sexta-feira, 29 de julho de 2011

69- Não É Fácil Ser Ana


PDV da Ana

         Meu celular despertou. Era hora de ir pro trabalho. Rapidamente, tomei uma ducha fria para acordar, escovei os dentes e vesti meu jaleco. Depois, desci para tomar café. Eram 06:30 da manhã e os únicos acordados eram Bianca, Thaís e Allanis.
-Bom dia - cumprimentei
-Bom dia – elas responderam
         Coloquei o café na xícara e bebi tudo de uma vez. As meninas olharam assustadas.
-Seu trabalho é uma correria, né? – disse Thaís
         Balancei a cabeça. Havia queimado a língua.
         Peguei minha pasta e me preparei para ir.
-Sabe, nunca imaginei que você fosse virar médica – disse Allanis
-Não é a primeira vez que me dizem isso – eu disse, rindo
         Eu contei. Era a 87ª vez que me disseram isso.
         Entrei em meu carro e dirigi até o “LA Medical Centre”. Esse é o melhor hospital de toda a Califórnia. Adoro dizer que trabalho lá. É uma das poucas coisas com as quais eu me gabo.
-Oi, Helen. Que caso nós temos hoje? – perguntei ao chegar
-Homem, 32 anos. Reclama de fortes dores no estômago e vômito – ela respondeu
         Helen e eu trabalhávamos na mesma equipe. Era a minha melhor amiga no hospital e a única de lá em que eu confiava.
         Fomos até a sala onde ficava a nossa equipe para tentar descobrir o que o paciente tinha. Explicamos o caso, mas John, o nosso chefe, ficou imóvel. Ninguém da equipe entendeu. Depois de alguns minutos, ele finalmente abriu a boca.
-Vocês sabem o quanto adoro trabalhar com todos vocês – ele começou – Estamos juntos há 3 anos. Mas trabalho nesse hospital há 15. Estou envelhecendo... e é por isso que estou abandonando a equipe
-Como? Não pode abandonar a equipe! – exclamei
-Posso sim – ele disse, rispidamente
-E quem vai... assumir seu posto? – perguntou Helen
-Simples: quem resolver esse caso será o novo chefe da equipe
         Ele saiu da sala e deixou eu, Helen e o resto da equipe sozinhos. Rapidamente, todos começaram a analisar os sintomas. Todos menos eu. Minha intuição dizia que era câncer. Segui minha intuição e no final:
-O teste deu positivo pra câncer – Helen disse, relutante
         Helen e eu sempre fomos muito amigas, mas senti um pouco de rancor em sua voz naquele momento.
         Assim que contei ao John, ele me parabenizou e disse para supervisionar o paciente, que estava sendo medicado e aguardava por uma cirurgia.
         Fiquei na sala do paciente, cuidando dele enquanto esperava pela cirurgia, quando Helen chegou com uma xícara de café.
-Obrigada - agradeci
         Depois de alguns minutos, resolvi falar:
-Como você está?
-Como assim?
-Você sabe muito bem. Queria esse cargo tanto quanto eu – disse, seriamente
-Estou legal. Você merece – ela deu um sorriso forçado e saiu da sala
         Conforme o tempo foi passando, fui ficando cansada e caí no sono.
         De repente, acordei com o barulho dos aparelhos do paciente. Um grupo de médicos, incluindo Helen, tentava reanimar o paciente.
-O que houve? – perguntei assustada
-Não se faça de sonsa – respondeu Drake, um dos médicos
         Eles tentaram de tudo, mas não conseguiram. O paciente perdera a vida.
         John estava do lado de fora da sala e me encarava com um olhar de reprovação.
-Achei que pudesse confiar em você? – ele disse
-Como é? Você acha que é minha culpa?
-Guarde isso para a polícia
-Wow! Calma aí. Polícia?
-Eutanásia é crime
         Como? Por que eles me acusavam de eutanásia se eu não tinha feito nada?
***
         Não demorou para que os policiais chegassem.  Nem que me acusassem. Todos diziam que eu era a culpada, então fui a primeira suspeita. Dois caras grandões vieram falar comigo.
-Você matou Hoyt Beck? – assim, direto
-Não – respondi seriamente
         Eles insistiram umas 5 vezes e eu continuei negando. Vi que eles não desistiriam, então resolvi cortá-los.
-Quem vai ser o novo chefe?
-Como?
-É uma pergunta simples. Respondam.
-Helen McDevitt – um deles respondeu
         Foi aí que caiu a minha ficha. Como foi que eu não percebi?
-Vocês podem achar a pergunta estranha, mas... vocês tem alguma escuta ou gravador? – perguntei
***
-Precisamos conversar – eu disse
-Como você pôde fazer isso com aquele homem? – ela disse, impossível não notar a falsidade em sua voz
-Pode parar com os joguinhos
-Ufa! Não aguentava mais! – ela suspirou
-Por que matou aquele homem? E por que fez isso comigo?
-Por que o matei? Eu te dei um café batizado, você apagou e eu aproveitei a chance para aumentar a dose de medicamentos do paciente. Você seria a acusada e com você presa, eu poderia ser a chefe
-Pensei que fôssemos amigas – indaguei
-Você pensou. Não é verdade
         Forcei lágrimas e voltei ao térreo. Entreguei a escuta aos policiais.
-Tá tudo aí – eu disse
***
-Como vocês já sabem, - John começou seu discurso – estou abandonando o hospital. Mas vou deixá-los em boas mãos. Ana será a nova chefe da equipe.
         Dei um pulo em cima da mesa e gritei:
-Chupa, Helen!
         Todos me olharam assustados. No hospital, não estavam acostumados com esse meu lado. Desci delicadamente da mesa e me recompus.
-Prossiga – eu disse, como se nada tivesse acontecido
         No final, Helen foi presa, minha ficha foi limpa e eu assumi a equipe. Tudo bem quando acaba bem.

