domingo, 20 de fevereiro de 2011

34 – De volta ao passado

 Estávamos no meio do caminho, esperançosos que não haveria nenhum tipo de briga ou confronto na praia. Chegamos na praia e arrumamos nossos lugares. Porém, aquele pequeno fio de esperança que estava nascendo em nossos corações, foi completamente banido quando a Kah chegou à praia.
 De pura irritação – e muita pirraça completamente infantil – ela se sentou perto da gente para irritar uma Kerolyne muito mal humorada e com cara feia ao ver a garota. Eu achava que ela fosse à outra praia.
 - Essa garota é muito ousada mesmo. – disse Kel se enfurecendo, e fazendo alguns objetos ao nosso redor começarem a flutuar e chacoalharem.
 - Kel, tente manter o controle! – disse pegando uma maçã que se debatia debilmente em uma garrafa.
 Passei a mão sobre sua cabeça e desativei os poderes, assim, todos os objetos que estavam flutuando, caíram no chão.
 - Espera um minuto... – disse Kel, analisando a situação – Eles não estavam com gripe Bovina?
 - Eles devem ter melhorado. – disse Lucas, inventando uma desculpa qualquer – Mas agora, vamos para a água!
 Assim que nos levantamos, começou a chover. Tivemos que todos nos escondermos dentro do carro, até que a chuva passasse, mas não passou, então resolvemos voltar para casa. Por sorte, não houve nenhuma briga.
 Quando viramos a esquina da nossa casa, vimos que o portão estava derretido.
 “AL” foi a primeira palavra que veio a minha mente.
 - O que ouve aqui? – perguntou Manuh, aparentemente irritada.
 - Sei lá – disse, começando a ativar os poderes dos outros -, mas seja o que for, é melhor estarmos preparados.
 Assim que entramos, notamos que a maçaneta da porta havia sido arrombada, entramos em posição de ataque, foi quando eu percebi que Lucas Cordeiro estava sentado no sofá.
 - Ahn? Lucas? Você não deveria estar em Paris cuidando da Julie e se preparando para derrotar o Eterno? – perguntei confusa.
 - É muito bom ser recebido desta maneira! – ele respondeu, sendo irônico – De qualquer forma, tenho assuntos pendentes aqui em Hollywood. Assuntos que interessam a você.
 - Quais espécies de assuntos? – perguntei, sentando-se à mesa de centro. Acredite, ela me agüentava.
 - Nathália foi agredida por um capanga do AL. – ele respondeu, e o sorriso em seu rosto desapareceu.
 - O QUE? – exclamei – Como ela está? Ela está muito machucada?
 - Não, não. Ela está bem. Apenas com vontade de comer manga. Mas isso é outra história. – ele riu – Precisamos voltar a Berlim.
 - Por quê? – perguntou Kel.
 - Eu ouvi capanga dizendo que eles precisavam ir para Berlim e pegar uma espécie de faca, espada... Sei lá, não me lembro bem.
 O grupo da Kah chegou e ficaram surpresos ao ver o Lucas.
 - Você vai pagar o portão novo, ok? – brincou Kah.
 A primeira “ordem” dele, foi para que todos dessem as mãos. Kel, que deveria segurar a mão de Kah, pôs Ana no seu lugar.
 - O que ouve com elas? – ele sussurrou.
 - Longa história. Mas vou resumir ela para você: Chegou um cara novo no trabalho delas, e as duas fizeram o trato de que não ficariam com ele, mas Kah o agarrou e Kel viu tudo.
 - Acho que a Kah não seria capaz de fazer isso. – respondeu Lucas.
 - Eu também! – disse Kel, se metendo na conversa – Agora podemos ir?
 Todos estavam dadas mãos.
 Senti um forte puxão em minha barriga, e, foi como se alguém tentasse tirar de dentro de mim todos os meus órgãos a sangue frio. Em questão de instantes – segundos, na verdade – estávamos novamente em frente a nossa antiga escola, em Berlim.
