quinta-feira, 24 de novembro de 2011

115- Traga Suas Bombas (Parte 3)

     Melissa se levantou e se juntou a Jack.
-Eu estava cuidando deles pra você – ela disse
-Cala essa boca imunda – praguejou Jack Williams
-Como é que é? – disse Melissa
     Jack pegou Melissa pelo pescoço e a jogou na parede de um prédio.
-Você foi apenas um objeto. Eu apenas te usei – disse Jack – Você achou que eu fosse fazer o quê? Criar você como a filha que eu nunca tive?
    Ele deu um soco no estômago de Melissa. Ela tentou revidar com um ataque, mas ele o neutralizou. Depois, Jack a pegou pelos ombros e deu uma joelhada no tórax dela.
-Vamos fazer alguma coisa? – perguntou Nath
-Tá maluca? Vamos sair daqui – eu disse
    Nós seguimos em frente pela rodovia, enquanto Jack torturava Melissa. Quando passamos pelo grupo de escravos de Jack, Lucas C nos fez parar.
-Peraí – ele disse
-O que foi? – perguntou Ana
    Ele criou pequenas rajadas de fogo que derreteram as correntes do escravos.
-Vão. Podem ir – disse Lucas C
    Assustadas, as pessoas saíram correndo, indo se esconder na floresta que havia à beira da estrada. Imaginamos que talvez aquela fosse uma boa ideia e os seguimos. Nos escondemos atrás de uma árvore e tentamos pensar em qual seria o próximo passo.
-E agora? O que a gente faz? É impossível vencê-lo! – disse Bianca
-Calma! Calma! Me deixa pensar em um plano – eu disse
   Me encostei na árvore e olhei para o céu escuro. Fechei os olhos e tentei pensar num plano, mas nada me vinha à cabeça. Foi quando fui interrompida.
-Eu tenho uma ideia – disse Matheus
-Que ideia? – disse Jéssica
    Ele olhou para Jéssica, sem dizer nada. Ela entendeu o que ele quis dizer.
-Não... – ela disse, levando as mãos à boca
-É o único jeito – ele disse
    Jéssica olhou para mim, esperando que eu a apoiasse.
-Ele está certo – eu disse
***
    Voltamos pela rodovia até chegarmos onde Jack Williams estava. Ele parecia furioso pelo fato dos escravos terem sumido. Estava socando as paredes dos prédios e chutando alguns carros.
    Melissa estava no chão, aparentemente morta.
-Preparado, Matheus? – perguntei
    Ele respondeu com um meneio de cabeça.
    Saímos de trás de um carro, entrando no campo de visão de Jack.
-Procurando alguém? – eu disse
-Vocês! – exclamou Jack, furioso
-Agora! – eu disse a Matheus
    Matheus deu um soco no chão, abrindo um vórtice embaixo de Jack.
-Quem é que tá rindo agora? – provoquei
-Ainda sou eu – disse Jack
    Jack criou uma corda d’água e me puxou. Ele me prendeu em seus braços e ficamos pendurados em cima do vórtice.
-Não! – gritou Pattison
    O pessoal estava nervoso, sem saber o que fazer.
-Se eu for, sua amiguinha vai junto – disse Jack, num tom ameaçador
-Desfaz esse troço – Pattison pediu a Matheus
-Não! – gritei – Não faz isso, Matheus. É a nossa única chance
    Ele olhou para mim e para Pattison, confuso, sem saber quem ele deveria obedecer.
-Pessoal, saiba que eu amo todos vocês – eu disse
    Nisso, ouvi alguém dizer:
-Ainda não
    Era Melissa.
-Agora não é a sua hora – ela disse – É a hora desse desgraçado
-Como assim? – disse Jack
    Melissa usou seu chicote para me puxar dos braços de Jack. Ela pulou nas costas dele e o puxou para baixo.
-Você apenas me usou, né? Então nós vamos juntos! – disse Melissa
   Os dois caíram dentro do vórtice e foram exterminados.
   Conforme os dois foram destruídos, aquela paisagem assustadora sumiu. O céu ganhou cor novamente. O chão, as árvores... Tudo ganhou vida de novo.
-Acabou! – gritei, abrindo os braços
   Rafah e Karol apareceram para ver o resultado da batalha, trazendo Jenny, Eric, Cecília, Daniella e Rafael (P.S.: Pattison as ajudou, elas não são alienígenas cheias de braços).
   Nath e Marcelo correram para abraçar Eric e Cecília. Os outros pais também fizeram o mesmo com seus filhos.
-Quer dizer que agora acabou? – perguntou Karol
-É, acabou – suspirou Ana
   Apesar de termos acabado com a loucura, tínhamos que lembrar que Dean e Jéssica eram filhos de Jack.
-Vocês estão legal – perguntei
-Estamos – disse Dean
-É – concordou Jéssica – Ele nunca foi o melhor pai do mundo mesmo
    Quando nos viramos, vimos uma multidão enorme vindo em nossa direção. Enorme mesmo. Pense na maior multidão que você já viu na sua vida e multiplique por 100. Exatamente isso.
   Pensamos que eles fossem nos criticar ou nos agredir, mas eles... eles nos agradeceram.
-Obrigado por nos salvarem – era o que todos nos diziam
-Ahn... De nada – eu disse, sem saber o que responder
   Lucas C deu um sorriso e disse para a gente:
-Preparados para o outro lado da fama? – ele perguntou
-Estamos preparados para tudo – respondi

