamei Julie e Marcelo para conversar sobre isso.
-A Allanis falou alguma coisa sobre o julgamento dos Volture – disse Marcelo
-Ah, não! Até você? – reclamei
-Ok. Eu, Marcelo e Pattison vamos até a Itália, onde será o julgamento. Tales, você fica aqui tomando conta da casa – disse Julie
-Tá legal – concordou Tales
          Levei Julie e Marcelo comigo para a Itália. Fomos até a antiga mansão dos Volture (que ainda me dava arrepios, mesmo depois de ter sido abandonada).
          Eu nunca os enfrentei, como Allanis e seus amigos, mas fazia ideia do poder que eles tinham.
          Fomos até a biblioteca, onde achamos uma passagem que nos levou a um grande salão, repleto de bancos. No fim, havia um grande balcão, como o de um tribunal. Os bancos estavam cheios de vampiros e alguns mutantes.
-O réu é considerado... culpado – disse o juiz – Sessão encerrada
-Tribunal do mundo sobrenatural? Maneiro! – disse Marcelo
          Nos dirigimos ao juiz para falar com ele sobre isso.
-Você sabe quem escreveu a carta? – perguntou Julie
-Sei sim. Foi Juliet – respondeu o juiz
-Julie, Juliet... Que coincidência – brinquei
-Fale mais sobre essa Juliet – disse Marcelo
-Ela era uma seguidora fiel dos Volture – respondeu o juiz
-Seguidora? Os Volture tinham twitter? – perguntou Marcelo
-Não! Não esse tipo de seguidora! – o juiz disse, sacudindo as mãos – Bom, primeiro, alguns Voltures foram mortos pela sua amiga Allanis; depois, outros foram mortos num massacre por um tal de “Al”
-É, estamos cuidando desse aí – eu disse
-Bom, e agora o único Volture restante é condenado a pena de morte. Ela deve estar devastada. E irada – continuou o juiz
-Irada o suficiente para armar uma vingança? – perguntou Julie

Fim do PDV do Marcelo

PDV do Tales

          Como eu não tinha muita coisa para fazer, me sentei no sofá e liguei a TV. A mansão estava vazia, então, tirei os sapatos e me deitei no sofá.
-Assim está melhor! – eu disse
          De repente, a campainha tocou e eu fui atender.
-A Kah está? É o Nick – disse o cara na porta
          Eu não sabia o que fazer, então liguei para o namorado da Allanis, o Pattison.
-Tem um tal de Nick aqui! – eu disse
-O namorado da Kamilla! Tira ele daí. Rápido! – ele mandou
-Pra que esse desespero?
-Não espera. Apenas vá! – ele disse, desligando
          Antes que eu pudesse fazer algo, ouvi um estrondo nos fundos da mansão. Quando fui até lá, encontrei uma mulher de capuz vermelho.
-Agora o quê? A Chapeuzinho Vermelho veio fazer uma visita? – reclamei
-Se eu fosse você, não perderia tempo com brincadeiras – disse a Chapeuzinho Vermelho
          Corri dali e puxei Nick para o carro.
-Ela não está. Se a gente correr, ainda pode achar ela – eu disse
          Entramos no carro e eu acelerei o carro ao máximo.
-Para quê essa pressa toda? – perguntou Nick, assustado
-Um casal precisa ficar junto. Não importam as circunstâncias – disfarcei
          Quando olhei no espelho, vi o reflexo da Chapeuzinho Vermelho nos perseguindo.
-Hoje é o meu dia... – resmunguei

Fim do PDV do Tales

PDV do Pattison

          Transportei Julie e Marcelo de volta à mansão comigo. Vimos Juliet perseguindo Tales e Nick e fomos até ela.
          Julie lançou um jato d’água que distraiu Juliet. Irritada, ela veio até a gente. Nós a conduzimos até a mansão, onde poderíamos batalhar despreocupados.
-Eu quero vingança! – disse Juliet
-Pode vir quente que nós já estamos fervendo – eu disse
          Soquei seu rosto e depois a joguei contra a parede. Julie criou um cabo d’água para amarrá-la.
-Vocês destruíram meus mestres” – disse Juliet
-Você é maluca! – disse Marcelo
-Eu sei quem deve ser respeitado! – ela protestou
-Acho que não. Você vai ser presa por ser cúmplice. Precisa repensar suas companhias – eu disse
          Meu telefone tocou. Era o Tales:
-O que eu faço com ele?! – perguntou Tales
-Apenas diz que a namorada dele viajou - respondi
-Só isso? Por que você não pensou nisso antes?
-Imaginei que pudesse ser divertido
-Às vezes eu acho que a minha irmã tem um ímã para atrair doidos – ele disse
-Acredite em mim: ela tem – eu disse, desligando