Fim do PDV da Ana

quinta-feira, 7 de julho de 2011

68- O Amor Não Tira Férias


PDV da Bianca

-Eu vou te matar! – eu disse
-Não! – ela disse
-É bom saber que você e Jen estão se dando bem! – brincou Lucas C
         Eu adorava brincar de boneca com Jen, mas de um jeito diferente. Na nossa imaginação, nossas bonecas lutavam karatê e kung fu.
         Ter Jen e Eric na família fazia o pessoal voltar à infância. Semana passada, por exemplo, Nath, Matheus e Karol fingiram que eram dinossauros que queriam pegar Eric. A cena foi hilária.
         Eu estava tão entretida com a “batalha” que não vi a hora passar.
-Você não ia trabalhar na mansão de um empresário? – perguntou Lucas C
-É. Às 14h. Por que? – perguntei
-São 15:30h – ele disse
-Droga! – exclamei
         Me levantei rapidamente e peguei as chaves do carro.

Fim do PDV da Bianca

PDV da Kel

         Eu estava conversando com Allanis e Manu, quando percebi que já estava na hora de sair.
-Tenho que ir – eu disse
-Já? – perguntou Allanis
-Eu trabalho, querida! – rebati
-É assim, né? Tomara que o carro enguice! – disse Manu, com raiva
         Corri rapidamente até meu carro e fui para o trabalho. Infelizmente, no meio do caminho, fiquei presa em um engarrafamento.
-Manuelle Cunha, você me paga! – eu disse, socando o volante
         Quando percebi, uns pivetes estavam roubando um carro. Assim que eles foram fugir, usei meus poderes para fazer os objetos roubados flutuarem. Alto o bastante para que eles não alcançassem. Depois de alguns minutos, eles desistiram e foram embora. Peguei os objetos e levei ao dono.
-Aqui estão os seus objetos roubados – eu disse
         Me surpreendi ao ver o rosto do motorista. Uma surpresa boa. Ele era lindo.
-Prazer, Charlie – ele disse
-O prazer é todo meu! – respondi ao seu cumprimento

