segunda-feira, 31 de outubro de 2011

105- Linhas de Sangue

PDV da Bianca

        Senti um vapor quente em minha nuca. Dei um sorriso. Dean me abraçava por trás.
-Bom dia! – eu disse, com um sorriso
-Bom dia – ele disse, beijando minha nuca
-Vamos nos levantar?
-Eu tinha outros planos. Planos que envolviam essa cama – ele sorriu
-Mas já?
-Estudos revelam que isso melhora o humor pro resto do dia
        Apenas o encarei e ele soube que a resposta era “não”.
        Tomei um banho frio para despertar e depois me arrumei para o trabalho. Eu e Dean fomos para a mansão tomar café com o pessoal.
        Na cozinha, estavam Ana, Allanis, Lucas C, Matheus e Jéssica. Estes dois últimos conversavam distraídos. Jéssica nem percebeu quando Dean foi correndo para abraçá-la.
-Jéssica! Quanto tempo! – disse Dean
-Dean! Eu não te vejo há tanto tempo! – ele disse, abraçando-o
        Eu e Matheus ficamos parados feito estátuas, tentando entender.
-De onde você conhece minha namorada? – disse Matheus, dando ênfase à palavra namorada
-De onde você conhece meu namorado? – fiz o mesmo
-Você namora minha irmã? – disse Dean
-Você namora meu irmão? – disse Jéssica
-Vocês são irmãos? – eu e Matheus dissemos juntos
        O pessoal observava tudo e se segurava para não rir.
-Dean Williams, Jéssica Williams... Vocês NUNCA perceberam? – Dean argumentou
-Sei lá... Pensei que fosse tipo “Silva” ou “Souza” no Brasil – disse Matheus
-Olhe pelo lado bom: - disse Lucas C, colocando os braços em volta do meu ombro e o de Matheus – agora vocês 4 tem uma ligação especial
         Não disfarcei a careta. Matheus também não.

Fim do PDV da Bianca

PDV do Matheus

        Antes de sair para trabalhar, Bianca trocou uns olhares de estranhamento com Jéssica. Saí da cozinha e fui para sala para não ter que falar com Dean. Obviamente, Nath veio me perturbar.
-Tô tão feliz por você e pela Jéssica! – ela disse, sarcasmo visível
-Vem cá, você não tem coisa melhor pra fazer, como engravidar ou plantar maconha? – falei, mal-humorado
-Marcelo tá viajando e minhas sementes de maconha acabaram – ela brincou – O jeito é te perturbar mesmo
        Sem demorar muito, Dean apareceu, querendo arrumar confusão.
-Olha só, fica longe da minha irmã. Ela não te quer – ele disse
-Sério? Não foi o que ela disse quando a gente foi pro hotel no mês passado – rebati
        Ele me deu um empurrão, batendo com as mãos em meu peito. Fiz o mesmo. Ele tentou dar um soco em meu rosto e eu me abaixei, aproveitando para socar seu estômago.
        Dei uma cabeçada em seu estômago e o derrubei no chão. Nisso, ele bateu palmas e criou uma pulsação que me jogou para longe.
-Peraí – eu disse, tentando processar tudo – Você é mutante?
-Sou – ele disse, seriamente
-Karol, me dá seus óculos laser – disse – Vamos deixar isso mais interessante

Fim do PDV do Matheus

PDV da Bianca

        Eu estava a apenas duas quadras da mansão e meu telefone já estava tocando. Era Allanis:
-Volta JÁ pra cá – ela dizia
-O que? O que foi? – perguntei
-Matheus e Dean estão na maior briga. Você precisa vir pra cá antes que eles derrubem a mansão
        Virei bruscamente o volante e voltei em disparada para a mansão. Realmente, a briga estava feia. Eles até estavam usando os poderes. Bom, não Matheus, senão Dean já teria sido destruído.
-Foi o seu namorado que começou, não é? – perguntei a Jéssica
-Não. Foi meu irmão e SEU namorado – ela respondeu – Por SUA causa. É por isso que você não é a garota certa pra ele
-Me desculpa, o que você acabou de dizer?
-Que eu não te quero com o meu irmão
        Como Eric (de Paris) havia deixado as armas que usamos contra Lucas C, Jéssica aproveitou e pegou a mochila a jato de Rafah. Ela usou os tentáculos robóticos para me atacar mas eu criei uma barreira para me proteger.
-Há! Não me atinge! – provoquei
        Ela passou um tentáculo por cima da barreira e o usou para puxar meu cabelo.
-Ai, vaca! – berrei
        Puxei o tentáculo e a derrubei. Comecei a puxar seus cabelos também.

Fim do PDV da Bianca

PDV do Matheus

        Tentei lançar um raio contra Dean, mas ele desviou e eu acertei um espelho. Ele veio para me atacar, mas eu dei uma cotovelada em seu estômago. De repente, só ouvi alguém gritar:
-Para!
        Uma forte ventania invadiu a sala, nos jogando contra as paredes. Era Lucas C:
-Matheus, pede desculpas! – ele ordenou
-O que? Eu não vou...
        Lucas C ergueu sua mão em chamas e eu, relutante, pedi desculpas. Depois, foi a vez de Bianca.
-Me desculpa – ela disse
-Pronto! – disse Lucas C – Agora deem um abraço
-Eu não vou abraçar ela! – Bianca protestou
-Abraça ela que eu tô mandando!
        Todos ficaram surpresos em como ele conseguiu nos parar.
-Estou treinando para quando Jenny virar adolescente – ele brincou
        Por fim, eu, Dean, Jéssica e Bianca fomos todos conversar.
-Acho besteira a gente ficar brigando. Afinal, agora somos da família – eu disse
-É... – concordou Dean
-Mas isso não significa que precisamos gostar um do outro, né? – disse Jéssica
-Não – disse Bianca – O que é bom, porque eu nunca gostei de você mesmo
         Elas começaram a discutir. Quando nos demos conta, Lucas C assistia a tudo, de braços cruzados e batendo o pé.
-Ou então a gente pode ser amiga – sugeriu Jéssica
-Também é uma boa – Bianca concordou