 Estava frio, e de noite.
 - Como você fez isso? – perguntei ao Lucas.
 - Longa história. – ele respondeu, com um sorriso no rosto, aparentemente satisfeito com minha pergunta.
 - Estamos cheios de longas histórias. – brinquei e entramos no colégio.
 Estava tudo vazio, sem ruídos, apenas o barulho da porta assim que a abrimos. Aquele lugar estava com ar de muito mal assombrado.
 Fomos andando pelo refeitório, onde todas as janelas estavam quebradas e algumas cadeiras jogadas de lado.
 Uma panela caiu e Jose deu um grito, que ocasionou um eco alto e fino, assim como seu grito.
 - Desculpa. – ela sussurrou.
 Continuamos andando e fomos parar em um corredor que se seguia de duas escadas. A da esquerda estava escrito salas, e a da direita, cozinha.
 Entramos na primeira sala, na qual foi a que estudamos.
 - Bons tempos. – disse Ana, recordando de todos os momentos juntos.
 - Melhores do que esses? – disse Manuh – Definitivamente!
 Saímos da sala e fomos para a cozinha. Onde ocorreu um dos meus maiores temores.
 Kel deu soco no peito de Kah, que devolveu com um chute, e logo, Kel empurrou Kah sobre as frigideiras, fazendo com que todos os materiais da mesa caíssem, o que ocasionou em um barulho estrondoso.
 - Ah, eu vivo com idiotas. – resmunguei irritada – Manuh, Lucas Cordeiro e Lucas Souza, venham comigo vasculhar o segundo e terceiro andar. Jose, agora você está no comando, se for preciso, pode bater.
 E saímos, enquanto Jose comemorava.
 Subimos as escadas para o terceiro andar, e passamos pelo grande corredor. Entramos na primeira sala, e não havia nada lá. E fizemos o mesmo com diversas salas, até que ouvimos um barulho vindo de dentro da biblioteca.
 - Cuidado. – sussurrei.
 - ...tem que estar por aqui, o meu mestre falou... – disse a voz grave de uma mulher.
 Aproximamos-nos da sala, e quando eles estavam no fundo da biblioteca, entramos e nos escondemos atrás de algumas estantes. Manuh blindou o corpo e respirou fundo.
 - Eu preciso que eles pensem que eu estou sozinha. – sussurrei – Caso ela tente me atacar, eu falo para o Lucas S e ele avisa a vocês! Está bem assim? – perguntei.
 Eles concordaram e logo me levantei.
 - O que vocês querem aqui? – disse em voz alta e bom som, e a mesma mulher que havia torturado as garotas no vira-tempo se materializou em minha frente.
 - Hora, hora, hora... Bebezinha veio para... Brincar. – ela disse dando um risinho.
 - Você não disse o que eu quero saber...
 - E porque eu diria... a você? – ela disse, mostrando seus dentes amarelados.
 - Porque só temos nós nesta sala.
 Ela deu aquele sorriso maligno e então, avançou.
 “Agora”, pensei, e Lucas S, Lucas C e Manuh apareceram em nossa frente.
 - Então, você sabe mesmo... brincar. Hihihihihi. – ela disse – Vamos ver se vocês são páreo para nós! – e outras fumaças apareceram, derrubando estantes e livros caiam no chão.
 Dividimos-nos e saímos correndo pelos corredores da biblioteca, que era grande.
 - Voltem, e venham... Brincar. – e deu outra risada.
 Entrei na fileira mais bagunçada que havia e me escondi embaixo da mesa.
 “Pensa”, disse a voz em minha cabeça.
 Foi aí que então, vi um objeto brilhante sobre a estante mais alta da sala. Então era aquilo que eles estavam procurando, a adaga de prata.
 Tentei empurrar a estantes, mas não consegui. Então, fui tirando alguns livros e jogando-os no chão. Fui escalando até a parte de cima da estante.