Fim do PDV da Kel

PDV da Bianca

         Depois que acabei de trabalhar no projeto da mansão do empresário, passei numa lanchonete que havia ali perto. Estava morrendo de fome.
-1 fatia de torta de frango e 1 café – pedi
         Assim que fui servida e me preparei para me virar, esbarrei no cara que estava atrás de mim e derramei café quente nele.
-Me desculpa, me desculpa – eu disse
         Sem querer, quando tentei ajudá-lo, deixei a xícara cair em seu pé. Ele caiu no chão e derrubou uma das mesas.
-Isso só acontece comigo! – reclamei
         Peguei uma toalhinha na bolsa e sequei sua camisa. Trocamos olhares enquanto eu o ajudava.
-Obrigado – ele disse
-De nada. Sou Bianca – me apresentei
-Dean – ele respondeu
         Ficamos conversando por um tempo e ficamos bastante amigos. Saímos andando pela rua, conversando. Acho que nunca fiquei tão próxima de um desconhecido.
-Você é muito engraçada – disse Dean
-Obrigada – eu disse, ficando vermelha – Quer entrar na mansão?
-Não, estou atrasado – ele disse
         Não consegui disfarçar que fiquei desapontada.
-Bom, ainda tenho tempo para uma coisa – ele disse
-O que? – perguntei
         Ele se aproximou de mim, passou a mão em meus cabelos e me deu um beijo.
-Ah, isso? Nesse caso, minha agenda está livre pela próxima meia-hora – eu disse, beijando-o novamente

Fim do PDV da Bianca

PDV da Kel

         O engarrafamento não acabava, então eu e Charlie ficamos conversando por bastante tempo.
-Não acredito que estamos aqui a 2 horas! – eu disse, rindo
-Eu não ligo. Estou muito bem-acompanhado – disse Charlie
-Por favor! Assim eu fico corada! – eu disse, já ficando corada
         Continuamos conversando mais um pouco. Nem tinha percebido que já tinha se passado mais meia-hora. Em certos momentos, eu nem percebia que estava em um engarrafamento. Quando eu menos esperava, o engarrafamento sumira.
-Eu me diverti muito com você – disse Charlie
         Ele se aproximou para me dar um beijo, mas eu me afastei
-O que foi? – ele perguntou
-Me desculpe. Isso é errado. Comigo e com você – expliquei – Eu fiquei com vários caras, mas nada deu certo. Namorei um cara há um ano atrás e acho que ainda não o esqueci – me refiria a Mason – Me desculpa
         Liguei meu carro novamente para que pudesse chegar – atrasada – ao trabalho.
-Espere! – disse Charlie
-O que?
-Acho que tenho a chave para você esquecer esse cara – ele disse
         Então, ele abriu a porta do carro e me puxou, dando um beijo em mim.
-E então? – ele perguntou
-Nunca gostei tanto de amnésia – eu disse, beijando-o mais uma vez