104- Fale Agora ou Cale-se Para Sempre

PDV da Karol

         Quando Léo me pediu em casamento, eu acho que foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Estava ansiosa para ter minha filha e agora que já tenho Daniella, só falta uma coisa: me casar.
         Assim que o relógio despertou, acordei com um salto. Chegou o grande dia!
         Meus pais e meus irmãos já estavam no avião, a caminho de Hollywood e eu estava no caminho para me tornar uma mulher de família!
         Léo tinha saído quando acordei. Ele era bem supersticioso, então não queria ver a noiva antes do casamento.
         Peguei Daniella no colo e fui até a mansão toda saltitante.
-É hoje! É hoje! É hoje! – cheguei gritando na mansão
         Nath veio aos gritos para me receber. Ana e Bianca também vieram aos gritos. Allanis não quis ficar de fora e se juntou à gritaria. Nós 5 ficamos gritando de felicidade.
-Meu Deus! É muito grito pra uma casa só! – exclamou Matheus
-Cala a boca, Matheus. Ninguém te perguntou nada – disse Ana
-Não estou falando isso por mim. Estou falando pela Daniella – ele disse
         Eu e as outras garotas fomos para o porão para falar ais sobre o casamento Um lugar onde poderíamos gritar sem que ninguém reclamasse.
-Seu pai vai concordar com esse casamento? – Allanis perguntou
-É claro! Ele já concordou! – respondi
-Não é com O casamento e sim COMO você vai se casar – ela ressaltou
-Ah, isso – eu disse, desanimada
         Esqueci disto. Como será que meu pai reagiria ao jeito que eu ia me casar.
         Foi quando ouvimos a campainha. Saberíamos a resposta agora.
-Pai! Mãe! – eu disse
-É hoje que a minha filhinha vai finalmente se tornar compromissada – disse meu pai
-Só assim pra criar juízo – brincou Karynne, minha irmã
-Pai, mãe... precisam saber algo sobre o meu casamento... – eu disse, seriamente
-O que tem seu casamento? – perguntou minha mãe
-Ele vai ser na praia – respondi
         Meus pais ficaram calados. Esperei que eles começassem a reclamar e dizer que eu perdi a cabeça ou alguma coisa dessas, mas o que meu pai disse foi:
-Ainda bem! Ficar de terno nesse calor seria um castigo!
-Como é? – eu disse, perplexa
-Não me leve a mal, mas se eu tivesse que usar o terno nesse calor, eu não ficaria até o final do casamento – ele disse
         Nada de véu, nem de grinalda. Nada de longo vestido branco. No lugar de tudo isso, um biquíni azul com estampa florida. Nada de salto alto, um chinelo servia. Tá aí a minha roupa pro meu casamento.
         Na praia, havia uma mesa com o bolo e os doces; um carro com caixa de som seria o responsável pela música e uma pequena tenda improvisada – com flores e tudo – seria o altar.
-Esse casamento é no mínimo... diferente – disse Thaís – Mas eu gostei
-É bom mesmo – brinquei
         Os convidados todos se aprontaram em seus lugares. Antes de o casamento começar, Lucas C veio falar comigo.
-A Allanis me disse que o Léo te pediu em casamento há mais de 1 mês. Por que você demorou tanto? – ele perguntou
-Porque eu queria que você estivesse aqui, que a família estivesse completa – respondi
-Droga. Eu prometi a mim mesmo que não ia chorar – ele disse
-Vem cá – eu disse, abraçando-o
        Meu pai veio e segurou o meu braço para que pudéssemos começar a cerimônia. Para a surpresa de meu pai – e minha também – começamos a cerimônia ao som de uma versão funk da marcha nupcial. Eu e meus pais fomos rindo até o altar.
-Estamos aqui nesse dia... Ah, que se dane – disse o pastor – Karol, você aceita Leonardo e blá blá blá?
-Aceito – respondi
-Leonardo, blá blá blá?
-Aceito – Léo respondeu
         Ficamos esperando ele dar a ordem para a gente se beijar.
-Andem logo, não tenho o tempo todo. Também tenho um enterro pra ir – disse o pastor
         Depois que nós nos beijamos, foi a hora de começar a festa.
         Antes de tudo, Nath, Ana e Allanis disseram que queriam fazer uma surpresa para mim.
-Qual é a surpresa? – perguntei
        Elas três foram para o mar e fizeram uma coreografia de “Garota na Chuva”.
-Só vocês mesmo – eu disse, rindo
-É, só nós – disse Allanis
        Lucas S foi organizar as músicas da festa, enquanto eu ia partir o bolo.
-Ué. Cadê a mesa do bolo? – eu disse
-A maré tá levando – disse Matheus
-Corre, pessoal, corre! – gritei – Não deixa a água levar o bolo
        Eu, Nath, Allanis e Bianca saímos correndo pra pegar o bolo, que estava sendo levado pelo mar. Porém, não alcançamos o bolo e ele foi pro mar aberto.
-Olhe pelo lado bom: menos calorias – disse Bianca
        No alto-falante do carro podíamos ouvir “Casualty of Love”, da Jessie J.
-Karoline e Leonardo, vocês são solicitados na pista de dança – disse Lucas S

I will go down to the last round, (Eu vou até a última rodada)
I'll be your strength to find you when you get lost in the crowd (Serei sua força pra encontrá-lo quando você se perder na multidão)
So I'll stand up tall if by chance I fall (Eu vou de cabeça erguide e, se eu cair)
Then I'll go down as a casualty of love. (Eu cairei como uma vítima do amor)

        A “pista de dança” era um círculo na areia feito com um graveto. Ainda assim, com uma música daquelas, continuava sendo romântico.
-Eu te amo – disse Léo
-Eu também te amo – eu disse
-E Essa areia tá deixando os meus pés pinicando
-Os meus também – eu ri
        Ficamos ali, dançando, aproveitando o melhor momento de nossas vidas, sem se importar com a areia.

Fim do PDV da Karol

103- As Três Palavras

PDV do Matheus

         Depois da festa que fizemos para Lucas C, cada um de nós foi para sua casa ou quarto. Eu e Jéssica fomos para o meu quarto. Estávamos naquela fase do namoro em que passávamos a maior parte do tempo no nosso lugar favorito: a cama.
-Tento me lembrar quando foi a última vez que viemos aqui para dormir – brinquei
-Eu me lembro: agora – Jéssica se virou para o lado e fingiu que estava dormindo
-Você é incrível. Eu te amo – eu disse, rindo
-Obrigada
         Na hora, parei de rir.
-O que você disse? – perguntei
-Eu disse “eu te amo também” – ela despistou
-Não. Você disse “obrigada”. Por quê?
-Porque fico agradecida por você me amar – ela despistou mais uma vez
         Jéssica virou para o lado e fingiu que eu estava dormindo para que eu não insistisse.
         No outro dia, quando acordei, Jéssica já tinha ido. Eu precisava falar com alguém sobre aquilo, mas tinha que ser alguém que não contaria a ninguém.
-Então, é isso – terminei de explicar a Lucas C
-Peraí, peraí –ele disse – Você tá pedindo conselho a mim? Allanis tinha razão: as coisas por aqui mudaram mesmo
-Você prestou atenção no que eu disse? – perguntei – O que Julie respondeu quando você disse “eu te amo”?
-Ela disse “eu também te amo”
         Aquela não era exatamente a resposta que eu queria.
-Ah, claro! – exclamei – Pra que fui perguntar ao casal mais feliz do mundo? Se depender, ela engravidou logo na primeira vez!
-Primeiro: não foi a primeira vez. Se 5 anos de namoro fossem feitos de abraços e beijinhos, a humanidade não sobreviveria. E segundo: - ele parou para pensar – meus argumentos acabaram. Pode continuar.
-Isso não está dando certo. Vou perguntar a Nath
         Lucas C levantou uma sobrancelha e segurou uma risada.
-Cara, você surtou mesmo! – ele brincou
-Nem uma palavra
         Fui até a casa de Nath, para ver qual era a opinião dela – apesar de ter medo do rumo que a conversa tomaria.
-Ela disse “obrigado”? – ela perguntou
-É – confirmei
         Nath começou a dar risadas escandalosas.
-Tchau, Nathália – eu disse
-Calma, calma. Já parei – ela me segurou pelo braço – Agora fala, neném. Por que você tá triste?
-Depois você se pergunta por que nunca peço as coisas pra você. Pra que perguntaria a alguém que já fez na mesa de sinuca, no avião, no banheiro do aeroporto...
-Não, não. No banheiro do aeroporto foi a Ana
-Pensei que a Ana tinha sido no Rock In Rio
-Ah, esquece. Vamos voltar ao assunto: você surtou por causa disso? Podia ser algo pior. Ela podia ter falado outro nome. Ela poderia ter dito que não estava bom...
-Tá, tá. Não precisa entrar em detalhes – eu a interrompi
         Saí da casa de Nath e parei para pensar. Por que nunca dá certo pedir conselho ao pessoal?

PDV da Jéssica

         Fui conversar com Allanis. Matheus tinha surtado e eu tinha que pensar em algo que pudesse fazer ele parar de surtar.
-Sua débi! O que deu na sua cabeça pra falar “obrigada”? – ela reclamou
-Sei lá! Fiquei nervosa, não sabia o que dizer – eu disse
-Nervosa? O que tem de complicado num “eu também te amo”?
-Eu não esperava que ele dissesse isso. Achei que ele estava brincando
         Allanis levou a palma da mão ao rosto.
-Parabéns! São o casal perfeito: ambos tem um parafuso a menos – ela disse

Fim do PDV da Jéssica

PDV do Matheus

         Perto do “L.A. Medical Centre”, havia um restaurante chique. Ana disse que eu podia levar Jéssica e botar na conta dela. Será que mesmo levando ela pra um super jantar ela ainda diria “obrigada”?
-Aqui é um restaurante bonito – ela comentou
-É... – eu respondi
         Ficamos alguns minutos em silêncio. O garçom fez o silêncio ser quebrado quando nos perguntou o que queríamos. Depois, voltamos ao silêncio. Não aguentei e falei:
-Por que você não disse “eu te amo”? – perguntei
-Como é? – ela disse
-Você disse “obrigada”. Por quê?
-Estava sendo educada.
         Olhei para ela de maneira que ela entendesse que eu não acreditei no que ela disse.
-O que importa é que eu gosto de você do jeito que você é. Eu te amo – ela disse
-Obrigado – brinquei
-Se fizer isso de novo eu arranco seus olhos. Entendeu? – ela riu
-Ok, entendi – eu disse

Fim do PDV do Matheus

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

102- Armadilha

Em algum lugar no meio de Londres...