Fim do PDV do Pattison

                                                                                                                                                                Autor::. Lucas Cordeiro

sexta-feira, 22 de abril de 2011

47- Presente de Grego

           Eu estava numa praia. O tempo estava meio chuvoso e o mar, agitado. O pessoal estava sentado numa roda, ao redor de uma fogueira. Depois, todos fomos correndo para o mar, porém, antes que eu pudesse pular no mar, senti um jato d’água no rosto. Foi quando acordei.
          Abri os olhos e vi Lucas C, disparando água em mim. Ele não percebeu que eu acordei e continuou lançando água, chegando a quase me afogar.
-Ah! Para! – gritei
          Ele se assustou e deu uns passos para trás.
-Enlouqueceu, é? Ninguém entra no meu quarto! – gritei
-Jura? Porque eu vi o Pattison saindo há pouco tempo do seu quarto – ele disse com um risinho
-A gente fala sobre isso depois – mudei de assunto – O que você quer?
-A gente precisa arrumar as coisas para a festa! – ele disse
          Foi quando me toquei: era o aniversário de 1 ano de Jen. Me levantei da cama e desci as escadas. Manu estava brincando com ela no sofá. As duas estavam assistindo os Muppets. Aqueles bonecos me davam calafrios.
-Como vai a aniversariante? – eu disse, pegando Jen no colo
-Não! Não pega ela não! – avisou Lucas C
          De repente, Jen me deu um choque. Eu rapidamente a coloquei de volta no sofá, assustada.
-O que foi isso? – perguntei
-Ela é muito nova. Ainda não controla os poderes – respondeu Julie
          Manu, Kel, Karol e Ana foram ajudar Julie com os enfeites e a decoração da casa, enquanto Kah embalava Jen em seus braços. Patt e os garotos escolhiam quais músicas tocariam na festa.
-Definitivamente, “3” não – brincou Lucas S
          Fui ajudar Nath e Bianca na cozinha. Elas estavam preparando os cachorros-quentes e as pizzas.
-Nunca pensei que fosse viver pra ver as duas cozinhando – eu disse
-Ei! – as duas protestaram
-Tá legal! Não tá mais aqui quem disse – brinquei
          Depois de muitas fornadas, CDs e arrumação, a festa finalmente estava pronta. As meninas estavam completamente exaustas. Os rapazes só montaram CDs, então não tinham motivos para ficarem cansados. Foram todos se arrumar para a festa, logo depois.
-Eu fiquei tão empolgada com esse lance de bebês... – comentei com Patt, enquanto a gente se arrumava
-A gente pode fazer o nosso próprio – ele disse, se aproximando
-Tudo bem se querem bebês, mas deixem a fabricação para depois – Lucas C gritou, do outro lado da porta
          Nós dois descemos para a festa e antes que a festa começasse, todos fomos receber Rafah, que acabava de chegar do hospital. Ela deu seu presente a Jen e logo depois a festa começou. Todos foram deixando seus presentes numa pilha ao lado da caixa de som.
          Nath devorava todo cachorro-quente oferecido à ela. A gravidez a fazia ficar mais exagerada do que o normal.
          Depois de toda a música e dança, a festa finalmente acabou e chegou a hora de abrir os presentes. Julie pegou um grande embrulho vermelho, onde estava uma grande boneca, presente de Kel. Jose deu uma bolsa da Barbie. Nath e Marcelo deram uma cozinha de brinquedo e Bianca deu uma casa de bonecas.
          Abrimos os presentes, até que Lucas C achou um pequeno embrulho sem nome.
-De quem será que esse aqui? – ele disse, brincando com Jen
-Não é meu – disse Kah
-Também não é meu – disse Thaís
-Estranho – disse Manu
          Lucas sacudiu a caixa, esperando descobrir o que era.
-Abre logo isso, droga! – gritou Ana, impacientemente
          Lucas a encarou e abriu o embrulho. Ele estranhou ao ver o que era.
          Eu, Manu e Lucas S levamos um susto ao ver que era... o medalhão. Ele brilhava, não era enferrujado. Ou seja, este era o verdadeiro.
-Me deixe ver isso – disse Karol
          Assim que ela pegou o medalhão, ela caiu no chão e começou a se debater e a babar. Todos se assustaram ao ver aquilo.
-Ela está tendo convulsões! – disse Jose
          Marcelo chutou o medalhão da mão de Karol e ela parou de se debater.
-Uau! Que sensação estranha – ela disse
          Antes que pudéssemos nos desesperar, o medalhão foi voando na direção de Jen, que estava no chão, brincando com seus presentes. Tentamos pegar o medalhão, mas ele desviou de todos e se alojou ao redor do pescoço de Jen. Nos assustamos, imaginando o pior, porém, o medalhão apenas... brilhou mais. No momento que Jen tocou o medalhão, ambos brilharam.
-É impressão minha ou ele não afetou sua filha? – perguntou Thaís a Lucas C
-Não é impressão – ouvimos uma voz desconhecida dizer
          Nos viramos e encontramos um homem que aparentava ter uns 40 anos e vestia um terno preto.
-Quem... é você? – perguntei, assustada
-Me esqueci – ele riu – Podem me chamar de Chrono
-O que você quer? – perguntou Rafah
-Sou um mutante. Viajo no tempo. Aliás, participei de grandes batalhas com vocês – ele respondeu
-Não respondeu minha pergunta – disse Rafah
-Vim responder algumas perguntas. Uma de cada vez – ele disse
          Chrono se aproximou de Jen e Lucas C transformou seu corpo naquela mistura de 5 elementos. Ele é meu amigo, mas ele realmente me assusta quando está naquela forma.
-Fica longe dela! – ele ameaçou
-Nossa, quanta violência! Não queremos que ninguém se machuque – disse Chrono, sarcasticamente
          Lucas C lançou uma rajada de fogo contra Chrono, que desviou.
-Mas será que você pode POR FAVOR me escutar? – disse Chrono, impaciente
          Lucas ficou de cara fechada, mas concordou. Logo, Chrono começou a explicar.
-Eu sei que você pensa ser a pessoa mais poderosa do mundo, certo?
-Mas eu sou a chave. Eu sou a pessoa mais poderosa do mundo – disse Lucas C
-Isso é meio egoísta, não? Você não conhece todas as pessoas do mundo – disse Chrono
-Faz sentido – concordou Kel
-No entanto, sua filha... Ela sim é o ser mais poderoso do mundo – continuou Chrono
-Mas você não disse que... – disse Lucas C
-É. Mas EU conheço todas as pessoas do mundo – interrompeu Chrono – Durante todos os meus 170 anos de vida, eu nunca conheci alguém tão poderoso como sua filha
-E quanto ao medalhão? – perguntou Julie
-O poder de sua filha... Ele simplesmente a conecta com as horcrux – explicou Chrono
-Mas por que essa foi até Jen e as outras não? – perguntei
-Porque o medalhão é a única horcrux com vontade própria
-E quanto aos... poderes de Jen? Quando ela vai controlá-los? – perguntou Lucas C
-Talvez demore. Ela só tem 1 ano – disse Chrono
          Jen se cansou de brincar com o medalhão e o colocou na boneca dada por Kel. Manu pegou o medalhão com uma pinça de churrasco e o guardou numa caixa.
          Quando nos viramos, Chrono tinha sumido.
-Isso foi estranho – eu disse
-É normal ser estranho. O estranho é ser normal – disse Lucas C