 Consegui subir e pegar a adaga saltei e vi uma luz avermelhada. Alguém tinha posto fogo na biblioteca, e o fogo rapidamente se espalharia.
 - Manuh, cadê os Lucas? – perguntei, quando finalmente a encontrei.
 - Estão lá atrás, lutando contra os outros seguidores! – disse ela, olhando para a adaga em minha mão – O que é isso? – ela perguntou confusa.
 - Não é hora para explicações, precisamos pegar os outros! – eu disse – Reúna o resto do pessoal e nos espere no chafariz da escola, eu irei salvar os Lucas!
 Ela saiu correndo, e agora, o fogo havia assumido uma forma completamente anormal. Estava muito maior do que algumas estantes.
 - Achei vocês! – disse assim que achei ambos os Lucas – O que é isso? – perguntei ao Lucas, assim que vi seu braço de fogo, tentando sem muito sucesso apagar o fogo.
 - Longa história! Um dia você irá saber!
 - Precisamos sair daqui! – eu disse, puxando o braço do Lucas – Venham!
 Vimos fumaças pretas saindo da janela, então, antes que mais nada, pulando da janela e caímos no gramado, onde quatro dos seguidores estavam com uma cara de derrotas.
 - Então, pelo o que sabemos. Vocês são seguidores fieis do AL! – eu disse – Lucas, Manuh, vão ver os outros, e os proteja, caso tenham mais lá dentro. Lucas Cordeiro, você fica!
 Peguei um deles pelo o pescoço e ameacei cortar sua cabeça.
 - Quem é o AL? – perguntei.
 - Você nunca saberá! Hahaha – disse Bete, que virou fumaça e desapareceu.
 Assim foi imitado pelos outros dois seguidores.
 Lucas fez uma roda de fogo e eu joguei o seguidor lá dentro.
 - Será muito melhor para você contar para quem trabalha. – disse Lucas, aumentando o fogo.
 - Agora somos só nós três. – disse fechando a mão em punho – E não tenho medo de bater em homem!
 - Mas eu nunca contarei!
 - Jura? – disse Lucas, apertando o circulo de fogo ao redor dele.
 - Ainda posso voar. – disse o rapaz.
 - Não, não pode. – disse Lucas, fazendo fogos de artifícios, que impediram a saída do cara.
 - Para que serve essa adaga? – perguntei irritada.
 - Não direi!
 Fomos a sua direção, fechei o punho e lhe dei um soco.
 - Ainda na greve de silêncio? – perguntei.
 - SIM! – ele gritou.
 - Você vai nos contar alguma coisa? – disse Lucas.
 - NÃO! – disse o cara.
 E então Lucas o queimou.
 - E se dizem invulneráveis. – disse Lucas, esfregando as mãos.
 - É errado se eu sentir medo de você? – perguntei e veio um grito de dentro da escola.
 Voltamos para dentro e conseguimos tirar todos a tempo. O grito foi porque a Kah e a Kel estavam atracadas no chão, se batendo.

 Na manhã seguinte...

 Todos foram acompanhar o Lucas até o aeroporto. E, parte de mim, sabia que aquilo não era realmente uma despedida.
 - Quando você vai voltar de verdade? – perguntou Manuh.
 - Em breve. – ele respondeu a abraçando.
 - Se cuida, está bem? – disse assim que ele me abraçou.
 - E você, não fique preocupada. – ele disse, apertando minha bochecha – O que tiver de ser, será. E não terá como, nenhum de nós, mudar.
 Ele me deu um último abraço e embarcou. Logo depois, seu avião partiu.
 - Agora resta 1 a menos. – disse Lucas, dirigindo o carro.
 - É... Mas isso não significa que não tenhamos problemas. – disse, roendo a unha e olhando para a janela.
 O avião do Lucas já havia sumido no céu, e agora, uma forte nuvem cinzenta estava rondando o céu de Hollywood – assim como estava acontecendo em nossas vidas.