        Eu sei que vocês já estão acostumados a ler as narrações de Allanis, mas aqui não é ela. Nem Lucas C. Nem Lucas S. Nem Ana, Nath, Matheus ou qualquer outra pessoa da família. Eu nem mesmo faço parte da história! Só achei que talvez vocês devessem ver as coisas de um ponto de vista diferente.
***
         Já era tarde. Entre 23h e 0h. Um grupo de 4 amigos entrou nesse bar que havia em plena Londres. Acabaram de entrar na faculdade e eram oficialmente maiores de idade.
         Chris, um dos 4 amigos, era alto, musculoso e tinha um topete. Era o típico descolado.
         Paul era loiro e usava um cabelo no melhor estilo surfista. Ah, ele é surfista.
         Chase era bem magro, não devia passar de uns 55kg. Ainda assim, era um sujeito carismático e, apesar de magricela, tinha característica que atraía qualquer garota.
         Por último, Greg. Ele era o tipo de pessoa que gosta de ficar sozinho. É claro que sempre se diverte com seus amigos e vai à festas. Mas Greg era diferente dos outros. Ele tinha um dom. Ele era um mutante.
         Os 4 se sentaram no balcão e foram atendidos pelo barman.
-O que desejam? – perguntou o barman
-Cachaça, cerveja, o que for. O que puder deixar a gente bêbado! – disse Chris
         O barman revirou os olhos. Já estava cansado de ver adolescentes como eles.
         Na pista de dança – o que talvez fosse um termo muito bom para uma espelunca daquelas – algumas pessoas dançavam ao som de alguma música de Jessie J que os rapazes não sabiam o nome.
         Eles se viraram para a porta, para ver se “alguém interessante” – usando a linguagem de Chase – entrava no lugar. Para a sorte deles, entrou.
         Uma linda garota, que aparentava ter entre 20 e 22, entrou no bar. Tinha cabelos pretos amarrados num rabo de cavalo, usava uma blusa curta que deixava a barriga à mostra e um short jeans que se medisse 30cm era  muito.
-Uau! – exclamou Paul
         A garota se sentou ao lado de Greg e pediu um refrigerante diet ao barman. Os amigos encorajaram Greg a conversar com ela.
-Sabe, - começou Greg – assim que você entrou aqui, seus olhos me chamaram atenção
-Sério? Meus olhos? – disse a garota – Eu já fui elogiada várias vezes, mas, de todo o meu corpo, foi a primeira vez que elogiaram meus olhos
         A garota arqueou a coluna, fazendo com que seu decote já enorme ficasse ainda maior. Greg teve a impressão de que se a garota arqueasse mais, seus seios pulariam para fora da blusa.
         Greg pensou no que dizer, mas era complicado. Estava distraído com a visão privilegiada – e quase completa – dos seios da garota e a música estava muito alta. Ah, a música!, ele pensou.
-Quer dançar? – Greg perguntou
-Na verdade, quero fazer várias outras coisas com você. Menos dançar – ela sussurrou o final no ouvido de Greg
         Ele deu um sorriso, entendendo o que ela queria dizer.
-Na minha casa ou na sua? – ele perguntou
-Na minha – respondeu-lhe a garota – Lá teremos privacidade para fazer o que quisermos
         A garota se levantou e chamou Greg para acompanhá-la. Antes de sair do bar, ele disfarçou e fez um sinal com o polegar para os amigos, que festejaram quando viram que ele conseguiu seu objetivo.
         Greg foi junto com a garota até uma casa que ficava a uns 4 ou 5 quarteirões depois do bar.
-Você tem alguma fantasia? – a garota lhe perguntou ao chegarem
-Muitas – disse Greg
-Ótimo! – disse a garota – Me espere aqui na sala. Pode ficar a vontade.
         Ela passou por uma porta e deixou Greg esperando na sala. Ele tirou os sapatos e a camisa para “adiantar o trabalho”
         Poucos minutos depois, a garota voltou, vestindo uma roupa colante de enfermeira e usando um forte batom vermelho.
-Você está se sentindo mal? – ela disse, fazendo uma voz sexy, o que não era muito difícil para ela
-Ah, eu estou sim – disse Greg, entrando no personagem
-Então me deixe cuidar de você
         A garota deitou Greg no chão e foi passando a mão em seu peito. Ela foi beijando lentamente seu pescoço e lambendo seu peito.
-Está ficando melhor? – ela perguntou
-Não, enfermeira. Preciso que faça mais para eu melhorar – ele disse
        Ela retirou o cinto de Greg e ia fazendo carícias em sua nuca. Depois, foi lentamente abrindo cada botão de sua roupa de enfermeira.
-Isso está fazendo você melhorar? – ela disse
-Está sim. Continue – ele disse
        Ela retirou a roupa de enfermeira e, por fim, ficou só de calcinha e sutiã. Depois, tirou as calças de Greg.
-Você está gostando? – ela disse, enquanto retirava o sutiã
-Muito – ele respondeu
         A garota pressionou os seios descobertos sobre o corpo de Greg. Depois, acabou de despi-lo.
-Agora, você é o doutor. Cuide de mim – ela sussurrou em seu ouvido
         Greg se virou e se posicionou em cima da garota. Agora a encenação acabara.
-Assim está bom – a garota gemeu
         Ela cravou as unhas no peito de Greg e foi arranhando-o. Depois, pediu que fizessem uma pausa.
-Eu tenho mais coisas que podem te empolgar. Você quer? – ela perguntou
-Quero sim – ele disse, entusiasmado
         A garota passou novamente pela porta. Depois, voltou com uma roupa de mulher-gato e segurando um chicote.
-Agora, você é um rapaz levado. Precisa aprender uma lição – ela disse
         Ela veio por trás de Greg e passou o chicote ao redor do pescoço de Greg. Logo depois, começou a apertar mais. Greg começou a sentir falta de ar.
-Está ficando apertado – disse Greg
-É um bom sinal – disse a garota
         Então, a garota deu um último puxão no chicote e girou a cabeça de Greg, quebrando seu pescoço.
-Esse foi o mais fácil – ela suspirou – Pelo menos, morreu feliz
-Bom trabalho, Melissa – disse Jack Williams, aparecendo para ver o trabalho da aprendiz
-Meu trabalho é sempre bom
         Jack se aproximou do cadáver de Greg e tocou no alto de sua cabeça, pegando seus poderes.
-Hmmm... Ele voa. Pode ser útil – disse Jack
-Eu sei escolher bem, não sei? – Melissa se gabou
-Foram apenas 10. Ainda tem muitos espelhados por aí. O que me diz?
-Não vejo a hora de pegarmos o próximo – ela respondeu