                                                                                                                  Autor::. Lucas Cordeiro

quinta-feira, 21 de abril de 2011

46- Bianca

PDV da Bianca

          Meu celular despertou e eu o joguei na parede, com preguiça de apertar o botão “OK”.
          Fui ao banheiro, ainda sonolenta, e joguei água gelada em meu rosto para despertar. Escovei meus dentes e me arrumei. Passei na casa do pessoal antes de ir.
-Bom dia, galerinha! – eu disse
-Entramos no programa da Xuxa? – brincou Ana
-Muito engraçado. Haha – eu disse, sarcasticamente
-Quais as novas? – perguntou Nath
-Hoje vou trabalhar na construção da casa daquele cara bonitinho – respondi
-O bonitinho vesgo ou o bonitinho banguela? – perguntou Kel
-Já sei! O bonitinho com orelha pontuda? Ou o com a verruga na testa? – perguntou Allanis
-Essa é a definição de vocês para “bonitinho”? – perguntei – Eu tô falando do bonitinho com topete!
-Aquele cara feio? Que mal-gosto, Bianca! – disse Karol
-E depois, NÓS tratamos os outros como objetos – disse Pattison, que estava passando
          Saí dali e fui para o meu carro. A casa era do outro lado da cidade, então eu precisava me apressar se quisesse chegar na hora. Infelizmente, acabei em um engarrafamento.
          Tentei ligar o rádio, só que no calor do momento, acabei quebrando o botão do rádio e fiquei presa numa estação que só tocava forró. O que é estranho, pois nos EUA não conhecem forró.
          Fiquei 45min ouvindo forró no engarrafamento. Cheguei a um ponto em que a música se tornou suportável. Só aí que o trânsito melhorou e eu cheguei (com 1h de atraso).
-O que foi, Bianca? Por que o atraso? – perguntou Finn
          Finn é o cara com quem estou trabalhando. Eu estou ajudando ele com a construção da casa dele. Ou mansão luxuosa, se preferir. Estamos trabalhando juntos a 2 meses e só chegamos a metade do 2º andar. E o plano é que a mansão tenha 3 andares.
-É o trânsito. Fiquei presa num engarrafamento – respondi
-Estava ficando preocupado. Você não é de se atrasar – ele disse
-Bom, estou aqui e minha cabeça está presa ao resto do corpo – brinquei – Vamos começar?
-Claro – ele respondeu
          Fomos até a cozinha, para ver a organização de tudo.
-Eu estava pensando: o fogão poderia ser aqui e a pia ali – ele disse – E as paredes poderiam se estender mais um pouco, né?
-Tem razão. Poderiam ficar duas janelas: uma em frente a pia e outra na parede lateral. Eu trouxe o desenho – eu disse
          Quando fui pegar a planta, joguei no chão de propósito.
-Deixa que eu pego – disse Finn
          Quando ele se abaixou, eu me curvei para ver sua bunda. No momento que ele se levantou, eu me recompus e fingi que não tinha feito nada.
          Fomos para o quintal, ver a arrumação do espaço e essas coisas, quando o telefone dele tocou.
-Oi! – ele disse, com um sorriso – Me desculpa, mas não vai dar. Estou aqui com Bianca, organizando as obras da casa. Não, não é isso! Quer deixar disso? Ela é arquiteta e está ajudando nas obras. Se a obra está atrasada, é porque você não nos deixa trabalhar! Vai encher outro, ok?
          Ele desligou o celular e eu fiquei meio sem graça.
-Namorada? – perguntei
-Quase virando ex – ele respondeu – Vamos continuar?
-Tá legal – respondi
          Ficamos num momento um tanto constrangedor. Eu estava solteira a mais ou menos 5 meses. Fiquei decepcionada quando soube que ele tinha namorada.
-Bom, agora só está faltando o quarto, certo? – ele perguntou
-É... – eu disse, desanimada
          Algumas partes da casa já estavam até mobiliadas. Fiquei surpresa (e desconcertada) ao ver que o quarto era uma dessas partes.
-Nossa! Você já está com a cama! – eu disse, sem-jeito
-É a parte mais importante – ele disse, rindo
-A gente poderia colocar ela daquele lado, não é? – sugeri
-Estou pensando em devolver. Acho que uma redonda é melhor para...dormir – ele disse
          Ele pegou o celular mais uma vez. Deveria ser a tal namorada chata.
-Quer saber? Você que se dane! Estou cansado do jeito como você controla a minha vida! Você acha que é minha dona, mas não é! Cansei! Está tudo acabado! Chega!
          Ele fechou o celular e o jogou pela janela. É a primeira vez que eu o via tão irritado.
          Depois, ele sentou na cama e passou a mão na cabeça. Era óbvio que ele estava bem transtornado. Me sentei ao seu lado para conversar.
-Você está legal? – perguntei
-Não – ele respondeu
-Posso fazer algo para ajudar?
          Ele chegou mais perto e me deu um beijo. Depois, passou a mão pelos meus ombros e tirou minha blusa. Eu desabotoei sua blusa e passei a mão pelo seu peito.
          Arranquei seu cinto e abaixei suas calças. Ele me deitou na cama e desabotoou meu sutiã.
          Ele beijou meu umbigo e foi subindo.
-Acho que isso está ajudando bastante – ele disse

Algumas horas depois...

