quarta-feira, 6 de julho de 2011

67- O Recém-Chegado

         Marcelo e Nath haviam chamado o pessoal para um grande evento. Era a festa de estreia do novo filme do 007, no qual Marcelo participou. Seu primeiro filme, aliás.
-Ai, estou nervosa! – disse Nath
-Por que? – perguntei – Você já foi a várias festas desse tipo
-Mas... é o 007! Tenho que me vestir à altura! – ela disse, sacudindo as mãos e dando pulinhos
-Você e suas paranoias – eu disse, rindo
         Fomos de limousine até o evento. O lugar era enorme e estava lotado de gente.
-Nunca vi tanta gente desde que minha vizinha descobriu que estava sendo traída – disse Karol
         Não entendemos muito bem em que ponto Karol estava tentando chegar, então ignoramos sua história e seguimos Marcelo, que queria nos apresentar um amigo seu.
-Pessoal, esse aqui é p Ma... – ele foi interrompido por Nath, que foi abraçar o amigo de Marcelo
-Matheus! – ele gritou
         Matheus é um velho amigo nosso e primo de Nath. Nós não víamos ele há mais de 8 anos (Autor: esse Matheus NÃO é o mesmo da 1ª fanfic). O abraço de Nath foi tão forte que deu para ouvir os ossos de Matheus estalando (Autor: Acredite ou não, ela faz isso na vida real.). Pouco depois, Ana e Lucas C pularam em cima dos dois, derrubando-os.
-O “oi” de vocês é difícil de esquecer – ele disse, ironicamente
-A Ana fingiu que ia nos assaltar quando a reencontramos – eu disse
-Se quiser dar dinheiro, não reclamo – brincou Lucas C
         Continuamos a festa, botando o papo em dia.
-Há quanto tempo você está aqui? – perguntou Karol
-Pouco tempo. Nem tenho uma casa ainda – respondeu Matheus
-Você poderia ficar com a gente – sugeri – Temos um quarto vago desde que Luiz... morreu
-Eu vou ficar com o quarto de um morto? Maneiro! – ele disse
-Dependendo do ponto de vista... – disse Manu, assustada com a empolgação de Matheus
         Depois da festa, levamos Matheus para conhecer a mansão, o lugar onde ele iria viver a partir daquele dia.
-Bom, esse é o seu quarto – eu disse, deixando-o no antigo quarto de Luiz
-Será que se eu tirar uma foto, o espírito dele aparece? – ele disse, rindo
-Não sei. Ainda não tirei nenhuma foto aí – eu disse, espantada com o quanto ele parecia com Nath
         Depois que deixei Matheus em seus aposentos, fui para a minha cama. Eu estava pregada de sono e precisava bastante de um descanso.
         Acordei às 10h da manhã e, ainda assim, fui uma das primeiras a acordar. As únicas que estavam acordadas eram Jose e Thaís. Elas estavam na cozinha, preparando o café da manhã. Quando passei pela sala, notei que o sofá não estava ali.
-Vocês sabem onde está o sofá? – perguntei
-Não. Pensamos que você soubesse – disse Jose
-Alguma ideia? – perguntei Thaís
-Não, eu não mexi nele – eu disse, confusa
         Como é que o sofá sumiu assim, de repente? Ficamos sem respostas. Tudo que todos diziam era “eu não sei”. Então, o sofá simplesmente sumiu? Parece que sim.
         Quando anoiteceu, fomos todos dormir (um pouco mais cedo, até). Sonhei que eu estava numa fazenda e que eu era a única ovelha branca no meio de várias ovelhas pretas (Autor: Por que será, Allanis? Haha). Meu sonho foi interrompido por um barulho vindo da cozinha. Desci com um taco de baseball para atacar o invasor, porém, quando cheguei, não encontrei nada. Até menos: a geladeira havia sumido.
-Isso é mais do que assaltar a geladeira – eu disse, vendo a cena
         Convoquei todos para uma reunião onde pudéssemos falar sobre isso.
-Primeiro, o sofá. Depois, a geladeira. Resolvi comprar um alarme para colocar na mansão – eu disse
-Alarme? Que drama! A gente podia pegar digitais para descobrir quem roubou – disse Kel
-Digitais de onde? Do ar? A geladeira sumiu, anta! – reclamei
         Instalei o alarme na porta da mansão, segura de que nenhum outro objeto seria roubado. A surpresa veio no outro dia: a TV sumiu.
-Essa porcaria foi feita aonde? Na China, não foi! – eu disse, quebrando o alarme com o taco de baseball
         Já havíamos perdido partes importantes da mobília. Resolvi partir pra artilharia pesada:
-Rottweillers? – perguntou Pattison, assustado
-Duvido que roubem mais alguma coisa agora – eu disse
         Fui dormir tranquila, segura de que nada seria roubado mas...
-Os rottweillers foram roubados? Qual é! – gritei
-O que mais falta? Roubarem a Bianca? – disse Nath
-Ei! Por que eu? – exclamou Bianca
-Sei lá. Roubaram os rottweillers. Por que não poderiam te roubar? – Nath esclareceu
-Tá me chamando de cachorro? – Bianca disse, indignada
-Foi um elogio. Rottweillers são bonitinhos – disse Nath
-Rottweillers são assassinos! – Bianca gritou com Nath
-Alô!!! – eu disse, batendo palmas para chamar a atenção das duas – Temos coisas mais importantes para falar! O que podemos fazer para impedir que a casa seja invadida de novo?
         Perguntar a elas foi como falar com um rato. Nada. E foi exatamente isso que eu fiz: nada. Eu havia perdido a guerra. A única coisa que restava fazer era dormir – mesmo sabendo que estavam roubando nossa mobília.
         Por mais que eu tentasse, não conseguia dormir. Fiquei de olhos abertos a noite inteira. De repente, ouvi um barulho vindo da cozinha.
-Relaxa, Allanis. Não é nada, é só sua imaginação – falei comigo mesma
-Falando sozinha de novo? Você precisa parar com isso – disse Pattison, tentando dormir
-Cala a boca – rebati
         Peguei meu taco de baseball e fui até a cozinha, confiante de que acharia o ladrão. Dessa vez, tive sorte: achei uma pessoa perambulando pela cozinha. E mais: o fogão e o armário tinham desaparecido.
-Você! Parado aí! – ordenei
         O cara continuou a perambular sem me dar ouvidos.
-Parado senão eu atiro! – gritei
         Foi aí que eu pensei: como é que eu vou atirar com um taco de baseball?
         Quando ele se virou, levei um susto ao ver sua face.
-Matheus?? – perguntei assustada – Você tá maluco? Por que você tá roubando a mobília?
         Ele estava de olhos fechados e não respondia às minhas perguntas. Ele era sonâmbulo!
-Matheus! – gritei o mais alto possível e ele acordou
         Com o susto, ele lançou um vórtice na minha direção. Eu desviei e o vórtice sugou minha mesinha da sala. Se eu não desviasse, eu teria sido destruída como tudo mais que ele destruiu.
-Acho que preciso dar explicações – ele disse, sem-graça
-Não precisa – eu disse
         Fui até o quintal e ergui uma das pedras da calçada.
-Você é um de nós! – expliquei
         A partir daquele dia, ele passou a tomar remédios para a sua insônia e os objetos não sumiram mais. Porém, nós nunca achamos a antiga TV, fogão, geladeira ou os rottweillers.

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