Estaram coberto de razões se depois disso quiserem me matar. Estou saindo de casa, junto de Manuh e Lucas.
Precisamos encontrar algo que nos informe sobre AL. Não fiz contato antes pois não queria preocupar vocês,
mas os dois insistiram. Por favor, não venham atrás de nós.
Sei que a esta altura do campeonato estaram se perguntando porque não levamos vocês, a resposta é simples:
Não quero por a vida de vocês em risco de novo. E nínguem mais vai morrer, pelo menos não por mim.
Eu escrevo isto com uma dor no coração, não é fácil deixar isso tudo aqui, depois de tudo o que já vivemos.
Espero que não fiquem chateado, faço isto por um bom motivo. Entendam, por favor.
Precisamos encontrar algo que nos informe sobre AL. Não fiz contato antes pois não queria preocupar vocês,
mas os dois insistiram. Por favor, não venham atrás de nós.
Sei que a esta altura do campeonato estaram se perguntando porque não levamos vocês, a resposta é simples:
Não quero por a vida de vocês em risco de novo. E nínguem mais vai morrer, pelo menos não por mim.
Eu escrevo isto com uma dor no coração, não é fácil deixar isso tudo aqui, depois de tudo o que já vivemos.
Espero que não fiquem chateado, faço isto por um bom motivo. Entendam, por favor.
Allanis
Dobrei e a coloquei sobre a minha cama.
Fomos para o aeroporto, eu ainda estava triste por causa disso.
O tempo estava nublado, chovia muito, mas do que na última vez que eu vira um dia assim.
5 dias depois ...
- Eu estou começando a pensar que foi um erro termos vindo para cá. - disse me virando.
Lucas voltava para se juntar a nossa pequena conversa.
- Lembra que o velho nos mandou revirar o passado? - ele disse.
- Sim, mas ele deveria estar caducando. - disse Manuh revirando os olhos.
- Não, lembra o que ele falou? De tanto que estávamos preocupados, esquecemos do mais importante. Precisamos voltar no Valverde.
- Eu fui lá ontem, e está fechado. - eu disse me sentando.
- E isso é ótimo. - ele disse sorrindo - Não percebem? Podemos entrar lá e procurar o que quisermos, sem nínguem nos incomodar.
Apenas respirei fundo e concordei.
Quando eram 20:00 pulamos o muro e descemos pelo o telhado.
Chegamos na escola e estava tudo tão... estranho desde a última vez que eu estive aqui.
O lugar estava escuro, frio, como se ali, a felicidade nunca mais fosse reinar.
Liguei a lanterna e notamos que o portão estava quebrado, a grade amassada e as paredes pixadas.
Entramos e fomos logo para os arquivos, que estavam todos jogados pela a secretaria.
- Esse lugar está precisando de uma boa reforma. - disse Manuh.
- Olha, junte a quantidade máxima de papeis que conseguirem. Vamos levar para casa. - disse Lucas.
Pegamos uma pasta que tinha lá, guardamos a maioria dos papeis que tinha lá e voltamos para casa.
Lucas espalhou pela a sala os papeis e eu fui ajudar a Manuh a preparar alguma coisa para jantarmos.
Depois de quase meia hora discutindo, entramos em um acordo e fizemos uma lasanha.
- Acha que foi tudo uma armação do velho? Para que voltássemos ao Brasil? - perguntou Manuh confusa.
- Eu sinceramente não sei. Mas estou começando a acreditar que foi isso.
- Será que ele vai conseguir descobrir alguma coisa revirando os papeis?
- Garotas. - chamou Lucas.
Fomos na sala e ele estava com o medalhão sobre mão sangrando e um livro aberto no chão.
- Ah meu Deus, o que houve com a sua mão? - perguntei nervosa.
- Isso é o de menos, acontece que quando você voltou no tempo com o medalhão do tempo, você voltou tudo de novo e estamos agora de volta a nossa forma humana. - ele disse nervoso.
- Manuh, vai pegar um pano para tentarmos estancar o sangue.
- Não, fica, preciso te mostrar uma coisa. Esse medalhão não é o verdadeiro. Olha aqui na fonte desse livro. - e ele me entregou o livro que nele estavam duas gotas de sangue.
- "De acordo com cientistas, há mais um medalhão pelo o mundo. Porém, o medalhão é falso.Ele tem os mesmos poderes do verdadeiro, mas deixa quem o possui extremamente sobre as ordens do medalhão." Então quer dizer que...
- Que as fontes foram alteradas do livro que a Manuh tinha lido no dia da morte da Jubs. - ele disse se levantando - E foi o medalhão que fez isso quando eu tentei abri-lo.
- Então quer dizer que o medalhão não aparece e desaparece, é a nossa mente que faz com que ele suma. - concluiu Manuh.
- Exatamente. Mas deve ter alguma coisa ai dentro que ele não quer nos mostrar.
E o silêncio tomou a sala. Passamos horas parados, só voltamos quando a lasanha estava pronta. Comemos e fomos dormir. Ou pelo menos tentar dormir. Eu estava muito preocupada com tudo isso que o Lucas havia descoberto sobre o medalhão. Me levantei e fui até o quarto dele, porem, ele não estava lá.
Fui para o terraço, e lá estava ele, olhando as estrelas, como geralmente fazia nestes últimos cinco dias.
Você quer conversar, ou simplesmente desabafar? - perguntei me aproximando dele.
- Na verdade, já imaginou como poderia ter sido tudo tão diferente? Quero dizer, e se estivesse predestinado que nos encontrássemos de novo?
- Acho que depois de todos esse tempo juntos, não me pergunto mais isso. - eu disse e ele sorriu.
- As vezes eu pergunto se eu um dia consiga encontrar alguém que possa substituir ela. - ele disse e notei que ele estava chorando.
- Nínguem pode substituir nínguem. - eu disse e ele abaixou a cabeça, peguei seu queixo e levantei a cabeça dele - Não fica assim, você não foi culpado pela a morte dela.
- É claro que fui! Se eu nunca tivesse largado aquela maldita faca, hoje ela poderia estar comigo.
- Para de ficar se culpando. Você não teve culpa de nada.
- Se eu nunca tivesse tocado naquele maldito medalhão as garotas nunca teriam sido torturadas e ela não estaria morta.
- Lucas, eu sempre admirei a sua coragem. Mas tenho que admitir que você as vezes é muito idiota. - eu disse segurando em seu braço - Acha que a Manuh e as outras garotas quase morreram por sua culpa? Não, elas sempre foram leais a mim, preferiram serem torturadas a trair a minha confiança. Isso é maior que você, e sempre foi maior que você. E a Jubs morreu como uma heroína. Tentando que você não torturasse aquela mulher. Será que dá para você entender pelo menos isso?
Ele não respondeu e ficamos em silêncio durante muitos minutos, acho que até horas.
- Lucas, não adianta você continuar a sonhar.
- Não.
- Porque não?
- Porque depois de tudo o que está acontecendo em nossas vidas, é preciso sonhar para viver. Porque, se eu tiver que viver para não sonhar, eu prefiro morrer.
E assim seguimos a noite, vendo as estrelas, porém, sem nenhum dizer uma única palavra.
Ele não ia se render essa noite, não ia aceitar a verdade, mas na verdade, ele tinha razão, para viver, é preciso sonhar.
Sentamos no chão e ficamos horas e horas olhando as estrelas, fazendo apenas isso, sem mais demais.