          Acordei na cama, junto com Finn. Meu celular tinha 3 ligações perdidas da Nath. Me toquei que passei mais de 6 horas lá. Me levantei rapidamente e corri desesperadamente até meu carro. Nem tive tempo para me despedir de Finn, que continuou dormindo.
-Você demorou, hein! – disse Nath
-Muito trabalho! – despistei
-Sua blusa está ao contrário – ela disse
-É a nova moda, sabia?
          No outro dia, me arrumei rapidamente e fui para a casa de Finn. Quando cheguei, eu o vi conversando com uma linda mulher loira.
-Oi, Bianca! – ele disse
-Oi! Ahn... Quem é ela? – perguntei discretamente ao Finn
-Katy. Minha namorada – ele respondeu
-Você deve ser a Bianca, não é? – perguntou Katy, se intrometendo
-Sou sim – eu disse, sem-graça – Olha, eu tenho umas coisas para resolver. Me dão licença? – eu disse, me retirando
          Finn me chamou para o canto, para conversar.
-Olha, ontem eu estava transtornado, fora de si – ele disse
-Tá legal, tá legal, já entendi – eu o interrompi
          Fui para casa. Estava com tanta raiva que cheguei a atropelar um gato. Eu não queria falar com ninguém. Só queria ficar sozinha. Até soquei alguns travesseiros.
          Mas eu sabia que precisava tomar uma atitude. Então, voltei lá no outro dia.
          Eu estava receosa. Parei o carro em frente a casa, mas não saí do carro. Fiquei ali por alguns minutos, até que eu tomei coragem e fui até lá.
-Bianca, precisamos conversar – ele disse
-Não. Não precisamos não – eu disse
-Como assim?
-Eu me demito – respondi
-Por quê? – ele perguntou
          Me aproximei e lhe dei um beijo.
-Porque te amo demais para sequer pensar que está com outra- respondi
          Dei meia volta e fui embora.

Fim do PDV da Bianca

segunda-feira, 18 de abril de 2011

45- Os Dois Lados da Fama

3 dias depois...

          Estava sentada no sofá com Thaís, Jose e Ana, assistindo o canal de música, quando Lucas C e Nathália entraram correndo na mansão como se o mundo fosse acabar.
-Nossa! O que foi? – perguntou Jose
-Nós seremos entrevistados por um famoso canal de TV! – gritou Lucas C e Nathália
-E...? Qual a novidade? – perguntei
-Dessa vez é diferente. É um super canal de TV! – disse Lucas C
-Super – reforçou Nath
-Vocês TÊM que ir – disse Lucas
-Ahn... tá legal – eu disse
          O pessoal todo se arrumou, afinal, ficaríamos na primeira fileira. Fui na casa de Lucas para conversar com Julie antes de irmos para o tal famoso canal de TV.
-Como é ter um marido famoso? – perguntei
-Bom, não está diferente do que era antes – ela brincou – Mas agora fico preocupada...
-Por quê?
-Ele não é um simples ator famoso. Ele é um mutante famoso. Tenho mais motivos para ficar apreensiva. Nem todo mundo o recebe bem...
-Mas eu garanto que ele vai se sair bem – encorajei
          Chegou a hora e o pessoal todo se preparou. Uma limusine veio para buscar todo mundo. Aquela limo era maior que o meu quarto! Todo mundo ficou boquiaberto.
-Nunca tinha entrado numa limusine – disse Thaís
-Nem eu – concordou Ana
-Esse é o lado bom de ter amigos ricos e famosos – brincou Bianca
          Assim que chegamos, Lucas e Nathália foram nos receber, junto com uma multidão de pessoas. O pessoal se sentou na primeira fileira e logo, o programa começou. O cara do programa começou a entrevista.
-Olá, meu nome Jack Williams e você está em mais um “CCB”. Hoje, temos convidados mais que especiais – ele disse
          Jose se aproximou e cochichou:
-Será que a câmera tá me pegando? Espero não ter me arrumado à toa – ela disse
-Shhh! Me deixa ouvir! – reclamei
          O cara começou a entrevista fazendo uma pergunta à Lucas.
-Como é ter dons tão incríveis?
-É ótimo! Uma das melhores coisas que poderia ter acontecido comigo! – ele respondeu
-Também adoro! – respondeu Nathália
-Ahn... que bom – disse o cara, desinteressado
          A câmera virou para a platéia e logo, Manu e Jose começaram a fazer poses para a câmera. Dei um puxão na orelha das duas e elas pararam.
-Como você se sente sabendo que foi o culpado de quase ter acabado com o mundo? – perguntou o cara, de maneira rude
-Eu não... eu não fui culpado. Me forçaram – disse Lucas
-Não é o que mostra o vídeo – disse o cara
          Logo, mostraram um vídeo com a mão de Lucas tocando a pedra que fez Eterno ficar superpoderoso, mas não mostraram que Eterno o obrigou a fazer isso.
-Por SUA culpa, o Taj Mahal desmoronou, a Torre Eiffel tombou e se partiu, um tsunami engoliu países na América Central, a Estátua da Liberdade está sem o braço da tocha e mais de 20 milhões de pessoas inocentes perderam a vida em várias partes do mundo – disse o cara, esculachando Lucas
-Oh, puxa... 20 milhões... Eu... eu não sabia – disse Lucas, corando.
-E agora, como se não bastasse, sua gangue derrubou o monte do letreiro de Hollywood – disse o cara
-“Gangue”? – disse Lucas, indignado
-Quadrilha soa melhor? – disse o cara, sarcasticamente
-Bom... – disse Nath
-Na verdade, a pergunta foi para ele – disse o cara, deixando Nath sem-graça
-Eu... eu... – gaguejou Lucas
          De repente, um homem se levantou da plateia e gritou:
-O “heróizinho” perdeu a voz de repente?
          Manu, Kel e Bianca logo se levantaram para defendê-lo.
-Ei! Ele é nosso amigo! – disse Manu
-É! E nós não admitimos que você fale dele desse jeito – disse Bianca
          Outros dois caras se levantaram para ajudar a protestar.
-Own... Agora ele deixa os outros responderem por ele – brincou um dos caras
          A plateia toda se levantou e começou a vaiar Lucas. Naquele momento, senti pena dele, pois se ele xingasse ou batesse em um, a situação só iria piorar.
-Ah, não. Era isso que eu temia – disse Julie
          Lucas se levantou para dizer algo, mas lançaram um tomate em seu rosto. A câmera deu um zoom em seu rosto sujo de tomate e a imagem passou no telão. Chateado, ele saiu do local.
-Eu não acredito que ele deixou que fizessem isso – disse Lucas S
-Ele não tinha opção – eu disse
          Rapidamente, Nathália pulou para a cadeira de Lucas, chamando a atenção do repórter.
-Bom, onde nós paramos? – ela perguntou