 Embora eu tivesse certeza de que estaríamos todos longe de acabar com essa batalha, a pior luta ainda estaria por vir. E como Lucas havia dito o que tiver de ser, será. E não terá como, nenhum de nós, mudar.
 Respirei fundo e, por apenas alguns minutos, pensei ter esquecido todos os problemas. Mas eu sabia, que era apenas o começo de todos eles.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

33 - Tenso

 Naquele momento, apenas uma coisa era motivo para murmúrios e fofocas dentro da casa. E todas elas tinham um único tema central: A briga da Kah com a Kel. Embora, alguns comentários fossem sombriamente modificados.
 Passara-se duas semanas e elas nem sequer se olhavam direito. E, quando seus olhares se encontraram na mesa do jantar, Kel fez sua taça voar e derramar todo o seu suco de uva no vestido da Kah.
 Desci do meu quarto e fui me sentar ao lado da Manuh e da Jose para ver televisão.
 - Gente, essa briga foi séria, não é? - eu disse me sentando do lado do sofá.
 - É, eu sei. - disse Manuh, mudando de canal - Nunca pensei que essas duas fossem brigar desse jeito.
 - Espero que o garoto ao menos seja bonito! - disse Jose sorrindo.
 - Para fazer as duas brigarem, tem que muito, muito, muito, muito lindo. - disse respirando fundo quando a Kah chegou na sala.
 - E aí, do que vocês estavam falando? - disse Kah, entrando na conversa - Ou melhor, murmurando.
 - Sobre o novo episódio do Glee, Rachel vai cantar Firework. -  disse Jose de modo convincente.
 - Ah. Sim, eu... eu amo essa música. - ela disse desanimada.
 Kah começou a conversa com agente, e ela ficou bem mais animada. Eu podia notar que ela esta triste com tudo o que estava acontecendo. Mas que não iria dar o braço a torcer e pedir desculpas.
 Em questão de segundos, eu realmente achava que tudo na casa estava tranquilo, o que me fez mudar de opinião em 3,2,1.
 - Ah, esqueci que preciso imprimir uns arquivos falsos que o meu chefe pediu. - disse Kah se levantando quando a Kel entrou na sala - De qualquer jeito, até mais tarde.
 Assim que Kah saiu da sala, Kel veio em minha direção, e, me fuzilando com os olhos.
 - Vão cantar Firework em um episódio do Glee, sabia? - disse Manuh.
 - O que vocês estavam fazendo com a traidora?
 - Quem? - perguntei incrédula.
 - Deixa de palhaçada Allanis, você sabe muito bem de quem estou falando.
 - Não, não sei. - respondi me levantando.
 - A Kamilla Menezes! Vocês estão do lado dela e achando que eu sou a vilã da história!
 - Todos sabemos que o vilão da história é o AL! - respondi agora realmente gritando.
 - HAHAHA, foi muito engraçado! - ela disse sendo sarcástica - Você sabe que ela está fazendo a sua cabeça!
 - Na verdade nós não estamos do lado de nínguem! As duas estão erradas. - disse Manuh, ficando entre nós duas, enquanto Jose segurava a Kel.
 - Ótimo! Então vão lá, e fiquem do lado delas! - ela disse irritada.
 Sai da sala acompanhada da Jose e da Manuh.
 - Não tem como continuarmos com isso! - eu disse respirando fundo.
 - Nós sabemos. - disse Jose.
 - Precisamos dar um jeito nessa rixa idiota entre as duas. - disse Manuh.
 - Reunião geral hoje a noite, às 23:50. assim elas não iram atrapalhar. - disse tendo planos malignos.

 - Kel, desculpa ter gritado com você mais cedo. - disse segurando o copo de refrigerante - Agora, que tal um brinde para fazermos as pazes?
 Ela me abraçou e bebeu. Ela adormeceu e deixou o copo cair no chão.