101- Apenas Humano

          Assim que a correria acabou, Pattison levou Hayley e os outros de volta à Paris, pois eles não poderiam ficar muito tempo em Hollywood. Enquanto isso, nós íamos junto com Lucas C de volta à mansão.
          Estávamos exaustos, Lucas principalmente, mas precisávamos comemorar. Foram 3 meses de correria, nervosismo e ansiedade. E finalmente acabou.
          Quando chegamos, Lucas C foi se sentar no sofá, deixando escapar um resmungo de dor. Na mesma proporção que ele bateu na gente, a gente também bateu bastante nele.
          Olhando ao redor da mansão, percebi que havia algo de diferente. Para falar a verdade, estava bem na cara: os equipamentos de uma banda. Os PsyckoManiacs estavam lá.
-O que é aquilo, Matheus? – perguntei
-Vamos fazer uma festa. Pensei em improvisar um karaokê – ele disse
          Matheus puxou Lucas C para cantar com os PsyckoManiacs.
-Eu não estou a fim de cantar – resmungou Lucas
-Vamos! Entra no ritmo do rock! Você já está com a barba. Só falta cantar – brincou Matheus
           Lucas o encarou. Obviamente não gostou da piada sobre a barba. Ainda assim, estava feliz o suficiente para cantar,
-Tá legal – desistiu Lucas – Eu topo. Mas vocês todos vão ter que cantar comigo. Cada um de vocês
           Com Matheus, ele cantou “Wake Up Call”, do Maroon 5. Depois, com Ana, ele cantou “Do It Like a Dude”, da Jessie J. E com Nath, cantou “Check It Out”, do Will.i.am com a Nicki Minaj.
-Allanis, não leve a mal a letra dessa música que eu quero cantar contigo, tá legal? – disse Lucas
-E qual é? – perguntei
            Como resposta, ele começou a cantar o primeiro verso de “If I Never See Your Face Again”, do Maroon 5 com a Rihanna. Eu cantava as partes da Rihanna e ele, as do vocalista do Maroon 5.
-Já que Bianca é “das antigas” – Lucas fez asa aspas com os dedos – eu sei a música perfeita para o nosso dueto
-“Das antigas”? – ela reclamou
-Vai cantar ou não? – Lucas rebateu
           Ele começou a fazer uns “ahan, ahan” e foi fácil descobrir que música era: “Umbrella”, da Rihanna com o Jay-Z.
           Já com Karol, ele cantou “That’s What You Get”, do Paramore.
-Bom, pessoal – ele disse, ao acabar de cantar com Karol – foi muito bom fazer esses duetos com vocês, mas essa música agora é muito pessoal pra mim
           Lucas começou a cantar “Monster” do Paramore

I’m only human (Sou apenas humano)
I got a skeleton in me (Eu tenho um esqueleto)
But i’m not the villain (Mas eu não sou o vilão)
Despite what you’re Always preaching (Como você anda falando)
Call me a traitor (Me chame de traidor)
I’m just collecting your victims (Eu apenas recolho as suas vítimas)

          Notei que Julie estava começando a ficar com raiva porque Lucas cantou com todos, menos com ela.
-Agora, a última música da noite – anunciou Lucas – Sabe, esta outra música também significa muito para mim. E para outra pessoa também – ele deu um sorriso – É um pouco lentinha, então não vão poder se empolgar.
           Quando Matheus começou a tocar no violão, Julie fez uma expressão de surpresa e alegria ao reconhecer a música: “Hate That I Love You”, da Rihanna com Ne-Yo. Lucas sinalizou com o indicador para que Julie subisse ao palco.

And i hate how much i love you, girl (Eu odeio o quanto eu te amo, garota)
I can’t stand how much i need you (Eu não suporto o quanto eu preciso de você)
And i hate how much i love you, girl (Eu odeio o quanto eu te amo, garota)
But i just can’t let you go (Mas eu não posso te largar)
And i hate that i love you so (E eu odeio te amar tanto assim)

          No final, Julie abraçou Lucas e sussurrou algo em seu ouvido e ele respondeu com outro sussurro.

PDV do Lucas C

-Promete que não vai embora de novo? – ela perguntou
-Prometo – respondi

Fim do PDV do Lucas C

domingo, 23 de outubro de 2011

100- O Monstro No Espelho (Parte 2)

PDV do Lucas C

         O vento batia em meu rosto. Abri os olhos, ainda um pouco cansado. Olhei ao redor. Estava deitado em um campo e vestia um manto branco. Me levantei e percebi que o campo não tinha um fim.
-Que lugar é esse? E por que estou vestindo esse manto branco? – falei comigo mesmo
         Continuei andando. Devo ter andado por uns 20 minutos e não vi nenhum limite, nada que indicasse o fim do campo. Foi quando avistei uma pessoa. Tentei voar, mas não consegui, então corri. Conforme fui me aproximando, percebi que conhecia a pessoa que tinha avistado. E o mais estranho é que ela também usava um manto branco.
-Pai! – eu disse, abraçando-o – Quanto tempo!
-É mesmo! Senti saudades! – ele disse, enquanto me abraçava
         Conversamos por um tempo, mas não pude deixar de reparar no campo e em nossos mantos brancos.
-Que lugar é esse? – perguntei
-E onde mais você poderia me encontrar? Filho, você está no céu!

Fim do PDV do Lucas C

         A mansão estava destruída. Paredes abertas, lâmpadas quebradas, móveis destruídos. Meu rosto estava repleto de cortes e meu braço sangrava. E eu não era a única machucada. A roupa de Nath estava rasgada, Karol havia torcido o pé, Thaís machucara a perna com o vidro estilhaçado da janela e Bianca provavelmente tivera a mão quebrada por um soco de Lucas C.
         O nosso Lucas C havia sumido e só sobrara o Lucas descontrolado. Agora nada o impedia. Comecei a chorar. Eu tinha prometido a mim mesma que não deixaria que Lucas C morresse, como Manu, mas não consegui cumprir a promessa. Me sentia uma inútil.
-Você está bem? – perguntou Ana
-Não. Preciso ficar sozinha – disse, secando as lágrimas
         Fiquei sentada no chão, sozinha. Peguei um pano e enrolei no braço para estancar o sangramento. De repente, Lucas S apareceu para falar comigo.
-O que foi? – perguntei
-Achei ele – ele respondeu, com um sorriso no rosto

PDV do Lucas C

-Peraí – eu disse, tentando processar tudo – Como estou no céu? E tudo aquilo que fiz enquanto estava descontrolado?
-Tem razão – disse meu pai – O céu não é o seu lugar
          Logo, nossos mantos passaram do branco ao preto, o céu escureceu e o campo começou a pegar fogo. Tudo ao nosso redor escureceu.
-Este é o seu lugar! – ele disse
          Ele correu em minha direção e lançou uma rajada de vento. Foi aí que liguei tudo.
-Você não é meu pai – afirmei
          Ele deu um sorriso e mudou de forma. Ele se transformou... em mim. Não me assustei. Já esperava isso.
-Pensou que eu fosse me assustar com esse lance do inferno? – perguntei
-Pra falar a verdade, pensei. Você é esperto – ele disse
-Obrigado. Você também – eu disse, sarcasticamente – Só há lugar para um de nós. Quem será?
-Vamos descobrir? – ele disse, acenando para que eu atacasse