PDV do Lucas C

          Entrei em meu carro e soquei o volante. Girei as chaves e fui dirigindo pela cidade até chegar ao hospital. Pedi para entrar no quarto de Rafah.
-E aí? Como você tá? – perguntei
-Bem. O veneno das formigas já está dissolvendo e meus batimentos cardíacos já estão voltando ao normal – ela respondeu
-Isso é ótimo – eu disse
-Mas e você? Eu vi a entrevista...
-Nada bem... Sabe, quando eu era criança, era gordo e tímido. Por causa disso, as pessoas gostavam de fazer brincadeiras sem-graça comigo, as outras crianças gostavam de me zoar. Zombar de mim. Aí, os anos se passaram. Eu emagreci, aprendi a me soltar e tudo ficou perfeito. Mas foi quando todos descobriram sobre os meus poderes e tudo voltou a ser aquele inferno. Nunca imaginei que fosse tão horrível ser diferente... – desabafei
-Mas não é! – disse Rafah – Lucas, você é uma pessoa maravilhosa. Tem dons incríveis e os usa para o bem. Sem sua ajuda, eu provavelmente teria morrido queimada lá no caixão. Você é um herói para mim!
-E para nós também – disse Allanis, entrando no quarto
-Você é famoso. Críticas virão de todo o lado – disse Karol
-O importante é não deixá-las te abalarem – disse Ana
-E se lembrar de que também existem pessoas que gostam de você – disse Julie
          Cheguei perto dela e lhe dei um beijo.
-Pessoas como eles – disse Allanis, abrindo a porta
          Logo, um monte de fãs histéricas invadiram o quarto, carregando bloquinhos de autógrafos. Foi a primeira vez que fiquei tão feliz de ser cercado por fãs.
          Enquanto eu autografava, ouvi Jack dizer na TV algo como:
-Essa ameaça tem que acabar! E eu garanto que isso vai acontecer
          Tenho que admitir: fiquei preocupado quando ouvi isso.

Fim do PDV do Lucas C

sexta-feira, 15 de abril de 2011

44- A Sete Palmos: Parte 2

 6h, 43min, 27seg

          Ficamos ali, paralisados. Não sabíamos o que fazer, nem por onde começar.
          Quem mais sofria era Kah, pois Rafah era sua melhor amiga (depois de Kel), mas ainda assim, aquilo tudo era uma tortura para ela.
-Dessa vez, o Al passou dos limites! – ela disse, derrubando pratos e copos
-Calma, Kamilla – disse Manu
-Calma? Calma?! Como você quer que eu fique calma quando minha amiga está prestes a morrer queimada? – ela respondeu de maneira rude
          O clima entre o pessoal estava extremamente tenso. E quando eu achava que as coisas não podiam piorar, Al voltou a falar comigo.
-O que você quer? – perguntei
-Dar uma dica – ele disse
-Sério? Pensei que isso deixasse o jogo sem-graça – eu disse com ironia
-Bom, onde ela está é uma região infestada de escorpiões – ele disse
-Nossa! Ajudou muito! – eu disse, sarcasticamente – Só isso?
-Só – ele disse
          A janela de conversa se fechou. Fui conversar com ambos os Lucas, Jose, Manu, Kel e Nath.
-O que a gente faz? – perguntei
-Não sei - respondeu Manu
-Ainda não acredito que o Al foi capaz de fazer isso – disse Kel
-Ele foi até Paris para sequestrar Julie – disse Lucas C
-É óbvio que ele quer nos torturar. E está conseguindo – disse Jose
-Queria poder fazer alguma coisa – disse Nath
-Eu também. Na verdade, todos aqui – disse Lucas S
          Nós 7 ficamos ali, quebrando a cabeça por mais de 1 hora, mas não adiantou de nada. Até que Thaís e Pattison nos chamaram para ver algo. Rafah estava gritando.
-Por que ela está gritando? – perguntei
-Não sabemos – respondeu Ana
          De repente, vimos um bicho andando pelo seu abdômen. Era um escorpião.

4h, 57min e 51seg

PDV da Rafah

          Aquela brecha no caixão se partiu e virou um buraco maior e escorpiões começaram a entrar no caixão. Entrei em desespero e comecei a gritar, mas me toquei que eles poderiam me picar e isso seriam ruim.
          Tentei me acalmar. Fiquei quieta e parada.
          De repente, senti uma picada na perna, mas na região doída não havia nenhum escorpião. Foi então que percebi que junto com a terra e os escorpiões, também entraram formigas no caixão. Milhares de formigas. Elas entraram por debaixo de minhas calças e começaram a cobrir minhas pernas.
          Algumas começaram a me picar. Doía muito. Percebi que eram formigas lava-pé.

