Amanda pegou um galão de gasolina, jogou no galpão e lançou um fósforo. Tudo começou a pegar fogo.
Para a nossa sorte, ainda tínhamos Lucas C, na forma de vento. Ele surgiu e lançou água para apagar o incêndio. A prioridade era Luis. Fomos atrás dele e, quando percebemos, Amanda tinha pego Lucas.
-Aonde foi parar toda a sua força? - ela disse rindo – Me ataque! Vamos!
Eu não conseguia me mover. De repente, Lucas se virou, socou o estômago de Amanda, acertou um soco sobre seu rosto e torceu seu rosto para trás.
-Vamos, agora você vai confessar tudo! Quem escrevia os bilhetes?
-Você está me machucando! - gemeu Amanda.
-Você não o respondeu! - gritei.
-Era James! Mas ele sempre utilizava as canetas de Pattison, para você suspeitar que fosse ele! Agora me larga! - ela gritou.
Amanda se desequilibrou e caiu.
-AMANDA! - Lucas gritou e desceu correndo.
Joguei a arma para o outro lado e corri para segurar Lucas.
"É melhor não! Pode ser um truque! Por favor", pedi por pensamento.
Ele assentiu e saímos do galpão. Meu maior desejo naquele momento era deixar Amanda morrendo, mas minha consciência me culpava, então, chamei a ambulância, mas saímos do local para levar Luis ao hospital, rápido. Não era justo. Ele não morreria.
Eu não podia acreditar no que havia acontecido, não havia palavras que pudesse expressar, era como acordar de um pesadelo no meio da madrugada, mas quando você volta a dormir, acontece tudo novamente. Ou talvez... ou talvez pior.
Pattison abraçou-me novamente, tentando fazer com que eu acreditasse que - mais uma vez - tudo acabaria bem. Mas eram em vão suas tentativas.
O médico entrou na sala de espera com uma prancheta em sua mão, acompanhado de uma mulher gordinha, baixinha e com cara de sapo.
-Srta. Allanis? - ele perguntou.
As palavras haviam perdido o caminho até meus lábios, freado sobre minha garganta e estagnado em minha língua. Apenas sacudi minha cabeça, afirmando que sim.
-O seu amigo, Sr. Luis Eduardo, passa bem. A hemorragia foi controlada e ele se encontra fora de perigo – disse o médico
Respirei aliviada e abracei Pattison, esticando meu braço para não deixar Lucas de fora. Eu havia pedido para Nath, Lucas C e Kel voltarem para mansão para acalmar os ânimos nervosos de nossos amigos, então, eu deveria ligar para dizer como Luis estava.
PDV DA AMANDA
-Meu maior medo era que meu amigo morresse. Foi horrível o que James fez, eu não tive outra opção, assim que a arma caiu no chão, eu fui obrigada a matá-lo! – eu disse chorando – Eu só queria continuar viva, com meus amigos e meu marido.
-Não se preocupe. Foi por uma causa nobre, mas, você será julgada. - disse o médico – Mas a arma não foi encontrada no local do crime.
-Eu sei, mas eu... eu... - disse, soluçando.
-É melhor você descansar, foi um longo dia para você. – disse o médico.
-É... um... um longo di... dia. - disse chorando.
Assim que o médico saiu, enxuguei minhas lágrimas falsas.
Então era assim, ele não queria morrer? Eu não teria opção, a não ser jogar pesado com ele.
Toquei a campainha para a enfermeira vir.
-Você pode, por favor, pegar minha bolsa que está sobre aquele balcão? – pedi com a voz mais meiga que consegui.
A enfermeira se virou e foi andando até o balcão. Agi com muita rapidez, desconectei todos os fios que estavam em mim, levantei-me e chutei as costas da enfermeira. Corri até a persiana e a fechei. Voltei até a enfermeira e passei meu braço por seu pescoço.
-Shi, quietinha, quietinha. Você vai ficar aí, se não quiser morrer! – sussurrei em seu ouvido – Agora levanta devagar e tira a roupa!
Vesti o uniforme de enfermeira, estava um pouco folgado, mas peguei um cinto e ajeitei. Fui até minha bolsa e peguei a arma.
-Agora levanta e deita na cama. – ordenei – Põe todos esses fios e fica aí, quietinha. - eu disse.
Saí do quarto e passei a chave na porta.