FIM

114- Traga Suas Bombas (Parte 2)

     Ficamos parados, perplexos. Tentávamos pensar em algo que poderíamos fazer, mas não havia nada a se fazer. Se já foi difícil derrotar um Lucas descontrolado, seria impossível com milhares.
     Quando olhamos melhor, percebemos que uns 10 Lucas-monstro vinham em nossa direção. Jack Williams vinha junto com eles. Tentamos correr, mas eles nos cercaram.
-Pensam que vão aonde? – disse Jack
     Os Lucas-monstro nos seguraram.
-Vocês vem comigo – disse Jack
-Você vai fazer isso com a gente? – argumentou Jéssica – E seus filhos?
-Os dois me traíram. Agora estamos quites – ele disse – Levem-nos – ele ordenou aos lacaios
     Os lacaios de Jack nos pegaram e nos levaram até o porão de sua mansão, onde nos deixou presos a correntes. Lucas C foi colocado dentro de um tubo de vidro, pois ele conseguiria se soltar das correntes.
-Eu não acredito! – gritei, estressada
-O que? O que foi? – perguntou Bianca
-Todo esse tempo. A causa dos problemas estava debaixo de nosso nariz. Como foi que eu não percebi? Se eu tivesse percebido, a gente poderia ter evitado tudo isso – exclamei
-Não, a culpa é minha – disse Lucas C – Eu deveria ter contado sobre quando enfrentei Jack
-Parem com isso os dois! A culpa não é de ninguém! – gritou Ana – Rafael, Daniella, Eric, Cecília e Jenny estão desprotegidos. Temos é que torcer que Jack não encoste neles e não ficar competindo pra ver quem é mais culpado
     Eu e Lucas C ficamos surpresos pela bronca de Ana. Como não sabíamos o que dizer, nossa resposta foi:
-Desculpa
     Ficamos todos em silêncio por um tempo. Numa circunstância daquelas, conversar não serviria para nada.
    Nath tentou quebrar as algemas, mas não deu certo. Elas eram muito fortes. Nisso, Lucas C teve uma ideia.
-Posso usar a minha forma mista de elementos pra sair desse tubo – ele disse
-Não! – disse Julie
-Calma, estou curado, lembra? – disse Lucas, de maneira confiante
    Julie soltou um resmungo baixo, ainda preocupada.
    Lucas C se concentrou e aos poucos seu corpo foi mudando: seu rosto se tornou pedra, um braço se tornou água, outro braço se tornou eletricidade, suas pernas se tornaram ar e o tórax se tornou fogo. Ele facilmente destruiu o tubo de vidro. Depois, usou seu poder de fogo para derreter nossas algemas.
-Pattison, já que Karol e Rafah não tem poderes, leve-as até a mansão. Fique com elas para que tomem conta dos bebês e as proteja, ok? – eu disse
-Ok – disse Patt
     Antes de irem, Karol e Rafah abraçaram todos nós.
-Boa sorte – disse Karol
     Aproveitando a deixa, Pattison se aproximou de mim e me deu um longo beijo.
-Toma cuidado, tá legal? – ele disse
-Tá legal – respondi
     Enquanto ele levava elas duas, nós saímos do porão à procura de Jack.
     Assim que saímos do porão, olhamos pela janela. Estava tudo destruído. Não havia nenhum sinal de vida. Como se o lugar nunca tivesse sido habitado.