 - Perfeito. - disse saindo do quarto.
 Assim que cheguei lá em baixo, notei que Manuh não estava.
 - Deu tudo certo? - perguntou Thais preocupada - Ela está dormindo?
 - Minha querida, meus dotes nunca falham. Ela foi dormir e ter ótimos sonhos. - disse sorrindo - Mas e vocês, conseguiram apagar a Kah?
 - Ah sim, conseguimos. - disse Ana sorridente.
 - Bom, eu acho que todos já sabem o motivo para essa... reunião. - comecei - A briga entre as duas está me deixando louca, e, tenho certeza de que vocês também estão ficando assim.
 - Com certeza! - disse Karol.
 - O que nós precisamos fazer? - perguntou Luis se sentando no braço do sofá.
 - Ainda não pensei.
 Precisávamos pensar em algo para que a "fúria" das duas não voltassem contra nós.
 - O que nós fazemos caso as duas nos convidem para algum evento? - perguntou Rafah.
 - Já sei! - disse Manuh, dando pulinho de alegria ao meu lado.
 - Para de pular e diz logo! - disse Lucas ficando irritado com a comemoração dela.
 - Ei, calma aí, não sou eu que vou estragar minha vida se casando com uma vaca! - ela respondeu e se virou - Precisamos nos dividir em 2 grupos. É o único jeito!
 - Se vamos fazer isso, elas não podem descobrir. O que inventaremos caso alguém pergunte cade o resto do pessoal? - perguntou Thais falando pela primeira vez.
 - Diremos alguma coisa do tipo..., está resfriado, doendo, no hospital. Sei lá! Inventaremos alguma coisa trágica.
 - Quem vai ficar com a Kah? - perguntou Jose.
 - Com a Kah ficamos eu, Jose, Ana, Isa e Luis - disse Karol com um sorriso de ponta a ponta -; com a Kel ficam Allanis, Manuh, Lucas, Thais e Rafah. Que tal? Todos de acordo?
 - Sim! Idéia mil vezes melhor do que a da Manuh.
 - Mas é a mesma ideia! - rebateu Manuh.
 - Não interessa. É melhor e ponto!
 - Sabia que você é irritante?
 - Sabia que eu não aguento a briga de vocês? - disse entrando no meio da conversa.
 - Eu hein, parece até que são casados. - brincou Ana.
 - HAHAHA. - disse Lucas e Manuh ao mesmo tempo, em um tom sarcástico.
 Saímos da sala, e Lucas e Manuh ainda não haviam parado com a briga.
 No outro dia, acordamos cedo. Preparamos o café e Kel ainda estava dormindo, e foi mil vezes preferível que continuasse assim. Já Kah, estava uma pilha de tão nervosa.
 - Gente, eu fiquei meio tímida e confusa. Mas quero fazer um pedido a vocês. - disse Kah sorrindo de ponta a ponta.
 - Pode falar amiga. - disse Rafah, retribuindo o sorriso.
 - Bom, o verão começou, que tal passarmos uma semana na minha casa de praia? - ela perguntou com os olhos brilhando - É grande e espaçosa. Dois andares, e de frente para o mar. Vocês vão amar!
 - Ah, concerteza amaremos! - disse Lucas, a abraçando por trás, como sempre fazia.
 - Acho que vai ser uma ótima ideia! Precisamos esfriar a cabeça! - disse Isa.
 Não poderei ir, lembrei a mim mesma, estou no grupo da Kel. Ah, que droga!
 Fingi espirrar.
 - Lucas, vê se eu estou com febre? - pedi, que imediatamente leu meu pensamento.
 "Também não poderei ir", ele disse - ou melhor pensou -, já que eu consegui absorver seu poder por instantes.
 "Acho que nenhum dos outros irão querer trocar de lugar conosco", disse espirrando outra vez.
