quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lucas C e Paris...

Vcs já sabem há mt tempo q Lucas C e Julie foram para Paris, mas vc quer saber o q está acontecendo por lá? É fácil! Acesse desventurasvoture.blogspot.com e leiam. Muitas emoções e aventuras. Não percam essa história!

7- Terremoto?

 Voltei para casa arrasada com o que eu acabará de fazer. Eu não estava a tanto tempo acostumada com o sangue de animais e sempre tinha essas quedas.
 Fui para o meu quarto quase que correndo. Quando cheguei lá, havia uma pessoa me esperando. Para minha surpresa.
 - Eu sei o que você foi fazer esta noite, e eu não te culpo. Nós não estamos a tanto tempo longe do sangue humano como os outros. - disse a sombra que se virou rapidamente e me encarou - Apenas quero que você me conte da próxima vez, não é nada legal ler o pensamento dos outros.
 - Lucas, me desculpa. Eu não queria fazer isso, é que minha garganta começou...
 - Eu sei como é essa sensação, e não é lá uma das melhores. E como eu disse, não te culpo por causa disso. Você tem seus motivos. E me conta, foi fácil achar o cafetão e as duas prostitutas?
 - Como você sabia?
 Ele deu um pequeno sorriso. Eu encarei ele perplexa sem entender nada.
 - Eu coloquei eles no seu caminho.
 - Então porque mandou uma drogada? - perguntei com raiva.
 - Não, eu mandei uma pessoa com sangue O negativo, para você ver como o gosto do sangue varia de pessoa em pessoa. A loira era a drogada. Fiz isso para lhe mostrar que um dia, pode acabar com a existencia dessas pessoas, e se acabar, só vão restar vampiros no mundo e alguns animais. Não teremos outra opção a não ser caçar ursos polares e leões da montanha. Temos que nos acostumar com essa dieta. A humanidade pode acabar, você sabia?
 - Não quero me alimentar de sangue de animais. Posso continuar caçando pessoas que a sociedade não sente falta.
 - A sociedade vai se sentir muito grata por isso. Mas e se alguem um dia descobrir que isso tudo acabou? O que você acha que eles vão fazer?
 - Vão me agradecer. Quem sabe posso ser até a super-vampira? - brinquei.
 Lucas S fez cara de tédio, aquela cara que só ele sabia fazer.
 - Como você se sente quando prova o sangue de um animal?
 - Me sinto insaciada, como se precisa-se de mais. Cacei três leões ontem a tarde mas não foi o suficiente.
 - E a noite três pessoas. Allanis, eu sei que você não é uma assassina. - ele disse.
 Aquelas palavras - em especial a última - me fizeram pensar no que eu havia feito naquela noite.
 Naquele exato momento eu senti um enorme vazio dentro de mim, como se tudo que houvesse dentro de meu corpo fosse tirado sem deixar marcas ou cicatrizes, eu sentia apenas o vazio... e nada mais.
 Lucas me abraçou do jeito como sempre me abraçava, com carinho.
 - Amiga, não precisa se sentir. Isso vai passar, é momentâneo, vai ver. Por favor, não chora. - ele disse.
 Foi ai que percebi que meu rosto estava encharcado de lágrimas.
 Tudo vai passar, tudo vai passar - eu dizia repetidas vezes a mim mesma, mas eu mesma não conseguia me convencer.
 Depois disso eu adormeci. Não me lembro e nem via mais nada, era como se eu estivesse em uma sala completamente preta.

 As duas semanas decorrentes ao acontecido foram exaustivos e chatos. Recebi um bilhete estranho, que me fez ficar preocupada, mas não tanto assim, deveria ser alguma brincadeira sem graça sobre o Brasil. Lucas e Jubs não paravam de me olhar, como se tivessem medo de que atingisse ou acertasse alguem, e o pior, não era só eles, meus outros amigos também me olhavam torto.
 Semana passada, eu me exautei um pouco na aula de educação física, para meu pesadelo, Amanda começou a fazer a aula no mesmo turno que eu, na parte da manhã, então eu havia me estressado e lhe taquei uma bolada no rosto com toda a força que consegui juntar. Ela havia quebrado o nariz e passará durante toda uma semana respirando com ajuda de aparelhos, o que me deixou um pouco triste. Mas ela havia me afrontado e eu nunca fui de levar nenhum tipo de desaforo para casa.
 Descemos as escadas com as malas das maiorias das pessoas que iriam viajar para o Brasil e a colocamos no porta-malas da limusine.
 - Você não vai? - perguntei ao Lucas enquanto colocava a última mala e fechava o porta malas.
 - No Brasil faz muito sol e Black Eyed Peas vai fazer um show esta noite aqui em Holywood e já comprei os ingressos. Se tiver de ir, só irei amanhã.
 - Ah, claro, e vai me deixar aqui sozinha na mão da maluca da Jubs junto com a prima dela?
 Lucas analisou bem a resposta.
 - Sim.
 - Então vá com Deus. - disse entrando em casa.
 Antes das garotas partirem, chamei elas para uma conversa só de garotas.
 - Aiin mãe, já estou morrendo de saudades. - disse Nath me abraçando.
 - Own amigas, amo você demais. Mais chamei porque preciso desabafar.
 - Então fala ué. - disse Jose como se tudo fosse muito fácil.
 - Jose, não é tão simples assim. Eu tenho uma suspeita de leve sobre o que ela vai falar. - disse Manu.
 - E sua suspeita está certa. Acertou em cheio. Chamei vocês aqui para que vocês tomem cuidado.
 Elas me olharam confusas. Também não era para menos.
 Me levantei e tirei de dentro da mochila o bilhete, desdobrei e li.
 - "Em todos os caminhos e em todos os seus passos, aonde você olhar, eu estarei lá, te perseguindo. A você e aos seus próximos. Cuidado. AL"
 - Quem você acha que pode ser AL? - perguntou a Ana.
 - Ou o que pode ser um AL. - disse a Jose.
 - A principio eu pensei que fosse Allanis. Mas depois, eu comecei a achar que pode ser outra coisa. - respondi meio tensa.
 - Não se preocupa, nós vamos ficar bem. Pode confiar. - disse a Nath.
 - Me promete? - perguntei lhe abraçando.
 - Gente, agora um drink para comemorar! - disse Ana abrindo uma garrafa de champanhe.
 Brindamos e bebemos, depois descemos e elas foram, a unica que ficou foi só a Karol, não queria voltar para o Brasil tão cedo.
 - E aí Allanis, como vão as coisas por aqui? - perguntou Karol enquanto subíamos até a cozinha para comer alguma coisa.
 - É esse o problema, não vão. - disse pegando uma caixa de suco - Estou tentado me concentrar em quem possa ser este tal AL, mas não tenho nenhuma pista.
 - É verdade que tentaram te matar? - perguntou Karol impressionada.
 - Sim, a mim e a Manu. Estávamos em Forks treinando e fomos nossa antiga casa. Descobrimos um sótão e ficamos presas lá. Se não fosse pelo poder da Manu, eu não estaria aqui hoje. - disse.
 - E que história é essa da queda dos Volturi?
 Passamos a tarde toda pondo os assuntos em ordem, o que era aliviante e confortante. Pelo menos até o relógio bater às 19:35.