     Lucas S tentava rastrear Jack. Por sorte, ele conseguiu.
-Jack está no centro da cidade – ele disse
-Vamos até lá – disse Bianca
     Saímos da casa/castelo e deparamos com a visão assustadora do lado de fora. O céu estava escuro; as folhas das árvores estavam pelo chão, deixando apenas galhos mortos; o chão estava negro, apodrecido.
-Parece um pesadelo – disse Thaís
-Mas é um pesadelo. Um pesadelo vivo – eu disse
    Passamos pelo portão e vagamos pela cidade. Estava tudo sem vida. Mais um pouco e achei que fosse aparecer uma bola de fenos rolando pelo meio da rua.
     Andamos por meia-hora até que encontramos um grupo de pessoas. Pareciam estar exaustas. Estavam iguais a zumbis. Não demonstravam nenhuma emoção, apenas vagavam pelas ruas. E eram comandadas por Jack Williams.
-Como eu odeio esse homem – resmunguei – Tudo o que eu queria era mata-lo de uma vez
-Calma, Allanis – disse Lucas C – Temos que pensar no elemento-surpresa
-Tarde demais – ouvimos Melissa dizer
     Melissa puxou Ana pelo pescoço e a segurou, ameaçando atacá-la com uma lâmina de ferro.
-Um passo em falso e ela já era – disse Melissa
     Antes que Melissa pudesse fazer algo, Ana se transformou em uma loba e conseguiu se livrar dela.
-Não conte com os ovos na barriga – disse Ana
     Nós fomos em direção a Melissa para atacá-la, mas umas cópias do Lucas C apareceram para ajudá-la.
-Tá de sacanagem – disse Matheus
     Eu fui lutar com uma das cópias de Lucas. Arranquei uma árvore do chão e o acertei com ela. Imaginei que o ataque fosse surtir efeito, mas a árvore se partiu e ele continuou intacto.
     Corri até um carro e me escondi atrás dele, tentando pensar num plano. A cópia de Lucas pegou o carro e o lançou para longe, acabando com meu esconderijo. Foi quando achei minha salvação: um hidrante.
    Dei um chute no hidrante e abri sua tampa. Lancei o jato d’água na direção do Lucas-monstro. A água do hidrante apagou o fogo e deu curto no seu braço elétrico. Ele caiu no chão e... puft, sumiu.
-Eu sou foda! – gritei
    Gritei pro pessoal, chamando a atenção deles:
-Pessoal, atraia eles pra cá! – apontei pro hidrante
     Cada um deles atraiu a cópia que os seguia até o hidrante e eu joguei água neles, fazendo-os sumirem.
-E agora? – disse Jéssica
     Lucas C ainda estava lutando com Melissa, então fomos ajuda-los. Dean bateu as palmas das mãos e lançou uma pulsação que jogou Melissa no chão. Ana a pegou pelo pescoço e a ameaçou.
-E agora, quem é a boazuda? – disse Ana
-Boazuda??? – disse Nath
-Que foi? Eu tava sem ideia
    Ana ia dar um soco na cara de Melissa, mas uma espécie de relâmpago apareceu e atingiu as duas, jogando-as no chão.
-O que foi isso? – disse Bianca
    Era Jack Williams.
-Parece que os ratos fugiram da gaiola – ele deu uma risada
    Lucas S se aproximou de mim e disse:
-Parece que o ataque-surpresa já era