Fim do PDV da Kel

quarta-feira, 6 de julho de 2011

67- O Recém-Chegado

         Marcelo e Nath haviam chamado o pessoal para um grande evento. Era a festa de estreia do novo filme do 007, no qual Marcelo participou. Seu primeiro filme, aliás.
-Ai, estou nervosa! – disse Nath
-Por que? – perguntei – Você já foi a várias festas desse tipo
-Mas... é o 007! Tenho que me vestir à altura! – ela disse, sacudindo as mãos e dando pulinhos
-Você e suas paranoias – eu disse, rindo
         Fomos de limousine até o evento. O lugar era enorme e estava lotado de gente.
-Nunca vi tanta gente desde que minha vizinha descobriu que estava sendo traída – disse Karol
         Não entendemos muito bem em que ponto Karol estava tentando chegar, então ignoramos sua história e seguimos Marcelo, que queria nos apresentar um amigo seu.
-Pessoal, esse aqui é p Ma... – ele foi interrompido por Nath, que foi abraçar o amigo de Marcelo
-Matheus! – ele gritou
         Matheus é um velho amigo nosso e primo de Nath. Nós não víamos ele há mais de 8 anos (Autor: esse Matheus NÃO é o mesmo da 1ª fanfic). O abraço de Nath foi tão forte que deu para ouvir os ossos de Matheus estalando (Autor: Acredite ou não, ela faz isso na vida real.). Pouco depois, Ana e Lucas C pularam em cima dos dois, derrubando-os.
-O “oi” de vocês é difícil de esquecer – ele disse, ironicamente
-A Ana fingiu que ia nos assaltar quando a reencontramos – eu disse
-Se quiser dar dinheiro, não reclamo – brincou Lucas C
         Continuamos a festa, botando o papo em dia.
-Há quanto tempo você está aqui? – perguntou Karol
-Pouco tempo. Nem tenho uma casa ainda – respondeu Matheus
-Você poderia ficar com a gente – sugeri – Temos um quarto vago desde que Luiz... morreu
-Eu vou ficar com o quarto de um morto? Maneiro! – ele disse
-Dependendo do ponto de vista... – disse Manu, assustada com a empolgação de Matheus
         Depois da festa, levamos Matheus para conhecer a mansão, o lugar onde ele iria viver a partir daquele dia.
-Bom, esse é o seu quarto – eu disse, deixando-o no antigo quarto de Luiz
-Será que se eu tirar uma foto, o espírito dele aparece? – ele disse, rindo
-Não sei. Ainda não tirei nenhuma foto aí – eu disse, espantada com o quanto ele parecia com Nath
         Depois que deixei Matheus em seus aposentos, fui para a minha cama. Eu estava pregada de sono e precisava bastante de um descanso.
         Acordei às 10h da manhã e, ainda assim, fui uma das primeiras a acordar. As únicas que estavam acordadas eram Jose e Thaís. Elas estavam na cozinha, preparando o café da manhã. Quando passei pela sala, notei que o sofá não estava ali.
-Vocês sabem onde está o sofá? – perguntei
-Não. Pensamos que você soubesse – disse Jose
-Alguma ideia? – perguntei Thaís
-Não, eu não mexi nele – eu disse, confusa
         Como é que o sofá sumiu assim, de repente? Ficamos sem respostas. Tudo que todos diziam era “eu não sei”. Então, o sofá simplesmente sumiu? Parece que sim.
         Quando anoiteceu, fomos todos dormir (um pouco mais cedo, até). Sonhei que eu estava numa fazenda e que eu era a única ovelha branca no meio de várias ovelhas pretas (Autor: Por que será, Allanis? Haha). Meu sonho foi interrompido por um barulho vindo da cozinha. Desci com um taco de baseball para atacar o invasor, porém, quando cheguei, não encontrei nada. Até menos: a geladeira havia sumido.