Fim do PDV do Lucas C

-Concorda com meu plano agora? – disse Lucas S
-Sim – eu disse, relutante
          Íamos a toda velocidade. Ainda eram 4:30 da manhã, mas logo todos acordariam. Tínhamos que acabar com isso logo.
          Matheus e Nath conseguiram chegar antes. Estavam tentando conversar com Lucas.
-Vamos, Lucas. Eu sei que você está aí em algum lugar – disse Nath
-Por favor, nos ouça – disse Matheus
           Eu estava aceitando a ideia de matá-lo, mas algo me fez ter esperanças novamente.
-Riz? Teia? – disse Lucas C
           Matheus ficou boquiaberto, já Nath abrira um sorriso que ia de orelha a orelha.
           Quando estudávamos, chamávamos Nath de “Riz” e Matheus de “Teia” (Autor: longa história). Quando Lucas os chamou daquele jeito, percebemos que ainda tínhamos uma chance.
            Ana usou seus poderes de mudança de forma e se transformou numa loba, sua forma favorita nas batalhas. Ela pulou em cima de Lucas C e conseguiu segurá-lo por um tempo. Pouco tempo. Pedi que Lucas S checasse os pensamentos de Lucas C de novo.
-50% - disse ele, super espantado – Como isso é possível?
-Não sei. Só sei que está dando certo – eu disse
          Mike veio e lançou alguns ataques elétricos contra Lucas C. Hayley veio logo depois e o atacou usando suas espadas. Junto com ela vinha Karol, usando seus óculos especiais e Rafah usando sua mochila com tentáculos de robô. Thaís também atacava com algumas rajadas de vento.
-Oh-oh – disse Lucas S
-O que? – perguntei
-Caiu para 30%
           Resolvi me aproximar de Lucas c para conversar com ele, ajudá-lo a ter controle total.
-Lucas, você precisa lutar! – eu disse – Sabemos que está descontrolado, mas você pode conseguir tomar o controle de volta. Lute contra esse seu outro lado!
-Estou cansado de vocês me atrapalhando – disse Lucas. Senti que esse era o outro Lucas, o do mal
-O que você vai fazer? – ameacei
           Ele me respondeu mostrando o punho e o transformando numa lâmina afiada.
-Vai me matar? Vá em frente! – ordenei
          Logo, ele correu na minha direção, me apontando sua lâmina afiada.
-Allanis, não! – gritou Pattison
          No último segundo, quando sua lâmina estava a 1mm de meu tórax, ele parou e recuou. Sorri e chamei Julie. Ela trazia Jenny em seus braços, o que deixou todos os outros preocupados.
-Eu sei que está aí. Sei que pode me ouvir – ela disse, se aproximando mais e mais – Preste atenção: eu sei que você consegue sair dessa. Você VAI sair dessa
          Julie estendeu a mão e acariciou o rosto de pedra de Lucas C. Algumas lágrimas escorreram dos olhos de ambos.
          Quando percebemos, o corpo de Jenny e Lucas C estava brilhando. E o de Jéssica também.
-O que está acontecendo? – perguntei
-Ela está usando meus poderes. Aprimorando, na verdade – respondeu Jéssica – Tudo para curar o pai. Como uma garota de 2 anos e meio consegue fazer tudo isso? – ela disse, impressionada
           De repente, as pedras no rosto de Lucas começaram a desaparecer, assim como o resto dos elementos espalhados pelo seu corpo. Seu cabelo estava grande e a barba, mal-feita. Afinal, estava fora de controle há 3 meses.
          Julie o abraçou. Os dois choravam. Logo depois, todos nos juntamos e demos um grande abraço.
-Finalmente, o pesadelo acabou – eu disse
-É, acabou – disse Lucas C, dando um pequeno sorriso

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

99- O Monstro No Espelho (Parte 1)

          Pela primeira vez desde a morte de Manu, eu finalmente consegui ter uma boa noite de sono, pois tudo estava correndo bem. Apesar de Lucas C estar piorando, nós estávamos trabalhando bastante nele. Tínhamos reforço e estávamos mais ocupados do que nunca tentando achar uma maneira de curá-lo. A loucura estava finalmente acabando.
          Eric (o de Paris, óbvio) tinha transformado o porão da mansão em seu “super laboratório”. Estava criando várias tranqueiras tecnológicas que pudessem ajudar Lucas.
          Não sabíamos quando seria, mas estávamos todos ansiosos pela última batalha com Lucas C. Aliás, toda noite nós treinávamos, batalhando uns com os outros. Essas batalhas serviam para aprimorar nossos poderes.
          Hayley também ensinou a Matheus a usar melhor as espadas e Jack ensinou Thaís a aprimorar seus poderes de vento. Estávamos todos empenhados nessa missão.
          Infelizmente, Bianca, Ana e Nath não podiam usar seus poderes pois Lucas os roubou. Mas isso estava prestes a mudar.
-Por que chamou a gente, Eric? – perguntei
-Algumas de vocês estão muito fracas pois Lucas roubou seus poderes, certo? – ele disse
-Infelizmente – respondeu Bianca
-Isso vai mudar agora – disse Eric, entregando pulseiras a elas – Essas pulseiras irão reintegrar as células de seus corpos que controlam seus poderes
           Ana colocou sua pulseira e logo mudou de forma para ficar igual à Beyoncé.
-Baby, estou de volta! – ela gritou, feliz
-Chique e tecnológico. A combinação perfeita – disse Nath
-Obrigado – disse Eric
           Continuando, Eric chamou Rafah e Karol, que são as únicas do pessoal que não tem poderes e também Jéssica, já que seus poderes não poderiam ajudar muito numa batalha.
-Não podemos deixar ninguém de fora – disse Eric
           Ele entregou um óculos escuros para Karol.
-Isso vai fazer o que? Me proteger dos raios de sol? – ela disse, rindo
-Aperte o botão – disse Eric, bravo com a brincadeira de Karol
           Assim que ela apertou o botão, o óculos lançou um laser que deixou um buraco na parede.
-Ele não protege dos raios de sol, mas eu posso te dar um óculos comum, se quiser – ele disse
-Não, eu fico com esse – disse Karol, envergonhada por ter zoado Eric
           A próxima foi Rafah. Eric colocou um disco em suas costas. Logo, o disco se transformou em uma mochila à jato e dela saíram tentáculos robóticos.
-Você pode usar esses tentáculos como seus “braços extras”. Podem ser bem úteis – explicou Eric
          Por último, foi a vez de Jéssica.
-Não se sintam mal – começou Eric – mas essa é a minha preferida
          Ele entregou duas luvas, parecidas com luvas de goleiro, à Jéssica. Assim que ela fechou o punho, as luvas se tornaram de material metálico e cobriram o braço de Jéssica, depois todo o corpo, formando uma armadura. E, para fechar, a parte das mãos se transformou em um tipo de canhão laser.
-Legal! – disse Jéssica
          Eric havia expandido o porão para que pudéssemos treinar ali. As meninas aproveitaram para testar seus novos poderes. Matheus colocou “Hands All Over”, do Maroon 5, para tocar no rádio durante o treino.
-Um pouco de rock para animar – ele disse
          Matheus foi lutar com Nath, enquanto eu lutava com Jéssica, Bianca lutava com Karol, Rafah lutava com Thaís. Hayley, Mike e os outros apenas observavam e ensinavam alguns macetes para a luta. Eles eram muito mais experts em luta do que qualquer um de nós.
           Passamos bastante tempo treinando. Só paramos perto da hora de dormir. Antes de Julie entrar na mansão, ela veio falar comigo.
-Será que vai dar certo? – ela perguntou
-Claro que vai! Temos reforços! – eu disse, otimista
-O que quero dizer é: estamos atrás dele há 3 meses e nada. Quem garante que vamos conseguir agora?
          Não consegui responder.
          Fui dormir com isso na cabeça. E acordei com isso na cabeça também: acordamos todos às 3:00 da manhã sendo atacados por Lucas C.
          Corremos todos para o porão para pegar as armas que Eric havia preparado para nós.
-Minhas luvas-canhão! Sumiram! – disse Jéssica
-Como? – me assustei, mas rapidamente me recompus: - Você vai ter que ficar de fora da batalha
          Lucas C explodiu a porta da cozinha e entrou na mansão.
-Vamos! Onde estão vocês? – ele berrou
-Aqui – respondi – Vamos te ajudar
-De novo? Já está ficando chato
-Bom, eu não vou te ajudar – disse Lucas S, surgindo atrás de Lucas C
           Lucas S segurava o canhão criado por Eric e o usou para atacar Lucas C.
-VOCÊ roubou o canhão? – perguntou Nath, indignada
-Eu disse que ia concretizar meu plano. Não importa como – ele disse, seriamente
           Rapidamente, Lucas C se levantou e jogou Nath contra a parede. Marcelo usou seu poder para lançar todos os objetos de metal da cozinha contra ele.
-Ele só controla 15% - disse Lucas S – Eu consigo ver
-Isso quer dizer que ainda temos 15% de chance de ajudá-lo – retruquei
            Matheus e Hayley usaram as espadas para atacar Lucas C, enquanto Karol usava seus novos óculos raio-laser.
-Só queremos te ajudar – disse Karol
-Eu sei! – disse Lucas C, agora era o verdadeiro que falava – Mas não consigo me controlar
           Lucas S voltou a ataca-lo com o canhão. Pedi a Nicole que o envenenasse para que ele não atrapalhasse a gente.
           Rafah tentou segurar Lucas C com os tentáculos de robô, mas ele conseguiu se soltar.
-Ele é invencível! – exclamou Thaís
-Nem tanto – disse Nicole
           Nicole pulou em cima de Lucas C e o envenenou. Ele caiu no chão como um saco de batatas.
-Por que não pensamos nisso antes? – exclamei
           Pegamos Lucas C rapidamente e o levamos para o porão. Eric o conectou a uns aparelhos para tentar curá-lo. Pouco depois, o efeito do veneno começou a passar.
-Merda! – exclamei – Ele está acordando
           Lucas C começou a se debater na mesa e se soltou.
-Prendam ele de novo! – eu disse
-Tarde demais – disse Lucas S, que acabava de acordar – Ele não tem mais controle de nada. Perdemos ele