 - Sim, e eu também estou quente. - ele disse, pondo a mão na própria nuca - Acho que estou ficando resfriado.
 "Não poderemos ir caso a Kel marque alguma coisa!", pensei esperançosa.
 "Não se anima muito, vai que ela marca outra coisa.", ele respondeu.
 - A Kel acordou! - sussurrou Manuh em meu ouvido.
 - Kah, que tal irmos dar um pulinho lá fora? - eu disse - Se quiser posso te levar no trabalho!
 - Não não amiga, obrigada. - ela disse limpando a boca - Já estou pronta, bom, vejo vocês mais tarde.
 E saiu da cozinha.
 - Bom dia. - disse Kel, se sentando ao nosso lado.
 Todos responderam, mas a mesa ficou silenciosa. Aquele clima era estranho, foi difícil arranjar um assunto.
 - Sabia que o "House" vai encontrar a sogra dele? - disse Isa.
 - Eu não vejo "House". - ela respondeu, pondo suco em seu copo.
 - Foi por isso que contei! - disse Isa, pegando outra torrada - Assim você passa a conhecer a série, é bem legal e...
 - Isa, não quero ser grossa, nem desagradável, mas hoje, meu animo está muito para baixo e o meu ego super ferido - ela disse jogando o pano em cima da mesa - Com licença. - e saiu.
 Segundos depois ela voltou, pediu desculpas e se sentou a mesa, e começou a chorar.
 - Eu vi os dois se bei... beijando. - ela gaguejou - Fo... foi hor... horrivel.
 - Calma, que tal sairmos no fim de semana para você se distrair? - disse Amanda abraçada ao Lucas, falando pela primeira vez.
 "Droga, quem chamou ela?", pensei.
 - Boa ideia. - ela disse, limpando as últimas lágrimas.
 - Homem nenhum merece as suas lágrimas. - continuou Amanda.
 - Vamos a praia! - ela disse se animando - No fim de semana! - e saiu dando pulinhos de alegria.
 - Eu te odeio. - disse me aproximando da Amanda - Pronto, você conseguiu o que nós estávamos tentando evitar.
 - Nesse filme, eu quero ver o circo pegar fogo, e o palhaço morrer queimado. - ela disse, e saiu acompanhada com o Lucas.
 Assim que eu ouvi o carro dos dois saindo da garagem, desejei muito que o carro capotasse e que ela morresse, mas o Lucas saísse ileso, apenas com alguns arranhões.
 Confesso que a proposta de ambas eram tentadoras, e que, por mais que eu tentasse resistir, eu teria que ir com eles, e presenciar a briga que estava por vir.
 - Eu nunca odiei alguém com tanta força quanto eu odeio a Amanda! - disse Jose uma fera entrando no quarto trazendo a Bigger na mão - Você sabia que ela publicou uma reportagem falsa sobre eu e o Justin?
 - Talvez o Lucas conheça outra garota na praia. - disse, jogando a revista de lado - Animo! Sabemos que tudo isso é mentira.
 - É fácil para você falar, seu namorado não é uma super estrela.
 - E fico feliz por diversas garotas não terem sonhos eróticos com ele. - disse dando uma piscadela.

 O fim de semana chegou mais rápido do que esperávamos.
 Terminamos de colocar as coisas no carro, e, para não ter briga, dividimos nossos horários. O grupo da Kah saiu primeiro, e ficamos para sair depois.
 - Onde estão os outros? - perguntou Kel quando estávamos entrando no carro.
 - Pegaram gripe bovina. - respondeu Thais.
 - Gripe bovina? - analisou Kel - Parece sério. Pena, vão perder um belo passeio.
 - Você não faz ideia! - disse Lucas rindo.
 - Gripe bovina? - sussurrei no ouvido da Thais.
 - Tá reclamando de que? - disse Thais, sussurrando também - Ela acreditou, não foi?
 Dei uma risada e respirei fundo.
 É, concerteza esse passeio será inesquecível.