-Isso é mais do que assaltar a geladeira – eu disse, vendo a cena
         Convoquei todos para uma reunião onde pudéssemos falar sobre isso.
-Primeiro, o sofá. Depois, a geladeira. Resolvi comprar um alarme para colocar na mansão – eu disse
-Alarme? Que drama! A gente podia pegar digitais para descobrir quem roubou – disse Kel
-Digitais de onde? Do ar? A geladeira sumiu, anta! – reclamei
         Instalei o alarme na porta da mansão, segura de que nenhum outro objeto seria roubado. A surpresa veio no outro dia: a TV sumiu.
-Essa porcaria foi feita aonde? Na China, não foi! – eu disse, quebrando o alarme com o taco de baseball
         Já havíamos perdido partes importantes da mobília. Resolvi partir pra artilharia pesada:
-Rottweillers? – perguntou Pattison, assustado
-Duvido que roubem mais alguma coisa agora – eu disse
         Fui dormir tranquila, segura de que nada seria roubado mas...
-Os rottweillers foram roubados? Qual é! – gritei
-O que mais falta? Roubarem a Bianca? – disse Nath
-Ei! Por que eu? – exclamou Bianca
-Sei lá. Roubaram os rottweillers. Por que não poderiam te roubar? – Nath esclareceu
-Tá me chamando de cachorro? – Bianca disse, indignada
-Foi um elogio. Rottweillers são bonitinhos – disse Nath
-Rottweillers são assassinos! – Bianca gritou com Nath
-Alô!!! – eu disse, batendo palmas para chamar a atenção das duas – Temos coisas mais importantes para falar! O que podemos fazer para impedir que a casa seja invadida de novo?
         Perguntar a elas foi como falar com um rato. Nada. E foi exatamente isso que eu fiz: nada. Eu havia perdido a guerra. A única coisa que restava fazer era dormir – mesmo sabendo que estavam roubando nossa mobília.
         Por mais que eu tentasse, não conseguia dormir. Fiquei de olhos abertos a noite inteira. De repente, ouvi um barulho vindo da cozinha.
-Relaxa, Allanis. Não é nada, é só sua imaginação – falei comigo mesma
-Falando sozinha de novo? Você precisa parar com isso – disse Pattison, tentando dormir
-Cala a boca – rebati
         Peguei meu taco de baseball e fui até a cozinha, confiante de que acharia o ladrão. Dessa vez, tive sorte: achei uma pessoa perambulando pela cozinha. E mais: o fogão e o armário tinham desaparecido.
-Você! Parado aí! – ordenei
         O cara continuou a perambular sem me dar ouvidos.
-Parado senão eu atiro! – gritei
         Foi aí que eu pensei: como é que eu vou atirar com um taco de baseball?
         Quando ele se virou, levei um susto ao ver sua face.
-Matheus?? – perguntei assustada – Você tá maluco? Por que você tá roubando a mobília?
         Ele estava de olhos fechados e não respondia às minhas perguntas. Ele era sonâmbulo!
-Matheus! – gritei o mais alto possível e ele acordou
         Com o susto, ele lançou um vórtice na minha direção. Eu desviei e o vórtice sugou minha mesinha da sala. Se eu não desviasse, eu teria sido destruída como tudo mais que ele destruiu.
-Acho que preciso dar explicações – ele disse, sem-graça
-Não precisa – eu disse
         Fui até o quintal e ergui uma das pedras da calçada.
-Você é um de nós! – expliquei
         A partir daquele dia, ele passou a tomar remédios para a sua insônia e os objetos não sumiram mais. Porém, nós nunca achamos a antiga TV, fogão, geladeira ou os rottweillers.