Andei pelo o corredor e cheguei ao quarto do Luis, porém, ele não estava sozinho. Estava com a Allanis, com o Pattison e com o idiota do Lucas. Esperei quase 30 minutos até eles saírem dali, então, finalmente o lugar estava vazio – exceto por uma enfermeira que estava lá.
-Bom, com licença, o dr. Stuartt disse que você estaria aqui. – eu disse, sendo simpática – Ele quer você na recepção, em menos de cinco minutos.
-Obrigada. Bom, diminua a dosagem do paciente e pode ir. – ela disse sorrindo.
Assim que ela saiu, passei a chave na porta e fechei a persiana. Aproximei-me da cama e fiquei esperando ele acordar. Ele se mexeu uma vez, bocejou e abriu os olhos, assustado. Antes que ele pudesse gritar, corri até ele e pressionei minha mão em sua boca para dificultar caso ele gritasse.
-Agora somos só eu e você. - eu disse séria.
Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos e aquilo ficou mais divertido.
-Vocês sempre fizeram de tudo para estragar minha vida. Que tal agora, trocarmos de papéis? – eu disse
-A troco de que você está fazendo isso? – ele perguntou.
-Eu... mandei... você calar a droga da sua boca! - gritei e no mesmo momento invadiram a sala.
Atirei sem pensar nos aparelhos que faziam com que Luis continuasse respirando, e estavam ligados ao seu coração e cérebro.
FIM DO PDV DA AMANDA
-Ótimo, chegaram bem na hora de ver seu amigo agonizar. – disse Amanda com um olhar sombrio, mas psicótico.
-Amanda, não faça nada que depois vá se arrepender. – eu disse.
-Calada! Sua estúpida! – ela disse, tremendo com a arma na mão – Você sempre quis acabar com a minha vida! Depois, no dia do meu casamento, vieram vocês e acabaram com tudo! - ela disse alterada.
-Então, vamos! Atire logo! - eu disse.
Naquele exato momento, o desfibrilador foi ativado no máximo por Ana, que estava invisível - fora tudo combinado. Ela os aproximou das orelhas de Amanda e deu um choque. Amanda ficou se contorcendo durante alguns segundos no chão e depois parou.
-Acham que ela morreu? - perguntou Pattison.
-CUIDADO! - gritou Nath.
Abaixei-me o mais depressa possível e só vi quando Nath lançou suas lâminas sobre Amanda.
-Droga. – foram essas as últimas palavras de Amanda.
Ouvi o baque do corpo de Amanda no chão, depois, vi o sangue escorrendo. E então, estávamos livres. Podíamos voltar a sonhar e viver, sem medo que algo nos acontecesse.
Dias depois...
A neblina batia sobre nossos guardas chuvas e entravam sobre a cova que havia sido cavada para o enterro de Luis.
-Grandes vitórias vêm acompanhadas de grandes sacrifícios. - começou Lucas S, que foi o escolhido para fazer o discurso - Luis tinha a vida perfeita, que todos sonham em ter, mas, acima de tudo, ele tinha uma alma, que tinha uma nobreza que conquistava todos ao seu redor, ele era querido, amado e respeitado, acima de tudo. Aonde ele estiver, tenho certeza de que estará bem. Melhor do que muitos. Correndo e sorrindo, pulando. Sendo feliz. E é desse jeito, que ele quer que continuemos, vivendo felizes.
Não aplaudimos, mas eram aquelas palavras que Lucas S havia usado que expressavam toda a minha dor. Eu sabia que, aonde ele estivesse, ele estaria feliz.
-Você já vem? - perguntou Pattison.
-Não, eu quero ficar aqui mais um pouco. Posso? – pedi.
Ele concordou.
Aproximei-me ao túmulo do Luis e fiquei olhando, e sorrindo, lembrando de nossos momentos juntos.
-Obrigada por me fazer acreditar que existe outro mundo. – eu disse, de cabeça baixa e chorando – Obrigada por tudo que você fez por mim. Se não fosse você, eu acho que não estaria aqui hoje. Nem sequer teria feito aquela... droga de prova. – disse e sorri, ao me lembrar de que fora ele quem insistira para fazer aquela prova para Berlim - Obrigada... por tudo. - disse e me virei.
Enfim, tudo acabou. Al era Amanda e finalmente acabamos com ela. Me virei e me dirigi ao meu novo caminho, à minha nova vida.
Autores: Lucas Batista e Lucas Cordeiro
Produção e Edição: Lucas Cordeiro