CONTINUA...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

98- Agora ou Nunca

           Depois daquela luta no melhor estilo desenho japonês, Patt passou para buscar todos nós. Ele nos levou até a mansão.
           Lá dentro, Matheus e Jéssica conversavam na sala, enquanto Ana, Bianca, Karol, Rafah e Thaís limpavam a cozinha. Interrompi todos e os chamei até o quintal, onde Hayley e o resto do pessoal de Paris esperava.
-Quem são esse? – Bianca e Matheus perguntaram
-Pessoal, estes são Hayley, Mike, Jack, Nicole, Eric e Antonio – respondi – Vieram para nos ajudar com Lucas C
           Julie vinha de sua casa. Assim que deu de cara com o pessoal de Paris, ela correu até eles para cumprimenta-los.
-Quanto tempo! – ela exclamou, abraçando cada um deles
-Oi! Senti sua falta! – disse Hayley, retribuindo o abraço – Como vai Jenny?
-Ela está dormindo. Mas tudo isso está sendo complicado para ela. Sente muita falta do pai – explicou Julie
           Senti que ela fez questão de não mencionar o nome de Lucas. Desde que ele ficou descontrolado, ela evita ao máximo falar sobre ele, mas é algo complicado, afinal, ele não está viajando a trabalho ou alguma coisa do tipo.
-Por que vieram? – Julie perguntou
-Allanis nos disse que Lucas está muito forte – disse Mike – Ela nos chamou para que pudéssemos dar umas aulas de luta a vocês todos. Claro que alguns como Nath não precisam, mas quero todos, sem exceção, prestando muita atenção nas nossas aulas
-Quanto mais rápido vocês melhorarem nas lutas, mais rápido Lucas poderá ser curado – completou Nicole
-Prontos? – perguntou Jack
           Nós respondemos com um meneio de cabeça.
-Ótimo – disse Hayley, esfregando as mãos
           Patt nos levou até uma floresta que, segundo ele, ficava em algum lugar no sul dos EUA e era completamente deserta. Perfeita para os treinos.
-Então... – começou Hayley – Quero ver do que vocês são capazes
           Ela sacou suas espadas e começou a sacudi-las no ar como um malabarista.
-Você – ela apontou para Bianca – Vem pra cá
-Não vai dar – disse Bianca – Lucas roubou meus poderes
-Não tem problema – disse Hayley, com um sorriso
-“Não tem problema”? Tá maluca? Eu não tenho nenhum poder e você tem DUAS espadas!
-Tá legal... Você pode usar uma
           Hayley lançou uma das espadas na direção de Bianca, que desviou como se a espada fosse um meteoro.
-Pronta? – Hayley perguntou
-Não exatamente... – disse Bianca
           Antes que Bianca tivesse a chance de dizer mais alguma coisa, Hayley disparou em sua direção com a espada. Bianca saiu correndo e gritando. Hayley balançou a cabeça, obviamente desapontada com a reação de Bianca.
-Não, não – disse Hayley – Lucas já arrancou seus poderes. O que você tem a perder?
-Ahn, que tal a minha vida? – rebateu Bianca
-Eu não vim aqui para matar vocês. Não precisam ter medo de mim. Quero que sejam corajosos. Isso é essencial – ela disse
           Hayley mandou Bianca voltar para o seu lugar. Depois, analisou bem cada um do pessoal e sinalizou para que Rafah fosse lutar,
-Eu não tenho poderes – disse Rafah
-Peraí – disse Hayley – Quantos de vocês ainda tem poderes ou alguma, mesmo que seja mínima, chance de lutar?
           Apenas eu, Matheus e Julie levantamos as mãos. Hayley fez uma expressão instantânea de surpresa.
-Eric, têm alguma ideia do que fazer com os outros? – Hayley perguntou
-Várias – ele respondeu rapidamente – Já bolei alguns aparelhos que podem ajudar. Será que você – apontou para Pattison – pode me levar de volta à mansão? Preciso começar JÁ
         Pattison concordou e levou Eric de volta à mansão. Enquanto isso, Hayley chamou Matheus. Ela deu uma das espadas a ele.
-Gosto de lutas justas – ela deu um sorriso
         Rapidamente, ela correu em direção a ele com a espada e, para sua surpresa, ele conseguiu bloquear o ataque com a espada que recebera.
-Agora tá ficando interessante – ela deu um sorriso
         Ela começou a correr em volta de Matheus para confundi-lo e logo depois lançou a espada contra ele, que criou um vórtice que sugou a espada. Logo, a espada reapareceu em sua mão.
-Ótimo! Ótimo! – Hayley bateu palmas – Acho que estou a ponto de chorar!
-Eu sei que sou bom – Matheus mostrou como é “humilde”
-Tá, já chega. Vai embora – Hayley o empurrou
          Depois de dispensar Matheus, Hayley me chamou e jogou a espada para mim.
-Não vou precisar – eu disse
          Nem tive tempo para me preparar. Hayley correu em minha direção e deu uma cotovelada em meu peito, me jogando no chão. Aproveitei que já estava no chão e chutei suas pernas, derrubando-a.
          Logo depois, ela me pegou pela perna e me jogou contra uma árvore. Quando vi que ela vinha me atacar, desviei e ela deu de cara na árvore.
          Peguei uma pedra e lancei contra Hayley, que partiu a pedra com a espada. Quando ela veio me atacar, peguei suas espadas e dei para Nath.
-Ei! – Hayley exclamou
-Não tem regras – dei um sorriso. Hayley também
          Como já não podia mais usar seu truque principal, ela optou pelo mais previsível: socos. Ela começou a desvencilhar vários socos e eu desviei rapidamente. Durante um de seus golpes, peguei seu punho e depois a joguei no chão. Sentei em cima dela para impedir que ela se levantasse.
-Passei, professora? – brinquei
-Com honras – ela disse, rindo
-É... – disse Nicole – Parece que vocês estão prontos
-Qual o próximo passo? – perguntou Thaís
-Salvar Lucas – respondi