 Quando estávamos muito bem vendo um filme de ação, no qual a mocinha tem que matar o mocinho, as luzes começaram a piscar e a casa a tremer. De início, achamos o que qualquer pessoa aparentemente "normal" acharia, que era um terremoto.
 Então, fomos para a piscina, porém, notamos algo de estranho, o "terremoto" não estava acontecendo na terra, e sim dentro de casa.
 Fomos pegar nossos carros e saímos em disparada da casa, porém, eu sempre fora meio estabanada e derrubei o carro dentro da piscina.
 O bom de ser uma vampira é que você pode ficar quanto tempo quiser sem respirar. Então, sai pelo teto solar, claro que tive que quebrar ele, se não eu não iria conseguir sair.
 - O que você acha que está acontecendo? - perguntou Karol que me ajudava a sair da piscina.
 - Seja o que for é muito estranho. Não podemos continuar aqui. - disse secando o cabelo.
 Fomos para dentro de casa e pegamos apenas as coisas que mais seria ultil e fomos com o carro do Lucas, deixamos um bilhete, eu esperava que ele entendesse.
 Agora estávamos sozinhas no mundo. Imagina que loucura, duas garotas jovens, lindas e solteiras por aí, já imaginou o que vai acontecer? Exatamente, garotos, baladas, mais garotos, e muitas festas.

6- Caçada

- Jubs, o que ouve? Porque você sumiu do nada? - perguntei quando entrei no vestiário.
 - Ótimo você chegou, precisamos contar uma coisa. - disse Thais euforica.
 - Ah amiga, desculpa. Eu perdi a hora. Mas tenho uma pessima notícia para você. - ela disse como se estivesse realmente preocupada com alguma coisa.
 - Uma preocupação a mais ou uma a menos, já estou cheia de preocupações. O que foi dessa vez? - perguntei passando batom.
 As duas se olharam e eu estranhei.
 - É melhor você ver. - disse a Thais.
 Assim que nós saimos do vestiario, minhas preocupações se confirmaram.
 Ele estava lá. Do lado oposto da quadra, conversando com o professor.
 - Droga. Porque ele não entrou comigo então?
 - A entrada para o banheiro masculino é do outro lado, e ele queria fazer uma surpresa.
 - Seja como for, eu não quero falar ou até mesmo que ele chegue mais perto de mim. Ele é muito estranho.
 - Já pensou na possivel hipotese de ele ter sido... sei lá, usado?
 - Ou ter baixado alguma coisa nele para ele falar comigo daquele jeito? Não, eu acho que não. - disse, empurrando ela de volta para o banheiro - Diz para o professor que eu estou passando mal, sentindo enjôos, tontura e colica.
 - Ele vai achar que você está gravida.
 - E diz que eu tive que ir para casa. Urgente. Vai logo! - disse a empurrando para fora do vestiário.
 Ela se ageitou e foi falar com ele. Porém, quando eu procurei por Pattison, ele não estava mais lá.
 Sai do vestiário com a mão na boca, realmente eu era uma boa atriz.
 Esbarrei em alguem e cai no chão.
 - PATTISON? - exclamei surpresa e com medo.
 - Porque você tem fugido de mim? - ele perguntou.
 Ah Juliana, eu te mato!
 Ele me ajudou a se levantar, porém, ele invés de me levantar com calma, ele me puxou e nossos rostos ficaram a um palmo de distância.
 Eu podia sentir que minha respiração começava a falhar naquele momento.
 - Então é assim? Eu te avisei para ficar longe do Patt! - exclamou Amanda que havia acabado de presenciar a cena.
 - Quer saber. Eu não tenho medo de você garota. Já te aturei demais sem rebater. Agora você quer bater? Então vem. Mas saiba que você também vai apanhar. - afrontei.
 - Você sabe com quem você está falando? - retrucou ela, do jeito mais mimado possível.
 - E você sabe com quem está falando? - retruquei avançando um passo.
 Pattison passou os braços pela a minha cintura me impedindo de atacá-la.
 - Me solta. Quer vir, então vem! - retruquei.
 Ela me levou a sério e veio. Dei uma cotovelada em Pattison e ele me soltou. Porém, segundos depois ele estava em pé e me segurou de novo.
 - Allanis, vamos embora. - disse Pattison em meu ouvido.
 - Isso não acaba aqui. - afrontei.
 Amanda passou os dedos na testa para retirar os fios de cabelos que estavam sobre ela.
 Quando voltei para recolher o meu material do chão, Jubs estava lá com eles na mão.
 - Eu nunca quero brigar com você. - disse Jubs.
 - Obrigada.
 - Mas Allanis, você não respondeu a minha pergunta. - disse Pattison.
 - Com tudo isso que aconteceu, não acho que vá responder nada agora, não é verdade amiga?
 - A Jubs tem razão. Podemos deixar as perguntas para amanhã? - pedi quase implorando.
 - Porque? - disse Pattison ainda na direção oposta.
 - Porque ela só quer conversar amanhã, ué. - disse Thais.
 - Tudo bem. Amanhã e nenhum dia a mais.
 Fomos para o carro, colocamos nossas coisas no banco de tras e seguimos para um lugar onde pudessemos ficar sem preocupações.
 Claro, eu não estava a fim de brigar, então, decidi ceder ao pedido da Jubs e fomos para o shopping.
 Passamos a tarde toda assim, parecia que aquilo nunca ia acabar. Para minha surpresa a noite chegou mais rápido do que eu esperava.