domingo, 3 de julho de 2011

66- S&M


PDV da Kah

          Era uma quinta-feira tranquila. Eu estava de folga e teria um encontro com Nick à noite. Mas tudo mudou quando Rafah fez um inocente pedido.
-Pode desfilar comigo? – ela pediu
-Ahn... – fiquei em dúvida
-Por favor. A gente acaba antes do seu encontro. Eu prometo – ela disse, fazendo cara de cachorrindo pidão
-Tá! – aceitei
-Oba! – ela disse, pulando – Vista sua roupa mais sexy
          Eu devia ter desistido assim que ela disse aquilo.
-roupa sexy? Por quê? – perguntei
-Vai ser um desfile temático. O tema é S&M. Teremos que desfilar algemadas – ela respondeu
-O que?! – exclamei, assustada
-Você já aceitou. Não tem volta – ela disse com um risinho
          Mais tarde, fui me preparar para o desfile. Vesti meu desfile mais curto, mais colante e com o maior decote.
-Já está se preparando para a lua-de-mel? Ou você trabalha numa sex-shop e nunca me disse? – Allanis brincou
-Nem um nem outro. Vou desfilar com Rafah – expliquei
-Ah, sei. O desfile de S&M. Eu não aceitei – ela disse
-Ela quase me forçou – eu disse
-Claro! Ela pediu pra todo mundo e ninguém aceitou. Ela tinha que forçar – ela riu
-Desgraçada! – exclamei, fechando o punho
          Quando chegou a hora do desfile, eu e Rafah desfilamos ao som de “S&M”, da Rihanna (obviamente). Teve modelo dançando com boneca inflável!
-Me sinto ridícula – sussurrei, enquanto desfilávamos
-Calma, já está acabando – ela sussurrou
          Depois que acabamos o desfile, arrastei Rafah direto para o camarim, para que eu pudesse me soltar e ir para o meu encontro com Nick.
-Me passa a chave – disse Rafah
-Não, ela está com você – eu disse
-Não, eu dei pra você antes do desfile – ela disse
-Você não me deu nada
-Ai, droga! – exclamamos juntas
          Sentamos na cadeira e botamos a mão na cabeça, tentando pensar em algo.
-Vamos procurar – disse Rafah
-Não dá tempo. Meu encontro é daqui a 20 minutos. Você vem comigo e depois a gente procura – eu disse
-Tá maluca? – ela gritou
-VOCÊ me meteu nessa. VOCÊ vem comigo – ordenei
          Entramos no carro e eu fiquei na direção.
-Por que você vai dirigir? – ela perguntou
          Eu a encarei seriamente e isso já serviu de resposta.
          Assim que chegamos, tivemos que pensar em algo para esconder a Rafah. O jeito era escondê-la embaixo da mesa.
-Oi! – cumprimentei Nick assim que ele chegou
          Ficamos conversando por um tempo até que Rafah começou a estapear minha perna.
-Me desculpa, meu garfo caiu – eu disse para Nick
          Fui para debaixo da mesa para ver o que ela queria.
-Estou com fome. Me dá comida – ela disse
-Pede pra babá! – reclamei
          Voltei para o meu lugar e continuei a conversar com Nick. Só que, de repente, começou a tocar “Tá Tarada” embaixo da mesa.
-O que é isso? – Nick perguntou
-Meu celular caiu. Vou pegar – eu disse, sem-graça
          Me abaixei para ver o que Rafah queria agora.
-Sua retardada! O que foi agora? – reclamei
-Estou ouvindo um sonzinho – ela disse
-No último volume??? – protestei
-Quer ouvir o que? “Você Quer?”, “Chantilly” ou “Sou Brabo”? – ela disse, com um risinho
-Para de graça! Estou tentando ter um encontro aqui – eu disse, tirando o celular de sua mão
          Peguei seu celular e o joguei no chão, fazendo ele se quebrar todinho.
-Você... Sua... Sua... Aaahhh!!! – ela gritou, pulando em cima de mim
          Ela me jogou contra a perna da mesa, fazendo com que pratos e copos caíssem no chão.
-Kah, está tudo bem? – Nick perguntou
-Tudo! É o meu celular que está com defeito – disfarcei
          Ela puxava meus cabelos e eu puxava os dela. Saímos rolando pelo chão e fomos parar no meio do corredor do restaurante. Alguns favelados começaram a gritar: “Eba! Briga de mulher!”. Outros apostavam em quem iria vencer a briga. Paramos assim que vimos a quantidade de pessoas ao nosso redor.
-Ahn... Nick, você já conhece a Rafah? – eu disse, como se nada tivesse acontecido
-Prazer, eu acho – ele disse, confuso
          Nós três saímos do restaurante, totalmente envergonhados. Eu e Rafah explicamos a ele tudo o que aconteceu.
-Me desculpa – eu disse
-Só espero que isso não se repita – ele disse, chateado
          Conhecendo o pessoal, eu não poderia prometer aquilo.
          Depois que Nick foi pra casa, eu e Rafah fomos para a mansão, ainda algemadas. Assim que entramos, vimos o pessoal em frente ao computador, se quebrando de rir.
-Vocês duas precisam ver isso – disse Kel, também rindo
          Assim que olhamos para a tela do computador, demos de cara com o inesperado: um vídeo da minha briga com a Rafah estava no Youtube. E já tinha 5 milhões de visualizações!
-Parabéns! Vocês estão mundialmente famosas! – brincou Allanis
-Eu não acredito – disse Rafah, cobrindo o rosto com as mãos
-Oba. Estou famosa – eu disse, sarcasticamente e sem ânimo
          Fomos nos sentar no sofá. Aquela foi uma longa noite e estávamos exaustas. Assim que nos sentamos, ouvimos um som metálico vindo do bolso da Rafah.
-Ai! O que é isso? – ela disse
          Ela botou a mão no bolso e achoua chave.
-Olha só! A chave! – ela disse
-Eu... não... ACREDITO! – dei um berro histérico ao acabar a frase
          Rafah nos soltou e se afastou rapidamente.
-Se acalme, Kah. Um dia vamos nos lembrar disso e dar risadas – ela disse, assustada
-Um dia. Esse dia não é hoje – eu disse, nervosa – Eu vou contar até 3 e vou te enforcar com aqueles chicotes
          Contei até 3 e saí correndo atrás de Rafah. 2 semanas depoism fomos parar na TV porque o nosso vídeo da já tinha mais de meio bilhão de visualizações