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

97- Reforços

         Matheus e Jéssica brigaram, se reconciliaram e se beijaram na chuva ao som de música romântica. Blá, blá, blá. Isso aqui não é o High School Musical. Temos coisas mais importantes para nos preocuparmos. A primeira delas: os reforços de Paris.
         Pedi a Pattison que me levasse junto com Nath até Paris.
-Preciso que nos deixe sozinhas – eu disse a ele, assim que chegamos
-Tem certeza? – ele disse, preocupado
-Tá tudo bem, Patt – eu o tranquilizei – Volte de noite para nos buscar, ok?
-Ok – ele concordou
          Nos despedimos com um beijo e ele foi embora.
          Eu e Nath ficamos observando a beleza da cidade por um tempo. Por mais que a nossa missão fosse importante, era quase impossível não admirar o lugar. Até mesmo Nath que já morou em Paris por um tempo ainda se encantava com o lugar.
-Ah, Paris! A terra dos amantes! – exclamou Nath, dando um forte suspiro
-É coincidência você ter engravidado aqui? – brinquei
           Ela me encarou, brava com a brincadeira, e eu me desculpei.
-Alguma ideia de por onde começar? – perguntei
-Tem um depósito não muito longe daqui onde treinávamos – disse Nath
-Tá legal, vamos para lá
          Chamamos um táxi para ir até o tal lugar. Já faziam 2 anos que eu não ia a Paris. A última vez foi no casamento de Nath. Aquele casamento doido, em que Nath se casou vestida de rosa.
          Pouco tempo depois chegamos ao depósito onde o pessoal de Paris costuma treinar. Do lado de fora podíamos ouvir o barulho de luta.
-Toc-toc – eu disse, batendo na porta
          Hayley veio correndo para me receber.
-Allanis! Quanto tempo! – ela disse, me abraçando
          Ela foi abraçar Nath logo depois.
-O que traz vocês aqui? – perguntou Mike
          Eu e Nath nos olhamos, tentando achar o jeito certo de dizer. Como não achamos, fomos aos poucos.
-Vocês souberam de Lucas? – perguntei
-Não. O que tem ele? – perguntou Antonio
-Ele... Ele está fora de si – respondeu Nath – Não consegue controlar as suas ações. Já nos atacou várias vezes. Inclusive, roubou os poderes de alguns de nós. Eu sou uma
-Nossa... – disse Hayley, ainda tentando entender o que dissemos
-Ele roubou os poderes de metade de nós. Precisamos de ajuda – eu disse – Vocês podem nos ajudar?
-É claro – disse Nicole
-Ele está muito forte. Não temos como combate-lo – argumentou Nath
          Hayley olhou para os outros e eles deram um sorriso.
-Nath, lembra como foi quando você entrou para a equipe? – perguntou Mike
          Nath abriu um sorriso. Eu fiquei sem entender nada.
-Pelos velhos tempos? – perguntou Hayley
-Pelos velhos tempos – Nath respondeu
          Hayley pegou duas espadas. Uma ela deu para Nath e a outra ficou com ela. Eu me sentei junto com os outros para assistir.
          Elas se saudaram como lutadoras de caratê e logo Hayleu correu para atacar Nath. Ela desviou e correu até uma pilastra. Ela partiu a pilastra com a espada.
-Parece que estou assistindo desenho japonês – brinquei
          Nath tentou surpreender Hayley atacando-a por trás, mas o elemento surpresa não deu certo. Por fim, Hayley deu um chute no estômago de Nath e a lançou no chão.
-Se o plano é vencer Lucas e ele está tão forte quanto dizem, vocês terão que se esforçar mais – disse Hayley
-Podem ter uns treinos com a gente – sugeriu Eric
-Ótimo! – exclamei – Mas os outros também vão precisar de treino. Poderiam vir a Hollywood com a gente
-É uma boa. As coisas andam meio paradas por aqui desde que Lucas e Nath foram embora – disse Nicole – Um pouco de ação não vai fazer mal
           Liguei para Pattison e pedi que ele nos buscasse.
-E então, qual o plano? – Nath perguntou
-Vamos treinar. Quando acabarmos, Lucas não vai escapar de novo – disse Hayley

domingo, 16 de outubro de 2011

96- Boa Noite, Boa Noite

Continuação do PDV do Matheus

-Ele não conseguia se controlar. Está ficando pior – expliquei
-O que a gente faz? – perguntou Jéssica
-Eu sei que vou me arrepender, – comecei – mas talvez a gente devesse pedir ajuda à Allanis e mais alguém do pessoal
            Ainda eram 09:30 da manhã, e provavelmente Allanis estava dormindo, mas se ela estava tão preocupada com Lucas c, não ia ligar se fosse acordada.
-Seu viado! Por que você me acordou? – ela gritou
            Tá legal, me enganei.
-Bom, aí eu o vi nesse hotel... – comecei a explicar tudo a ela
-Espera um pouco – disse Allanis – O que você estava fazendo no hotel ontem à noite? E como você sabia que Jéssica estaria lá?
-O que eu estava fazendo não é da sua conta e quanto à Jéssica, foi intuição masculina – menti
-E isso existe?
-Chame do que quiser. Eu considero meu sétimo sentido
-Sétimo? Não seria sexto? – ela ficou confusa
-A conversa está perdendo o rumo. Você entendeu o que eu expliquei? – perguntei
-Entendi o que você explicou. Essa história, nem tanto – ela disse
            Quando me virei, vi que Jéssica vinha junto com Nath.
-Qual é! Por que você chamou ELA? – reclamei com Jéssica
-Porque eu gosto dela e ela confia em mim. Diferente de CERTAS pessoas – ela respondeu
             Allanis e Nath ficaram paradas observando a conversa, sem entender nada.
-Como você quer que eu confie em você se você não confie em mim? – argumentei
-Não é que eu não confie em você, é que...
-É que...? – perguntei
-É complicado – ela mudou de assunto
-Eu já sabia – eu disse, sacudindo a cabeça em reprovação
             Durante minha discussão com Jéssica, Nath levou a mão à boca e arregalou os olhos. Ela me chamou para um canto para conversar.
-Vocês fizeram aquilo? – Nath perguntou
-Aquilo o que? – me fiz de bobo
-Jogaram Banco Imobiliário. O que você acha? – ela disse, irritada
-Como você descobriu?
-Tenho dois filhos, ou seja, já fiz isso várias vezes. É fácil descobrir quando os outros também fizeram – ela disse
            É engraçado como alguém como Nath insistia em dizer coisas como “fizeram aquilo”.
-Temos que ajudar Lucas, esqueceu? – ressaltei
-Não mude de assunto! Por que Jéssica está daquele jeito?
-Não te interessa – rebati
-Você “falhou”? – ela perguntou, rindo
-O que? Não! – eu disse, indignado com a pergunta
-Passou doença?
-Não! – eu disse – Eu só não te desintegro por causa da Cecília e do Eric. Se não fosse por eles, você já teria sumido há muito tempo
             E é exatamente por isso que eu não peço conselhos a Nath.
             Depois dessa conversa no mínimo constrangedora, eu e Nath voltamos à sala, onde Allanis e Jéssica conversavam.
-Quanto mais descontrolado fica Lucas, mais poderoso ele fica também – expliquei
-Já lutamos com ele várias vezes e não tivemos nenhum resultado – disse Allanis
-Talvez seja porque somos poucos – disse Jéssica
-Precisamos de reforços – eu disse
-Eu sei exatamente quem chamar – disseram Allanis e Nath juntas
             As duas correram para o telefone e disseram juntas:
-Hayley? Mike?
             Eu não fazia ideia de quem eram aqueles dois, mas elas pareciam animadas em falar com eles. Enquanto as duas ficavam no telefone, eu ia falar com Jéssica.
-Olha, quanto àquela discussão... – eu disse, me aproximando
-Não quero conversar – ela disse, saindo de perto
             Eu a peguei pelo braço e a coloquei contra a parede, literalmente.
-Olha, a gente não pode continuar assim – eu disse – A gente precisa confiar um no outro. O que você ia me falar?
-É complicado...
-O que é tão complicado? Por que você não me conta logo a verdade?
-Quer saber a verdade? – ela disse, com lágrimas brotando em seus olhos
-Se não for muito incômodo...
-Meu pai me forçou a fazer isso com Lucas – ela explicou
              Ela me empurrou e saiu chorando.
              De certo modo, acabei ficando aliviado. Jéssica não era a vilã da história, afinal.
-Eu e Nath vamos buscar Hayley, Mike, Jack, Nicole, Eric e Antonio amanhã – disse Allanis
-Cadê Jéssica? – perguntou Nath
-No quintal, chorando – respondi
-O que? Por quê? – disse Nath
-Porque eu não confiei ela – eu disse
              Expliquei tudo a Nath. Até que dessa vez ela não foi tão pirada para dar conselhos.
-Então é por isso que ela fez Lucas ficar doido daquele jeito? – disse Nath
-É – respondi
-Fale com ela. Peça desculpas – ela sugeriu
              O rádio estava tocando bem alto. Quando fui falar com Jéssica, começou a tocar “Goodnight, Goodnight”, do Maroon 5. Que coincidência.