 Quando cheguei em casa, todos já estavam dormindo. O que foi bom, de certa forma.
 Havia uma moeda em cima da mesa.
 - Cara eu vou - disse quase sussurrando - Coroa eu fico.
 Joguei a moeda para o alto e me permiti dar uma espiada.
 Fui arrumar as coisas, teria que pegar uma roupa um tanto mais confortavel para a caçada.
 Quanto mais tempo passava, mais minha garganta ardia e as presas começavam a sair.
 - Allanis, olha, preciso que você me ajude, não sei que roupa eu escolho para sair hoje a noite. - disse Kel entrando no quarto.
 - Olha, nunca fui muito boa para escolher roupas, acho que a Thais é a mais aconselhavel para esse momento. - disse tirando a Kel do quarto.
 - Ah, ok. Vou ver ela também. Obrigada amiga.
 - Obrigada por nada? - disse a mim mesma quando a Kel atravessou o corredor, subindo as escadas e entrando no quarto da Thais.
 O resto da noite, parecia que o tempo não passava e sim se arrastava. Esperei quatro horas que pareceram quatro anos.
 Mas, foi bom esse tempo, pois consegui pensar em tudo que eu faria sem deixar o mínimo de rastros por qualquer lugar que fosse.
 Assim que o relógio bateu as 01:30 da manhã, fui no quarto de todos ver se eles estavam dormindo mesmo em sono pesado. Depois de visitar o quarto de cada um, sai apenas com o meu celular no bolso.
 Passei quase que correndo, e quando estava próxima a cidade, me escondi em um pequeno beco sem saída, onde ao lado havia um prédio abandonado.
 Subi feito um gato no teto do prédio e quando estava próxima a beirada, me abaixei e segurei-me no telhado, procurando as vitimas perfeitas para o momento.
 Havia um cara estranho e duas garotas, provavelmente um cafetão e suas prostitutas. Me preparei para atacar e pulei.
 Eu simplesmente deixei os instintos me guiarem, não sabia o que estava fazendo, queria apenas que a minha garganta parasse de arder e minha sede diminuisse.
 Quebrei o pescoço dos três, assim seria melhor, eles não precisariam mesmo de suas colunas.
 O sangue era como um nectar dos deuses, fui rápida demais nos três. Apenas a mulher ruiva tinha o sangue com o gosto diferente.
 - Droga. - reconheci pelo fato de apenas o dela ter aquele gosto.
 Foi aí que minha conciência me acusou.
 - O que eu estou fazendo? Quebrei minha promessa mais uma vez. - disse me encolhendo e pondo a cabeça entre meus joelhos.
 Quando provara o sangue humano pela primeira vez a cinco anos atrás, eu fizera uma promessa a mim mesma: nunca beberia sangue humano, mas a carne era díficil. Ou no caso a pedra.
 Empilhei os corpos dos três e fui correndo para o rio mais próximo.
 Mergulhei e quando estava fundo o suficiente, amarrei os corpos a uma pedra e a arranquei, fazendo-a cair sobre os corpos.
 Sai da água decidida que aquela fora a última vez.
 Minha garganta já não ardia mais, e eu estava sem sede. Mas aquele fora o pior momento da minha vida, matar uma pessoa. Ou no caso três.