Fim do PDV da Kah

Moral da História: Seu dia está ruim? Não se preocupe. Ele pode piorar!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

65- A Toca do Lobo


          O céu estava nublado e soprava uma brisa. Eu estava dando uma caminhada, admirando a paisagem. As folhas das árvores caíam, deixando as ruas cobertas de folhas. Assim que cheguei na mansão, encontrei com Jose, Ana, Thaís e Manu. Kel e Kah estavam trabalhando e o resto do pessoal também.
-O que vocês estão assistindo? – perguntei
-Alguma porcaria da Disney. Não sabemos qual – respondeu Thaís
          Eu ri e me sentei com elas. Já fazia um certo tempo desde a morte do Luís e já estávamos voltando à nossa rotina de sempre. De repente, Lucas S chegou dizendo ter uma notícia importante.
-O que foi? – perguntou Jose
-Ahn... o pai de Jacob... morreu – ele respondeu
-O que? – perguntou Manu
-É isso mesmo. Nos chamaram para o enterro – disse Lucas
-Ele é nosso amigo. Temos que ir – eu disse
-Você vai, Manu? – perguntou Ana
          Nós ficamos esperando a resposta de Manu. Embora que desde o rompimento do namoro com Jacob, ela nem olhava para o rosto dele. Imaginávamos que ela fosse dizer não, mas...
-Eu vou – ela respondeu
-Tem certeza? – perguntou Thaís
-Absoluta – respondeu Manu, seriamente
          O outro Lucas estava fora da cidade, então pedi que Pattison nos levasse. Rapidamente chegamos em Forks, onde seria o enterro de Billy. Fomos até La Push, visitar Jake. Ele estava em casa, com Renesmee. Ela aparentava ter 18, mas tinha 8, na verdade.
-Como você está? – perguntei
-Mal – ele respondeu
-Como... você sabe, ele faleceu? – perguntou Jose
-Causas naturais – ele disse
          Manu ficou quieta e não falou nada direcionado ao Jacob. Eu a puxei para o canto para conversar.
-O que foi isso? – perguntei
-Isso o que? – ela disse, se fazendo de sonsa
-Se você veio, ao menos fala com ele! – reclamei
-Eu não sou obrigada – ela rebateu
-Então, ficasse em casa! Mas se você veio, vai ter que falar com ele – mandei de volta
-Tá, estressadinha! – ela disse, batendo o pé
          Antes do enterro, eu, Manu, Jacob e Renesmee fomos até o caixão. Alguns homens estavam junto ao caixão.
-Jason, Damon e Sean. São da tribo de uma cidade vizinha. Sean é o líder da tribo – explicou Jacob
          Chegamos ao caixão e Jake começou a conversar com os caras.
-Eu gostaria de vê-lo mais uma vez antes do enterro – ele disse
-Não pode – disse Jason
-Por que? Ele é meu pai! – protestou Jacob
          Jacob tentou levantar a tampa do caixão, mas Damon empurrou sua mão. Jacob começou a se irritar.
-Vocês três, saiam daqui! – ele disse
          Eu, Manu e Renesmee obedecemos e saímos de perto. Jacob se transformou, assim como os outros 3 caras. Nós 3 entramos na casa e avisamos aos outros sobre a briga que estava acontecendo lá fora.
-A gente tem que ajudar – eu disse
-Peraí – disse Lucas
-O que foi? – perguntou Jose
-Estou captando os pensamentos de um deles – ele respondeu
          De repente, Lucas fez uma cara de espanto que nos deixou mais preocupados.
-E aí? – perguntou Ana
-Sean matou o pai de Jacob – ele disse
          Jacob estava perdendo, então fomos ajudá-lo. Ana se transformou em loba e atacou Damon. Jose lançou plataformas contra Jason e eu a ajudei, socando-o. Manu ajudou Jacob, levando-o para a garagem, enquanto lutávamos com os 3 lobos.