Fim do PDV da Rafah

4h, 32min e 26seg

          Lágrimas encheram os olhos de Kah e Kel ao ver os escorpiões andando pelo corpo de Rafah.
          Lágrimas de raiva desciam pelo meu rosto.
          Percebi que Lucas C e Julie estavam cochichando. Fui até lá para ver o que estava acontecendo.
-Até que não é uma má ideia – ele disse
-Sério? – ela perguntou
-Seríssimo – ele respondeu
-O que é “seríssimo”? – perguntei
-Nós temos um amigo que pode nos ajudar – Lucas respondeu
-Não brinca! – eu disse
-Eu ia ligar para ele agora, só que o próximo avião de Paris para cá é só daqui a 1h e de Paris até aqui é mais 1h e meia – ele disse
-Isso vai levar 2h30min. Ainda temos 4h20min até o caixão explodir. Quando ele chegar, teremos 1h50min. Temos tempo – eu disse
-Você é boa em matemática, hein? – ele disse
-Eu prestava atenção nas aulas – brinquei

3h, 45min e 48seg

PDV da Rafah

          Sentia arrepios quando os escorpiões se movimentavam, mas eu evitava mostrar meu desespero. Minhas pernas estavam adormecidas devido às picadas de formiga, mas meus braços ainda doíam.
          Comecei a cantar para tentar esquecer um pouco do lugar onde eu estava. Só me vinha à cabeça músicas como “Russian Roulette”, da Rihanna.
          “Toda minha vida passa diante dos meus olhos. Me pergunto se irei ver o nascer do sol de novo. Eu sei que muitos não terão a chance de dizer adeus, mas é tarde demais para pensar no valor da minha vida”.
          Aquela frase de “Russian Roulette” se encaixou perfeitamente naquele momento.

Fim do PDV da Rafah

1h, 40min e 18seg

          Lucas C estava chegando com seu amigo à casa do pessoal. O amigo dele pegou uma blusa de Rafah e colocou em um aparelhinho.
-E aí, Eric? – perguntou Lucas C
-Ela está no meio do monte do letreiro de Hollywood – respondeu o amigo de Lucas
          Fomos até o monte, mas não sabíamos como resgatar Rafah.
-Temos que derrubar o monte! – eu disse
-Não! Temos que, pelo menos, pedir a autorização do presidente! – disse Lucas S
-Se você quer ir tomar “chazinho” com o presidente, tudo bem! Mas eu não aceito que uma de nós morra porque você estava preocupada com sua imagem diplomática! – eu disse
          Ativei os poderes de todos que precisavam. Restavam apenas 50 minutos e Rafah estava bem embaixo, de acordo com o aparelho. Precisávamos derrubar muita coisa. Jose lançava pequenas placas de energia, Nath lançava lâminas e Kel lançava pedras. Eu, Manu e Lucas S socávamos o solo.
          Marcelo, marido de Nathália, arrancou o H e o W do letreiro e os usou para ir derrubando o monte.
          Julie disparava água para umedecer e enfraquecer o solo, ajudando a mim e a Manu. Lucas C disparava rajadas de vento, que faziam a terra cair rapidamente.
          Manu se blindou de diamante. Lucas C criou um chicote d’água, puxou Manu pelo pé e a lançou contra o monte. Ela foi lançada com força e velocidade tão imensa, que ela conseguiu derrubar grande parte do monte.
          Jose criou uma esfera de energia gigante que derrubou uma parte do tamanho que a Manu derrubou. Quando nos demos conta, faltavam apenas 20 minutos. Lucas C se transformou naquele monstro de elementos e lançou um ataque misto de água, terra, fogo, vento e eletricidade.
          Grande parte do monte caiu e eu vi algo reluzente. Era o caixão onde estava Rafah! Pulei ali e me preparei para quebrar o vidro, quando fui interrompida por Lucas C.
-Não quebra ainda. Vai agitar os escorpiões! – ele disse
-O que você vai fazer? – perguntei
-Rafah, não se assuste, mas vai ficar um pouco frio aí dentro! – ele disse para Rafah
          Ele soprou por uma brecha que havia no caixão e congelou os escorpiões.
-Gelo? – perguntei
-Não temos tempo para isso – ele disse – Rafah, me escute bem: quero que tape seus olhos, nariz e ouvidos!
          Assim que ela fez isso, eu quebrei o vidro. Nós 2 a puxamos para fora. O cronômetro marcava 56seg. Lucas se transformou em pedra e entrou na nossa frente. O caixão explodiu e nos jogou para longe.
-Você está bem? – perguntei a Rafah
-E... e... e... – ela gaguejou
-Shh... Não fale nada – eu disse, colocando o dedo sobre seus lábios
-Liguem para a emergência! Temos que levá-la ao hospital! – gritou Lucas C para os outros
          Essa foi por pouco... Al passou dos limites e vai pagar por isso.

                                                                                                    Autor::. Lucas Cordeiro

quinta-feira, 14 de abril de 2011

43- A Sete Palmos: Parte 1

PDV da Rafah

          Eu estava no meio de meu tranquilo sono. O mundo poderia estar acabando que eu não sairia da minha cama.
          O mundo não estava acabando, mas algo um tanto inconveniente me fez sair da cama. Os berros de Allanis.
          Me levantei irritada e fui reclamar com ela.
-Sua maluca! Hoje é sábado! E ainda são 8:30! Eu planejava dormir até as 10:00! – gritei
-Eu também dormiria mais, mas nós temos uma comemoração! – ela disse, sorridente
-O que houve? – perguntei
-Kah e Kel voltaram a se falar! Isso não é ótimo?
-Claro! – eu disse – Mas essa justificação apenas fará sua morte ser menos dolorosa
          Descemos as escadas e fomos falar com as duas.
-Como isso aconteceu? – perguntou Nath
-Longa história – disse Kah
          Depois que elas explicaram tudo, nos preparamos para ir a um restaurante para a comemoração, afinal, elas finalmente voltaram a se falar depois de mais de 3 meses!
-Peraí... – disse Manu – Nós vamos comemorar em um restaurante... às 9:00 da manhã?
-Momentos desesperados exigem medidas desesperadas – disse Allanis
          Quando todos nós nos preparamos para ir à comemoração, meu celular tocou. Era meu chefe.
-Raphaella, preciso que venha ao escritório. Tem uns papéis aqui e preciso que você organize – ele disse
-Eu sou modelo, não secretária! Não tem como outra pessoa ir não? – reclamei
-Não. Vá você – ele disse, desligando
-Quanta educação... – resmunguei
          Enquanto o pessoal todo saiu para comemorar, eu tive que pegar minha bolsa e ir para o trabalho. Como eu sou sortuda...
          Assim que cheguei, não encontrei ninguém, nem nenhuma papelada.
-Estranho... Só falta me dizer que eu fui a única idiota que veio trabalhar! – resmunguei, já estressada
         Peguei meu celular e liguei para meu chefe.
-Como assim? Eu não pedi para você fazer nada – ele disse
-É sério? Você não pediu mesmo? – perguntei
-Certeza absoluta
-Tá legal – eu disse, desligando – Essa foi estranha – comentei comigo mesma
          Quando me virei, dei de cara com um ser estranho e encapuzado.
-Quem... quem é você? – gaguejei, assustada
-Prazer. Meu nome é Al. E o seu? – disse o ser, de maneira sarcástica
          Corri dele, mas o ser era realmente muito rápido! Ele pulou na minha direção e me jogou contra a parede.
-O que você quer comigo? – perguntei
-Logo você saberá – ele respondeu
          Ele me puxou para perto e colocou um pano, com o que parecia ser clorofórmio, em meu rosto.
          Minha visão ficou embaçada e tudo começou a girar, até que tudo escureceu.