sábado, 16 de outubro de 2010

05 - Decisão

 Os dias decorrentes ao barraco passaram quase que voando. Pattison continuava a me procura e me perceguir durante os intervalos entre as aulas, Amanda continuava a me olhar feio quando me via nos corredores junto com ele e Juliana estava cada vez mais afim de Miccy.
 - Tem certeza que não vai convidar ele para ir ao baile com você? - perguntou Juliana pela centesima vez.
 - Não. Metade dos meus amigos vão voltar para o Brasil, eu vou ficar aqui só com umas duas ou três pessoas. E, não tem quem eu possa convidar para ir ao baile. - respondia sempre a mesma coisa quando ela me perguntava.
 - Tem sim. Você pode convidar o...
 - Eu não vou convidar Pattison. Já passamos tempo demais juntos fazendo o trabalho e dançar não faz muito o meu tipo.
 - Como você sabia que eu ia falar do Pattison?
 - Você não para de elogiar ele para mim tem três semanas, dizendo que ele é lindo, adoravel, amigavel e amavel. Se eu não soubesse que você ia falar dele, eu seria muito idiota não é?
 Fomos para a aula e nos sentamos em nossos lugares.
 - Pela primeira vez, Pattison não me pertubou hoje e nem veio a escola. Será que ele está doente? - perguntei analizando a cadeira atrás de mim.
 - Viu, você se preocupa com ele. Porque não convida ele, vai ser divertido.
 - Jubs, tenho que te explicar de novo?
 - Ok, já entendi.
 O professor entrou na sala e começou a explicar toda a materia. Hoje eu não estava com a menor vontade de prestar atenção na aula, então comecei a escrever na última folha do caderno.

 "Pela primeira vez, acho que estou me preocupando de verdade com uma pessoa.
Como alguem conseguiria amar alguém que talvez ou possivelmente tinha te amea-
çado? Será que ele era doente ou maluco?
 Deste jeito acho que quem está ficando maluca sou eu. Nem sei o que estou es-
crevendo."

 A aula se passou mais rápido do que eu esperava. Saimos juntos - eu e a Jubs - como sempre. Para a nossa surpresa, Amanda nos esperava na porta.
 - Fica longe do Pattison e será melhor para você, caso contrário, você não irá querer conhecer meu lado girl bad.
 - Ah, e você não vai querer conhecer o meu lado girl bad. É ele que vive correndo atrás de mim e eu vivo correndo dele. Se toca garota.
 - Meninas, alto controle, não esqueçam que ainda estão na faculdade. - alertou Jubs.
 Ela tinha razão, como sempre. Acho que se não estivessemos na faculdade a Amanda teria me atacado.
 - Allanis, vamos. - disse Jubs me repreendendo.
 Seguimos no corredor, eu podia sentir que minha garganta começava a arder, já estava na hora de ir caçar.
 Jubs também sabia que eu era vampira, porém, não fora completamente transformada. Podia sair na luz do sol e nada acontecia comigo.
 - Jubs, preciso ir caçar. - disse em seu ouvido.
 - Amiga, por favor, não faça nenhuma besteira. Sabe que se a Amanda morrer, você será a primeira suspeita.
 - Não, vou caçar alguns animais. Talvez um ou dois leões da montanha ou alguns ursos. - disse ainda mais baixo.
 Jubs se virou e fez cara de idiota.
 - Acho que vai ter que aguentar mais um pouco. Patt está vindo aí.
 Droga. Naquele momento, senti que as presas começaram a sair.
 - Não tenho como esperar. Me da cobertura e segura meus livros. - alertei.
 Conforme o tempo passava, eu descobria outros poderes em mim. E um deles que na maioria das vezes sempre me ajudava era o da Isabela, eu podia ficar invisivel.
 Entreguei meus livros para ela e desapareci.
 Fui correndo o mais rápido possivel para uma das montanhas mais próximas. Eu estava com tanta sede que cacei os primeiro corvos que eu vi. Não estava completamente saciada, na verdade, sangue de animal nunca se comparava ao sangue humano. Era isso que eu ia fazer, caçar humanos. Sabia que eu estaria correndo um grande risco ao fazer isso, se fosse pega eu estaria completamente ferrada. Mas eu não podia continuar assim.
 Porém eu estava decidida. Esperaria toda a cidade dormir e iria caçar.
 Não caçaria como a maioria dos vampiros novos e inesperientes caçavam, iria caçar aqueles que menos fariam falta e que nínguem - nem a família - se daria conta. Depois que eu conseguisse todo o seu sangue os largaria no rio, mas bem no fundo, que sabe até amarrado a uma rocha? Qualquer ipotese para que nínguem percebesse o que eu fizera.
 Eu já estava pratica em caçar sem me sujar ou até mesmo ficar amassada. Teria apenas assim que chegasse na faculdade escovar os dentes.
 Peguei uma bala Mentos no bolso para diminuir o cheiro de sangue, afinal, eu vivia entre humanos.
 Quando cheguiei a faculdade, fui até a Jubs, que falava ao telefone.
 Peguei com ela meu material e fui ao banheiro escovar os dentes.
 - Amiga, não tem como. Patt vai ficar correndo atrás de você até você convidar ele para o baile. - disse Jubs.
 Me engasguei com a pasta de dente.
 - Como é? Eu não disse que eu não ia chamar ele? - perguntei confusa.
 - Você falou para mim e não para ele.
 - Tenho que acabar com essa palhaçada. Daqui a pouco ele vai me pedir em namoro se bobiar. - disse saindo do banheiro.
 Quando estava saindo, ele estava vindo e recuei de volta para o banheiro o mais rápido que consegui.
 - Jubs, vai lá fora e despista ele. E... - disse, mas antes de terminar a frase fui ver se não tinha mais nínguem no banheiro - ... eu te encontro na sala do professor Giullius. - sussurrei - Vai logo.
 Fiquei invisivel e quando eles estavam bem destraidos, sai.
 E assim teria de ser meu dia a partir de agora. Fugindo do Pattison. Por que? Por dois motivos: tinha uma doida que gostava dele e não gostava de mim, e ele não me deixaria em paz enquanto eu não o convidasse para o baile.
 Mas, se continuar viva, significava assistindo as aulas invisivel e andando pelos corredores invisiveis, então eu viraria a mulher invisivel. Com 16 anos para sempre, mas viraria.
 Quando estava longe o suficiente, olhei em volta e não via nínguem, então talvez fosse a hora de voltar ao normal.
 - Ah, aí está você! - ouvi Pattison dizer se aproximando de mim.
 Droga, quanto mais eu tento fugir mais ele me percegue.
 - Então, você vai mesmo sair da cidade no dia do baile? - perguntou-me ele, notei que ainda havia uma pontinha de esperança na voz voz dele.
 - Sim. Preciso sair um pouco da cidade, esparecer a mente.
 - Não tem como ser no outro final de semana?
 - Não, o filme que eu quero ver vai sair do cinema justo no dia do baile. Então não tem como eu ir para o baile.
 - Qual o filme?
 - "O fora está na cara", é sobre uma garota que tenta a todo o custo fugir de uma garoto mais ele parece estar em todo o lugar onde ela vai. - inventei.
 - Parece ser bem interessante. Bom, pena que você não vai poder ir ao baile não é.
 - Muito triste. Mais, terão outros bailes não é?
 - É, então, até depois.
 - Até. - disse, entrando no ginásio.