CONTINUA...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

113- Traga Suas Bombas (Parte 1)

     Senti falta de ar. Parecia que eu estava num lugar apertado. Abri os olhos e olhei em volta. Estava num caixão. Do lado de fora estavam meus pais e o resto do pessoal, todos chorando.
-Pessoal! Eu tô aqui! Estou viva! – gritei
     Ninguém deu ouvidos.
     Logo, um homem veio com uma pá e começou a jogar terra sobre o caixão.
-Socorro! Eu estou viva – gritei, desesperada
     Comecei a bater e a chutar o caixão, mas ninguém me ouvia.
     Fechei os olhos, tentando pensar em algo. Quando abri os olhos novamente, vi que estava em meu quarto. Foi tudo um sonho.
     Me levantei da cama e fui até a cozinha. Meu coração ainda estava disparado por causa do pesadelo.
-Olha só! A grande empresária! – disse Rafah, com um sorriso
     Forcei um sorriso. Iria demorar para eu me acostumar a ser dona de uma grande empresa.
     Pattison também estava na cozinha, bebendo uma xícara de café. Dei um beijo nele e um “bom-dia” um pouco forçado. Ele percebeu que eu estava estranha.
-Allanis, você está esquisita. O que houve? – ele perguntou
-É só que... Eu tive um pesadelo. Estou com uma sensação estranha – expliquei
-Que sensação estranha?
-Estou com a sensação de que vau acontecer alguma coisa – eu disse
     Eu estava precisando de uma distração. Fui até a sala para assistir TV com Ana, Bianca e Jéssica. Mas, por mais que eu tentasse me concentrar, eu acabava viajando em meus pensamentos. Não conseguia parar de pensar no ataque à empresa.
     Foi quando assustador  me veio à cabeça: o alvo de Jack não era Terrível. Nem nenhuma outra trabalhadora da empresa. O alvo de Jack era eu.
     Sempre soubemos que Jack não gostava da gente. Isso explicaria o sequestro de Bianca e o ataque à empresa. Mas ainda haviam algumas perguntas sem respostas. Com que propósito ele forçou Jéssica a deixar Lucas C descontrolado? E por quê ele têm matado tantas pessoas ao redor do mundo? Mais importante ainda: por quais motivos ele teria interesse em matar Yuri e botar a culpa em Lucas C? Poderia ser apenas para estragar a reputação dele, mas seria um motivo simples demais. Tinha mais coisa nisso.
-Onde está Nath? Preciso falar com ela – eu disse
-Que eu saiba, ela está na casa dela – respondeu Ana
     Fui até a casa de Nath. Chamei por ela, mas não tive nenhuma resposta, então resolvi entrar na casa. Estava vazia. Eric e Cecília estavam sozinhos, dormindo no quarto deles. Preocupada, liguei para Marcelo.
-Você sabe onde Nath está? – perguntei
-Não – ele respondeu – Hoje saí mais cedo. Estou no estúdio gravando uma música pro novo álbum do Usher. Por que?
-Eric e Cecília estão sozinhos em casa – respondi – Não há nenhum sinal de Nath
-Ela não os deixaria sozinhos. Aguenta aí, estou indo – ele disse
     Senti um frio na espinha quando Marcelo disse que Nath não deixaria os filhos sozinhos. Um pensamento surgiu em minha cabeça, mas resolvi expulsá-lo.
     Liguei para Lucas S e pedi que ele tentasse rastrear Nath.
-E aí? – perguntei
-Consegui um sinal fraco – ele disse – Vem de Jackpot, Nevada
     De novo, uma floresta. Eu já estava ficando enjoada de tantas florestas. Por que não uma praia para variar?