PDV da Manu

          Levei Jake para a garagem pois ele estava muito ferido. Ele voltou à forma humana, pelado. Fiquei meio desconcertada com a cena e o cobri.
-Acho que quebrei o braço – ele disse – Mas não esquenta, meus poderes de lobo vão fazer curar rápido
          Ele se levantou, enrolado no lençol e foi para o quarto, colocar uma roupa.
          Pouco tempo depois, Allanis e o resto do pessoal entrou na garagem. Depois da briga, os 3 lobos sumiram e fugiram floresta adentro. Jacob chegou, acabando de se vestir.
-Eu vou atrás deles – ele disse
-Como? – perguntou Renesmee
-Tenho que vingar meu pai – ele respondeu
-Eu vou junto – eu disse
-É perigoso – disse Allanis
-Por isso mesmo: vou ajudar Jacob – respondi seriamente
          Entramos na floresta e começamos a caminhar. O resto do pessoal ficou na casa de Jake. Nós não precisamos andar muito para que alguns lobos nos atacassem. Os 3 que nos atacaram na praia devem ter pedido reforço.
          Jacob se transformou e eu me blindei de pedra. 2 lobos me derrubaram no chão, mas não me feriram. Eles me batiam com as patas e me mordiam, mas não causavam nenhum dano. Não podia dizer o mesmo sobre Jacob. Haviam 5 lobos atacando-o e ele estava perdendo.
          Blindei meu corpo de diamante e lancei os dois lobisomens que me atacavam para longe. Dei um soco no tórax de outro lobisomem, que estava atacando Jake. Bati nos outros 4 e todos (incluindo Jacob) voltaram ao normal. Sem roupa. Aquilo estava melhor que despedida de solteira.
          Enquanto os outros fugiram, eu ajudei Jake a voltar para casa. Ele foi para seu quarto, se vestir para o enterro, que seria pouco tempo depois.
-E aí? Como foi? – perguntou Lucas
-Eles não serão problema tão cedo – respondi
          Fomos todos para o enterro. Aqueles 3 haviam lacrado o caixão, então não tinha como saber o estado do corpo, muito menos se aquele era o corpo do pai de Jacob. Assim que o enterro acabou, fui conversar com Jacob.
-É... Obrigado por me salvar – ele disse
-De nada – eu disse
-E me desculpe... pela nudez – ele disse, rindo
-Ah, isso? Não precisa se desculpar, eu até gostei! – brinquei
          Aquele momento de descontração foi bom para aliviar a tensão da morte, briga e tudo mais.
-Olha, Jake – comecei – Eu sei que já faz bastante tempo, mas eu queria saber se você poderia...
          Antes que eu pudesse terminar, Renesmee passou pela gente e Jacob me deixou para ir falar com ela. Dei meia-volta e me dirigi à saída do cemitério.
-Aonde você vai? – perguntou Allanis
-Para o aeroporto, comprar a passagem de volta à Hollywood. Meu tempo aqui acabou – eu disse, de maneira seca

Fim do PDV da Manu