04 - Brigas e confusões

 Kel saiu feito um raio. Ela não teria coragem de matar ele, não que ela ainda gostasse dele, porem porque não conseguia ver sangue sem desmaiar.
 - Bom, vamos entrar para fazer a entrevista? - perguntei.
 - Quando você quiser.
 Não conseguimos passar sem que nínguem percebesse, sempre tinha um idiota que falava "Juizo crianças", geralmente esse idiota sempre era o Lucas.
 - Pattison...
 - Não precisa me chamar de Pattison, me chame apenas de Patt e seremos felizes.
 - Patt não é nome de cachorro? - disse fazendo um expressão de dúvida.
 Ele sorriu e se sentou no sofá.
 - Vou beber alguma coisa, quer um tipo de suco ou...
 - Não. Obrigado, estou bem aqui. - ele disse rigido.
 Notei que a expressão dele havia mudado quando eu lhe oferece-ra água, será que ele tinha algum tipo de disturbio?
 Fui até a cozinha e peguei um copo de suco de laranja. Quando me virei tomei um susto, Pattison - ou Patt, como você preferire -, estava atrás de mim, me olhando com aqueles intensos olhos castanhos.
 - Eu sei o que você é, e aonde você quer chegar, mas tome cuidado - disse Pattison com uma voz baixa e rouca -, suas decisões podem te levar aonde você não quer chegar.
 - Pattison, você está bem? - perguntei aflita.
 - O que ouve? Como eu vim para aqui na cozinha. - ele perguntou confuso.
 Encarei perplexa, não podia acreditar no que eu havia acabado de escultar.
 O que fora aquilo? Um alerta ou uma ameaça.
 Pus o copo em cima da pia e disse.
 - Pattison, preciso impedir que a Kel faça alguma besteira. Podemos remarcar o trabalho para outro dia? Quem sabe - no dia de São Nunca -, no almoço amanhã?
 - Claro, quando você achar melhor.
 Saimos e eu fui em direção ao escritório da Kel.
 Quando cheguei lá, jurei que tinha visto até uma caixa voando.
 - Você, sua girafa desengonçada e você seu... idiota. Como você tiveram coragem?
 - Kel, eu posso explicar. - disse Dudu chegando para o lado para sair da frente de um jarro que estava voando.
 - Você poupe seu folego, que depois que eu a deixar careca e baguela será a sua vez de ficar alejado! - disse Kel avançando na Giullia.
 - D. Kerolyne, eu posso explicar.
 - Eu posso te explicar o endereço do hospital mais perto, pois é para lá que você vai.
 Dudu se meteu no meio da briga das duas e acabou seno derrubado no chão e por pouco não caiu da janela. Sorte dele.
 Kel deu um tapa na Giullia seguindo de dois socos e um pontapé na barriga. Enquanto eu admirava a luta, Lucas S estava massacrando o Dudu. Deu dois tapas no rosto, dois socos, um pontapé e para finalizar o jogou no chão. Kel teria continuado se a Jullianne não tivesse chegado a tempo de separar a briga, porém, não foi tão fácil assim acabar com a briga do Lucas com o Dudu, de surpreza os dois desceram as escadas rolando, Lucas parecia estar muito melhor do que o Dudu. Porém, o Dudu parecia que ia fazer um filme de terror "O retorno dos que não foram". A briga só acabou quando os dois cairam de cara no chão.
 - Já estou vendo os escandalos pipocandonas machetes de jornais "Lucas Batista e Dudu Surita brigam por causa de super modelo-empresária". - disse, pondo gelo no olho rocho de Giullie.
 - Eu e a Kel não temos nada, será apenas mais uma fofoca da imprenssa. - respondeu Lucas que estava sentando em cima de uma mesa.
 - E você pegou pesado em. - disse, tacando o gelo no olho do Dudu - Podia ter se controlado.
 - Eu sou homem e a carne é fraca. Ai.
 - Pelo visto ficou ainda mais fraca. - brincou Lucas.
 Passamos a tarde toda juntos arrumando aquela bagunça no escritório da Kel. Eu apenas ajudei por solidáriedade, enquanto isso, o Lucas cuidava da Giullia, ele não perdia a oportunidade de mandar uma cantanda, por mais sem graças que elas fossem.
 - Se você não largar esta vaca, esqueça que eu sou sua amiga. - disse Kel passando pelo Lucas
 Lucas exitou antes de sair de perto, mas por fim, seguiu a Kel.
 - Ela beijou o seu namorado, e, até onde eu sei, ela está solteira. - retrucou Lucas
 - Vai lá, espero que seja o próximo corno da vez. - disse Kel com raiva.
 Lucas balançou a cabeça, olhou para Giullie e respondeu a Kel.
 - Mas olhar não mata nínguem. Não é?
 - Sim, mata você. - respondeu Kel.
 Até que ele parou de olhar para a Giullia e foi nos ajudar, acabamos mais rápido do que eu esperava e quando voltamos para casa já era 19:00.
 Corri até meu quarto e fui ligar o computador, para ver se já tinha alguma notícia. Mas, para a minha surpresa, não havia nada.