I'm sorry (Me desculpa)
I did not mean (Não era minha intenção)
To hurt my little girl (Magoar a minha garotinha)
It's beyond me (Foi mais forte que eu)
I cannot carry the weight of the heavy world (Eu não posso carregar o peso de um mundo pesado)
So goodnight, goodnight, goodnight, goodnight (Então, boa noite, boa noite)
Goodnight, goodnight, goodnight, goodnight (Boa noite, boa noite)
Hope that things work out all right (Espero que as coisas voltem a funcionar)

-Olha, eu errei. Deveria ter confiado em você. Eu gosto muito de você e não quero te perder. Me perdoa? – eu disse a Jéssica
-Tá legal – ela disse, me beijando
             Quando ela me beijou, começou a chover. Outra coincidência.
             Voltei para dentro da mansão e fui falar com Nath.
-Valeu pelo conselho – eu disse – Mas, sabe, foi muita coincidência ter tocado “Goodnight, Goodnight” e logo depois chover
-De nada – ela disse
-Foi você? – perguntei, confuso
-Só a música. A chuva foi coincidência mesmo – ela riu – Até que sua prima não é uma cúpida tão ruim, né?
             Eu e Jéssica já havíamos resolvido nosso problema e tínhamos reforço a caminho. Estava chegando a última batalha contra Lucas C

Fim do PDV do Matheus

sábado, 15 de outubro de 2011

95- Não Julgue o Livro...


PDV do Matheus

          A briga de Allanis e Lucas S estava ficando feia, então resolvi tentar separá-los.
-Se eu fosse você, ficava na minha. Vai sobrar pra você – disse Ana
-Mas a briga tá feia! É melhor eu separar – eu disse
          Fui até os dois para separá-los, mas...
-Matheus, eu não te chamei aqui – Allanis e Lucas S disseram juntos
          Voltei para o meu canto depois de levar aquele coice.
-Eu te disse – disse Ana, deixando escapar uma risadinha
-Ah, não enche! – eu disse, irritado
           Como eu já sabia que aquela briga não ia acabar bem, resolvi sair para dar uma volta. O pessoal estava tão entretido com a briga que nem me viu sair. Assim que passei pela porta, dei de cara com Jéssica.
-Tá fazendo o que aqui? Vai fazer Allanis ficar descontrolada também? – eu disse sarcasticamente
-Allanis está aí? Preciso falar com ela – disse Jéssica
-Está, mas acho que não é uma boa ideia falar com ela agora – eu disse
-Pode ser com você? – ela perguntou
-Não. Estou ocupado – respondi
-Ocupado com o quê? Vai dar seu passeio noturno? – ela disse
-Quer saber? Eu não confio em você. Transformou nosso amigo em nosso pior inimigo
           Continuei andando e deixei Jéssica para trás. Infelizmente, ela insistiu e resolveu me acompanhar.
-Será que posso ter privacidade? – exclamei
-Tenho algo importante a dizer. Sobre Lucas – ela disse
            Fiquei intrigado, mas preferi não arriscar.
-Não quer mesmo saber o que é? – ela perguntou
-Pra que? Eu sei que você vai mentir – respondi
-Eu falei a verdade lá no Caribe. Por que eu mentiria agora?
            Pensei no que ela disse e até que fazia sentido. Resolvi dar uma chance a ela.
-Vamos a um lugar mais reservado – sugeri
            Fomos até um bar que havia do outro lado da cidade. Era melhor ela conversar apenas comigo. Eu sabia que não ia dar certo se ela fosse conversar com Allanis ou Lucas S.
-E aí? O que você tinha de tão importante a dizer? – perguntei
-Bom, você já sabe que fui eu quem deixou Lucas descontrolado – ela começou
-Obrigado por me lembrar – eu disse
-Vai me ouvir ou não?
-Me desculpa. Vai me transformar em um monstro por que eu te irritei? – falei sarcasticamente
-Sabia que não ia dar certo – ela disse, se levantando da cadeira
-Tá legal, eu vou ficar quieto – eu disse, segurando seu braço
            O barulho no bar era muito. Estava difícil de entender até mesmo meus pensamentos!
-Continuando... – ela disse – O que nem você nem mais ninguém do pessoal sabe é que...
             Antes que ela pudesse terminar de falar, começou a tocar “Moves Like Jagger”, do Maroon 5 com a Christina Aguilera. As pessoas disseram que eu e Jéssica tínhamos que dançar.
-Dança! Dança! – as pessoas gritavam
-E aí? – perguntei a ela
-O que temos a perder? – ela disse

(Trecho da Christina Aguilera):

You wanna know how to make me smile (Você quer saber como me fazer sorrir)
Take control, own me just for the night (Assuma o controle, me possua essa noite)
And if I share my secret (E se eu te mostrar meu segredo)
You're gonna have to keep it (Você terá que guardá-lo)
Nobody else can see this (Ninguém mais pode ver)

            Jéssica me puxou para o centro do bar e começamos a dançar. Apenas eu e ela estávamos dançando. O resto das pessoas apenas observava, como se fosse uma plateia.
           Na hora do verso da Christina Aguilera, Jéssica ficou de costas para mim e pressionou seu corpo contra o meu e foi descendo até o chão – com o corpo ainda grudado no meu. A plateia improvisada começou a aplaudir nessa hora.
-Que tal irmos a um lugar MAIS reservado? – perguntei

No dia seguinte...

             Jéssica e eu paramos. Precisávamos retomar o fôlego.
-Você é bom nisso! – ela disse, ainda recuperando o fôlego
-Anos de prática – brinquei
             Ela apoiou a cabeça sobre meu peito e ficamos conversando por um tempo. De repente, me lembrei de que ela não tinha me contado o que eu queria saber.
-Você não me disse qual era a “bomba”. O que era? – perguntei
-Você teve a noite inteira pra perguntar – ela despistou
-Sério? Não me parece a coisa mais comum a se dizer durante uma transa – eu disse sarcasticamente
              Ela abriu a boca, mas não disse nada. Parecia hesitante.
-Não confia em mim? – perguntei
-Não, não é isso – ela disse
-Então, o que é?
-É difícil de explicar
-Sabe de uma coisa? Eu devia ter imaginado que não devia confiar em você – eu disse, irritado
-Você não sabe da verdade. Se soubesse, não falaria isso – Jéssica tentou se defender
-É claro que eu não sei. Você não me conta!
-Esquece! Vocês homens são todos iguais! – ela disse, se vestindo e se preparando para sair
-Pode ir! Não preciso da sua ajuda! – gritei
             Puxei o cobertor e me cobri até a cabeça, tentando dormir. De repente, ouvi um barulho. Me virei para ver. Era Lucas C. Seu corpo tremia. Era o Lucas verdadeiro que estava no controle, mas com muita dificuldade.
-Preciso de ajuda. É muito difícil ficar no controle. Não sei por quanto tempo eu aguento – ele disse
-Por que não pede ajuda a Allanis ou ao Lucas S? – sugeri
-Eles estão muito ocupados tentando decidir quem está mais errado
            O corpo de Lucas começou a tremer mais. Estava na cara que estava complicado assumir o controle de seu corpo.
-Vou ver o que posso fazer – cedi
-O... obrigado – ele disse, sumindo de vista
            Me vesti e saí correndo atrás de Jéssica, que ainda estava saindo do hotel.
-Espera aí! – eu disse
-O que foi? Veio jogar na cara que eu sou uma traidora? – ela disse, bastante irritada
-Não temos tempo para isso. Temos que ajudar Lucas – falei

CONTINUA...