Fim do PDV da Rafah

          Chamei Pattison para ir conosco para a comemoração e ir junto com o pessoal para o almoço.
-É bom que vocês tenham voltado a se falar – disse Thaís
-Agora não precisamos comprar uma segunda mesa para Kel – brincou Jose
          Entramos num restaurante chique que havia ali perto.
-Então vocês estavam sem se falar por 3 meses e meio? – perguntou Patt
-É... – disse Kel
-E que história é essa de segunda mesa? – brincou Patt
-Uma história das longas – disse Kel, obviamente envergonhada
          Ficamos quase uma hora ali, jogando a conversa fora.
          De repente, vi um cara estranho encapuzado e de óculos escuros na frente do restaurante. Saí da mesa e fui atrás do cara estranho. Ele virou a esquina, porém, quando eu virei a esquina, ele... sumiu. Havia apenas uma carta no chão.
         
          “É uma pena que a comemoração de vocês tenha que ser interrompida, mas um de vocês está correndo risco de vida neste momento. Voltem para casa e saberão do que estou falando.               AL.”

          Chamei o pessoal e fomos para casa. Quando abrimos a porta, encontramos um outro bilhete, dizendo para a gente ligar o computador.
          Assim que o computador ligou, apareceu um vídeo da Rafah deitada em um lugar escuro com um cronômetro atrás, marcando 7h,34min e 28 seg.
          E então, apareceu uma mensagem de Al na tela:

“E O JOGO COMEÇOU. DIVIRTAM-SE!”

PDV da Rafah

          Acordei em um lugar escuro. E apertado. Tentei me levantar, mas bati a cabeça. Ao meu lado havia paredes e um cronômetro. Havia um tipo de “mini-ventilador” perto de meus pés. Graças a esse ventilador, o local estava com ar.
          Senti algo de formato cilíndrico perto da minha perna. Era uma lanterna.
          Eu a liguei e vi que havia terra do lado das paredes. E em cima do teto. Eu estava enterrada. O lugar parecia uma espécie de caixão transparente.
          Soquei as paredes e chutei a parede que ficava perto de meus pés, mas nada aconteceu. O caixão era feito de um vidro super resistente. Porém, havia uma pequena brecha na parede perto dos meus pés.
          Me contorci dentro do caixão, tentando achar uma brecha maior, para que eu pudesse quebrar a parede e sair, mas nada. Comecei a me desesperar e então, comecei a gritar. Gritei com todas as minhas forças, mas parece que ninguém me ouviu.

Fim do PDV da Rafah

          Nós assistimos Rafah gritando e se debatendo. Uma janela no computador começou a piscar e eu cliquei. Era Al, se comunicando, tipo MSN.
-Se divertindo? – ele perguntou
-O que você acha? – respondi – Por que está fazendo isso a ela? Por que não a mim, ou Manu, ou Lucas?
-Porque não seria tão divertido. Queria torturar vocês. Todos. E que jeito melhor, senão torturando um de vocês na frente de todos? – ele disse
-Onde ela está? – perguntei
-E qual seria a graça se eu contasse? – ele disse, sarcasticamente
-Pra que é aquele cronômetro?
-Pra muitas coisas... – ele respondeu
-E essas coisas seriam...? – perguntei
-Quando ele marcar 2h, o ventilador parará de girar e ela terá que economizar o máximo de oxigênio possível. E quando ele zerar... – ele parou
-O que acontece? – perguntei, desesperada
-O caixão explode e sua amiga morre queimada. Divertido, não? Vocês têm apenas 7h. Boa sorte! – ele disse, fechando a tela de conversa

CONTINUA...

                                                                                                                   Autor::. Lucas Cordeiro

terça-feira, 12 de abril de 2011

42- Cena do Crime

          Queria continuar o dia inteiro ali com Patt, mas Manu começou a bater na porta, ou melhor, ela começou a chutar, ou socar a porta. Parecia que tentava arrombar a porta. Ela estava chamando a gente para ir tomar café.
          Estávamos sentados à mesa, tomando café. Kel ficou na sala, pois não queria sentar na mesma mesa que Kah. Já faz 3 meses que as duas estão sem se falar. Elas nunca ficaram tanto tempo separadas. Depois do café, Kel foi pegar seu carro para ir ao trabalho.
-Pelo menos, ela vai de ônibus – disse Kel, se referindo a Kah
          Naquele momento, um carro luxuoso parou em frente à mansão e buzinou. Kah saiu correndo e foi até lá. Era Nick, que passou para buscá-la. Ele pegou uma caixa, de onde tirou um lindo colar.
-Feliz aniversário de 3 meses! – ele disse, beijando-a
-Own... Não precisava... – ela disse
          Eles 2 partiram, enquanto Kel ficou de boca aberta.
-É... Acho que hoje ela não vai de ônibus – eu disse sarcasticamente