03 - Pattison me persegue

 - Aah, Pattison irá te procurar. Este semestre você estão juntos em Quimica e Física, e o treinador pediu para cada um descobri melhor sobre a vida do parceiro. Espero que vocês... - gritou Amanda atrás de mim.
 Havia certos momentos que aquela garota conseguia ser muito irritante. Para não ouvir mais a voz enjoada dela, coloquei os fones de ouvido e fui para casa ouvindo música. Quando quem vem e esbarra em mim, do nada? Isso mesmo, o Pattison.
 Ele fez com que eu derruba-se meus livros no chão, como um garoto conseguia ser tão dessatrado.
 - Me desculpe, eu não queria que isso acontecesse. - ele e desculpou, aparentemente preocupado.
 - Não à problemas. - disse me abaixando para pegar os livros, ele fez o mesmo.
 Seus cabelos negros estavam espetados com gel, seus olhos de um intenso azul, seu sorriso era encantador, como um daqueles pricinpes encantados que você sempre sonhou, então, ele era assim.
 - Já ficou sabendo, estamos juntos em Química e Física. - ele disse tentando puxar assunto.
 - Amanda me disse. E o que o treinador quer mesmo? - perguntei me fazendo de tonta.
 Na verdade, eu poderia continuar olhando ele durante horas e horas, ele era como um... a já falei.
 - Precisamos nos conhecer mais. Ele fara perguntas na próxima aula. - ele disse me ajudando a se levantar.
 - Obrigada, e... bom, onde você acha melhor? Quero dizer, sobre o trabalho, na minha ou na sua casa? - perguntei me fazendo de sonça.
 - Ah, sim sim, claro - ele disse todo atrapalhado - Na minha casa ou na sua? Você escolha... digo, escolhe.
 - Ah sim. Então, você me liga ou eu te ligo? - perguntei.
 Ele puxou uma caneta de seu bolso e pegou minha mão, anotando ali seu número de telefone.
 - Me ligue antes das sete horas, depois desta hora eu não estarei em casa. Vou sair com uns amigos.
 - Vou ligar sim, pode deixar. - disse lhe dando uma beijo no rosto.
 - A, até que enfim encontrei você. Estou te caçando a 10 minutos. Vamos, os outros já estão loucos te procurando e o Lucas C já quer até te matar. - disse Manu puxando meu braço.
 - Pattison, te vejo depois? - perguntei.
 - Então tudo bem. Até. - disse Pattison mandando um beijo no ar.
 Manu estava se descabelando do meu lado, realmente, ficar com Pattison fez o tempo passar que eu nem percebi.
 Analizei o número que ele havia anotado em minha mão e fechei meus dedos, como se ao invez de apenas letras na minha mão, ouvesse um papel.
 - Allanis, eu estou falando com vocês. - disse Manu, estalando os dedos como se eu estivesse saindo de uma hipnose.
 - Ahn, a sim. Concordo plenamente. - disse, tentando fingir que eu estava prestando atenção no que ela falava.
 - Concorda com o que? - ela perguntou.
 - Com o que você acabou de dizer. - respondi - Esqueceu o que você acabou de me dizer? Como pode? - perguntei achando graça.
 - Allanis, eu é quem te perguntei, como vai concordar com uma pergunta que era para você responder?
 - Você complica demais as coisas. - respondi sorrindo.
 - Ah, está bem. Ou você que não entende o que eu falo?
 - Até que enfim hein, pensei que tinha morrido! - disse Lucas C afobado.
 Fomos para o aeroporto, não consegui nem passar em casa para deixar o meu material.
 Claro que chegando no aeroporto eu não iria ficar igual a uma maluca andando com o material na mão, então deixei eles no carro.
 Os fleches estavam me deixando cega, claro que o Lucas C era famoso e tal, mas precisava de tanta gente?
 Haviam fãns enlouquecidos, gritando e pedindo autografos, porque tudo isso? Ele era apenas o Lucas! Está bem, um Lucas famoso, mas não explica toda aquela loucura.
 Quando estavamos todos esperando para o Lucas ir embora, ele nos para no meio do aeroporto para mostrar uma surpreza. Aff.
 - Julie, sei que posso estar me precipitando um pouco, mas... estamos juntos a 5 anos e acho que já é a hora de darmos o segundo passo. - disse Lucas C colocando a mão no bolso.
 - Ou no caso o terceiro. - gritou Lucas S ao meu lado.
 Olhei para ele sem entender o que ele quiz dizer, enquanto o idiota começava a rir.
 - Mente pervestida. - disse calmamente.
 Lucas  sacou uma caixinha azul marinho do bolso, se ajoelhou e pos a caixa aberta na mão de Julie.
 - Casa comigo? - Luas perguntou nervoso.
 Julie parecia assustada, porém feliz.
 Logo, havia uma multidão em volta anciosa pela resposta da Julie.
 - É claro que sim! - ela respondeu com um sorriso que parecia que ia rasgar seu rosto.
 Lucas a pegou pela cintura e lhe deu uma beijo daqueles de cinema na Julie. Logo todos estavam aplaudindo a pequena e breve cena. Inclusive nós.
 - Então... Nós vamos nos casar, Julie! - Disse ele todo bobo.
 Ah vá, é mesmo?
 - E vamos para Paris! - ela respondeu.
 Para mim chega, que cena mais... idiota? Tá, se eles já sabem, para que ficar repitindo?
 Eles vieram em nossa direção se depedir e o Lucas disse:
 - Que tal um últimoa abraço em grupo antes de ir? - perguntou Lucas C todo bobo.
 Legal! O Lucas vai morrer. O último abraço em grupo, é para pensar o que?
 - É claro. - respondemos em um coro não ensaiado.
 Como sempre, mais uma vez, demos aquele abraço único e maravilhoso que tivera inicio no final de 2009 - a muito tempo atrás.
 Como eu nunca saia sem um machucado, acabou que a Manu pisou no meu pé.
 Enquanto estavamos no carro, peguei meu telefone e disquei o número de Pattison, teriamos que marcar logo o trabalho, quanto antes acabassemos com isso melhor.
 Parecia que ele estava realmente esperando aquele momento, pois atendeu no primeiro toque. Seria ele um viciado em tecnologia?
 - Allanis, eu sabia que você ia ligar. - ele disse e pude imaginar um sorriso se abrindo em seu rosto.
 - Como você... sabe? - gaguejei.
 - Reconheci o seu número, a Jubs me passou ele. - ele disse.
 - Ah, é claro. Bom, preciso que você...
 - Eu estou te esperando na frente da sua casa para fazermos a entrevista.
 - Ah... quem te passou meu endereço?
 - A Jubs também.
 - Ok, me lembre de matar ela amanhã.
 - Lembro sim. Olha que eu lembro mesmo. - ele brincou.
 Desliguei o telefone e esperei chegar-mos em casa.
 Quando cheguei, ele realmente me esperava na porta de casa.
 - O QUEE?- gritou a Kerolyne no telefone - Eu estou indo para aí agora.
 - O que ouve? - perguntou Pattison.
 - Vou tentar descobrir. - disse indo em direção a Kah.
 - Kah, o que ouve? - perguntei.
 - A secretária da Kel foi pega beijando o Duda Surita. Chato néh?
 - Muito. O que a Kel vai fazer?
 - Vou matar ele, e não me segurem.

-

Galera, me desculpem mesmo por ter demorando tanto tempo a postar capítulos, é que eu estava meio sem tempo, e sem muita criatividade. Mas, como desculpas, vou fazer um big post, postarei até o capítulo seis no decorrer do dia.

Obrigado por entenderem e esperarem tanto. :D

terça-feira, 12 de outubro de 2010

02 – É tudo sonho?

 Antes que o caos voltasse a reinar naquela sala, fui até a fonte que me daria as respostas complexas e exatas – Lucas Cordeiro.
 - O que você acha que está fazendo? – perguntei ao entrar no quarto.
 As malas já estavam prontas ao lado da cabeceira da cama, Julie estava acabando de arrumar uma pequena mala de mão com algumas make e sabe... coisas de garotas. Garotas de 21 anos?
 - Fui chamado para fazer um filme, não há como recusar, não é? – ele disse sorrindo.
 - Allanis, precisamos descer. É urgente. – disse Manu na porta, ela parecia aflita com alguma coisa.
 Descemos correndo, para minha surpresa, havia um porco-espinho na sala, sentado no sofá.
 Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele viria me procurar, mas eu esperava que fosse mais tarde e não tão cedo.
 - Allanis, tem visita. – disse Luiz me olhando assustado.
 - Como pode aparecer aqui assim, depois de tudo que você nós fez passar, depois de tudo que você me fez passar? – disse sendo segurada pelo Lucas, se não, eu ia atacar ele.
 - Eu posso explicar...
 - Não. Não pode. Tudo foi muito bem explicado naquela maldita luta quando eu arrisquei a minha vida e a dos meus amigos para nos livrarmos dos Volturi, e agora você aparece dizendo que pode explicar? E toca garoto.
 - Eu te amava e ainda te amo, foi por isso que eu fiz aquilo.
 - Me esquece, eu já estou em outra. – disse sem fazer o menor sentido do que eu estava falando.
 - Tão rápido? – ele perguntou.
 - Já faz 5 anos, queria que eu parasse? – perguntei.
 Droga, eu havia me metido em um baita encrenca e agora não sabia o que fazer.
 Burra, burra e burra – pensei comigo mesma.
 - Então, está bem. Eu... preciso ir. – ele disse triste.
 Percebi que havia uma falha na voz dele, ele estava prestes a chorar. Que bonitinho.
 Ele atravessou a sala e se foi.
 - Pronto, uma perturbação a menos, agora, porque vocês vão embora? – perguntei apontando para o Lucas C e para a Julie.
 - Como eu já havia dito, fui chamado para fazer um filme, mas de terror. As gravações serão em Paris, e vou levar Julie comigo.
 - Ah, porque? – perguntou James sentado na poltrona.
 - Justamente por causa de você. – ele disse passando a mão pela cintura de Julie.
 Não teve como não achar graça da cena.
 Logo, apareceram o Lucas S e a Manu de malas prontas também.
 - O que é isso, todos decidiram ir embora? – perguntei irritada.
 - Não, na verdade estávamos apenas trazendo as coisas do Lucas e da Julie. – disse Lucas.
 Se ainda fosse humana teria corado.
 - Desculpe. – respondi meia sem graça.
 - Bom, não podemos nos atrasar, então... podemos ir logo? – perguntou Julie sempre com o seu jeito doce e amigável.
 - Claro. Vamos. – respondi.
 Como naquela casa tudo era motivo para uma comemoração, fomos de limusine até o aeroporto e cantando – aparentemente muito mau, mas tudo bem.
 Era como se todos tivéssemos novamente 13 anos, sempre alegres, extrovertidos. Quando ninguém tinha responsabilidade e empregos, quando éramos preocupados apenas de ir assistir a uma luta de karate – que era sempre eu que lutava -, ou marcar para ir a sorveteria que era nosso único divertimento na época de escola, pois nossas mães sempre foram superprotetoras e nunca nos deixaram ir só para lugar mais longe.