PDV da Kah:

          Cheguei ao trabalho junto com Nick e fui saltitando para o escritório onde ficava eu, Nick e Kel. Me sentei em minha cadeira e comecei o trabalho. Kel chegou meia-hora depois. Ela pegou um engarrafamento. Fiquei admirando meu colar e Kel olhava com rabo de olho. Obviamente, irritada.
          Assim que o turno acabou, eu e Nick nos preparamos para ir. Deixei meu colar em minha gaveta e fechei o escritório. Nós 2 chegamos à mansão pouco tempo depois.
-Tem certeza? Não quer ir a minha casa? Só nós dois... – sugeriu Nick
-Estou cansada... Outro dia, ok? – eu disse, beijando sua bochecha
          Entrei na mansão e fui dormir. No outro dia, quando cheguei no trabalho, encontrei uma aglomeração. Passei por eles e encontrei uns policiais tirando fotos. Quando me aproximei, vi Stella no chão, deitada num poça de sangue e com um buraco no peito.
          Fui até meu escritório e vi que minha gaveta estava arrombada. Meu colar tinha sumido!
-Ah, não – eu disse
-Meu nome é Horatio Caine. Criminalista. O que houve? – perguntou um dos policiais
-Meu namorado tinha me dado um colar. Só que o colar sumiu – expliquei
-Talvez o real motivo da invasão foi o colar. A vítima deve ter entrado no caminho do assassino... e pagou com a própria vida – disse o policial
-Tem razão – concordei
-Faz ideia de quem quisesse roubar o colar?
-Ahn... na verdade, faço sim

Fim do PDV da Kah

          Me sentei no sofá para assistir “Mike & Molly” com Jose, Kel e Bianca, quando a campainha tocou e eu fui atender. Um homem loiro de uns 40 estava na porta.
-Horatio Caine. Polícia de Miami. Kerolyne Martins está? – ele perguntou
-Sim, ela está... – eu disse, sem entender
          Chamei Kel até a porta para ela falar com o policial.
-Srta. Kerolyne, encontrei suas digitais numa cena de crime – disse o cara
-Como é? – perguntou Kel, assustada
-Suas digitais estavam na gaveta do escritório de Kamilla Menezes. A sua colega Stella foi encontrada morta no escritório e talvez a mataram porque ela tentou impedir o roubo do colar de sua amiga, que estava na gaveta onde achamos suas digitais.
-Eu não sei de nada – disse Kel
-Você vem conosco para interrogatório – disse o policial, levando Kel
          Fiquei encucada com aquilo. Kel não mataria. Nem roubaria. Quando anoiteceu, Lucas C e eu fomos até a empresa para saber melhor dessa história.
          Fomos até lá e eu fiquei do lado de fora, enquanto ele entrava na empresa na forma de vento. Ele foi até o escritório delas e disse que havia encontrada um fio de cabelo. Longo.
-E daí? – eu disse – Tanto Kel quanto Kah tem cabelo longo
-Mas esse fio é loiro. Nenhuma delas é loira – ele disse
-Vai até a sala de vídeos. Talvez você possa ver alguma coisa – ordenei
          Ele foi até a sala de vídeos e começou a assistir.
-E aí? – perguntei
-É, Kel roubou o colar – ele disse
-Como assim?
-É. Ela roubou o colar, mas quem matou Stella foi... AL. Ele entrou aqui procurando o colar. Stella apareceu na hora errada e sofreu as consequências
-Então isso tudo se trata de uma horcrux?
-É. E parece... que AL na verdade é uma mulher. E... não acredito! – ele disse, de maneira estranha
-O que? – perguntei, assustada
-Você não vai acreditar no que eu estou vendo!

No outro dia...

          Eu ainda queria saber como Nick conseguiu aquela horcrux, então, fui falar com ele.
-Onde você comprou o colar de Kah? – perguntei
-Por que você quer saber?
-Curiosidade – menti
-Na “S&S Jewelry” – ele respondeu
          Fui até essa joalheria e fui perguntar sobre o colar.
-Eu achei numa praia, em Miami – ele respondeu – Eu testei: o diamante é de verdade
-Se é... – eu disse, baixinho
          Expliquei a história a Manu assim que cheguei em casa.
-Bom, poupamos uma viagem a Miami – ela disse
-É, mas ainda preciso saber onde Kel escondeu a horcrux, então voltamos a estaca 0 – eu disse
-Falando na Kel, quando você... – perguntou Manu
-Hoje à noite – respondi
          Lucas me passou uma cópia da fita de segurança da empresa. Chamei Kah e Kel para uma pequena reunião de garotas.
-O que ela... – começou Kel
-Shh... – eu disse – Preciso que me ouçam
-Tá legal. O que foi? – perguntou Kah
-Preciso que vejam algo – respondi
          Coloquei a fita na TV e mostrei o vídeo em que Nick beija Kah.
-O que isso significa? – perguntou Kel
-Que você cometeu um erro – eu disse
-Me desculpa por ter te julgado, amiga. Me perdoa? – disse Kel
-É claro! – disse Kah
          Elas se abraçaram, mas eu tive que interromper o momento comovente.
-Mas antes: Kel, por que você roubou o colar da Kah? – perguntei
-Você roubou o colar? – perguntou Kah
-Bom, eu senti um mal pressentimento. Então, peguei seu colar para evitar que roubassem um pertence... da minha amiga- explicou Kel
-Own... – disse Kah
-Eu sei que você faria o mesmo – disse Kel
          Elas se abraçaram, finalmente fazendo as pazes. Tudo bem quando acaba bem.

                                                                                                                       Autor: Lucas Cordeiro