 Naquele momento eu pude sentir novamente as mesmas emoções que senti no dia da minha primeira luta. Sabia que não era o fim, que apenas duas pessoas do nosso grupo estava indo embora, mas não era o fim. Era apenas um novo recomeço.
 Naquele momento, eu queria que nada tivesse acontecido, que tudo não passa-se apenas de um sonho, que eu nunca havia conhecido Bill, que eu ainda estava na faculdade, que três de meus amigos jamais haviam virado atores, que éramos apenas pessoas normais, como até os meus 16 anos nós fomos. Mas agora, eu sabia que tinha uma nova responsabilidade, que eu tinha um novo corpo, um novo sentimento, que eu jamais seria a mesma que um dia eu fora. Agora eu seria a garota que vive trancada em dias de sol, que apenas pode sair nos dias de chuva, e isso, para uma vampira é triste, e chato.
 Enquanto eu estava submersa aos meus pensamentos, senti alguém cutucar minhas costas.
 - Allanis, a aula já acabou. – disse Juliana.
 - Ahn? O que aconteceu? – perguntei meio desnorteada.
 - Você dormiu quase a aula toda. Quase não, dormiu a aula toda. – disse-me ela, parecendo preocupada.
 - Ah, perdi muita matéria? – perguntei, agora realmente preocupada, nunca jamais eu havia dormido em uma aula.
 - Na verdade não muita coisa, não teve muita matéria hoje. Só vai ter um teste semana que vem, mas antes ela vai dar uma revisada.
 - Ah sim. Obrigada Ju.
 - Não tem por onde. Agora amiga, tenho que te contar a super novidade.
 - O que foi? – perguntei agora realmente curiosa.
 - Disfarça e olha para trás.
 Disfarcei, olhei e havia apenas um garoto loiro de olhos esverdeados.
 - Ah, o que tem o Miccy? – perguntei.
 - Você o conhece? – ela me perguntou enquanto guardávamos nossas coisas no armário da escola.
 - Sim, estamos juntos em biologia. Ele parece interessado na matéria.
 Na verdade, ele parecia interessado na matéria Juliana, porém ela não sabia.
 - Ele é tão fofo e lindo, não acha? – ela me perguntou.
 - Acho que ele faz bem o seu tipo. – assim que disse isso, meu celular começou a virar – Um minuto, já volto.
 - Oi Manu, algum problema? – perguntei aflita.
 - Algum? Não, o problema é o Lucas C, ele acaba de dizer que vai embora. Acredita?
 - Porque?
 - Não dá para explicar por telefone, vem logo para casa, sei que a aula já acabou.
 - Ah, eu tinha que ficar para o laboratório de química, mas posso ir, uma falta não vai fazer muita diferença não é?
 Ela concordou e desligou o telefone.
 - O que foi amiga? – perguntou-me Juliana parecendo preocupada.
 - Preciso ir. Viu a Amanda por aí?
 - Não e quero continuar sem ver. Falando no diabo, ele aparece. Te vejo amanhã, ou talvez mais tarde no karate.
 - Tchau, até.
 Chamei a Amanda.
 - Amanda, hoje não posso ficar para o laboratório de química, aconteceu uns imprevistos lá em casa.
 - O que aconteceu? – ela perguntou com aquela voz nojenta e enjoativa dela.
 - Uns problemas como eu disse.
 - Que tipos de problemas?
 - Problemas do tipo, oh, meu amiga está tendo um infarto!
 - Ok, então pode ir.
 Virei-me e fui como se realmente meu amigo estivesse tendo um infarto.
 Quando estava longe o suficiente dos olhos da megera, de um breve “Up”, era só dizer que alguém estava morrendo e ela caia fácil no jogo. Idiota.