     Seguimos pela floresta, procurando por Nath. Nos separamos em grupos: Rafah, Thaís, Jéssica e Karol iam por um lado; Bianca, Lucas S, Pattison e Ana iam por outro; e eu, Lucas C, Marcelo e Matheus íamos por outro.
     Eu e os três procuramos por todos os lados, até que chegamos numa clareira. Nath estava num canto, caída no chão. Quando tentamos chegar até ela, uma árvore tombou na nossa frente, nos impedindo. A garota que atacou Bianca apareceu, revelando que fora ela quem cortou a árvore.
-Melissa. Pensei que estivesse presa – disse Lucas C, surpreso
-Jack pagou minha fiança – ela explicou
-Vocês se conhecem? – perguntei
-Longa história – disse Lucas
-Muito longa – completou Matheus
     Antes que eu me perdesse, voltei ao assunto principal:
-O que vocês fizeram com Nath? – perguntei
-“Vocês” não. Foi só eu dessa vez – disse Melissa – E não se preocupe. Sua amiga está bem. Quer dizer, ela está viva. Não posso garantir se ela está bem.
     Uma grande pedra veio do nada e acertou Melissa, bem nas costas, jogando-a para longe.
-Estou bem sim, para a sua informação – disse Nath
     Fomos correndo até Nath para ver como ela estava. Haviam alguns hematomas em seu rosto e em seus braços, mas nada muito grave. Se o plano de Jack é nos matar, por que ele mandaria Melissa fazer um trabalho tão simples?
-Como você tá, Nath? – perguntei
-Já estive melhor, mas sobrevivo – ela respondeu
     Estávamos nos preparando para ir embora, quando uma corda d’água me puxou. Era Melissa novamente. A corda me puxou e Melissa se preparou para me socar, mas eu consegui me soltar antes, caindo no chão.
     Eu ia lutar com ela, mas Lucas S chamou minha atenção por telepatia.
“Melissa é apenas uma distração. Diz pro Lucas C levar vocês de volta à Hollywood”
“Por quê? O que está acontecendo?”
     Lucas não respondeu.
     Peguei Melissa pela perna e a joguei bem alto, fazendo-a ficar presa na copa de uma árvore. Depois, pedi que Lucas C nos levasse de volta à mansão.
-O que está acontecendo? – perguntei a Lucas S
-Aquilo – ele disse
     Ele apontou para um daqueles prédios que tem uma TV que costuma fazer propaganda de marcas famosas. Estava passando um vídeo com uma mensagem de Jack Williams.
-Aposto que muitos de vocês está num dia normal, indo para seus míseros trabalhos – dizia Jack em sua mensagem – Algum dia já pararam para pensar na existência de outros seres? Eles são chamados de mutantes. Devem haver muitos escondidos entre vocês. Vocês podem ser casados com um e não sabem. Mas não precisam se preocupar com isso, pois eu já erradiquei a maioria deles. O que me leva a isso – ele disse
    No que ele disse isso, milhares de cópias de Lucas C-monstro apareceram e saíram pela cidade, capturando pessoas. Todas corriam desesperadas, à procura de um lugar onde poderiam ficar a salvo, mas era impossível. Agora sabíamos o porquê dele mandar Jéssica deixar Lucas descontrolado.
-Bem-vindos à Nova Ordem Mundial – a mensagem de Jack se encerrou

CONTINUA...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

112- Euforia

Algumas semanas depois...

    Bianca recebeu alta e já pôde voltar pra mansão. Explicamos a ela tudo que estava acontecendo, o porquê de Lucas C ter mantido em segredo o confronto com Jack e os ataques ao redor do mundo.
    Enquanto isso, eu me preparava para o trabalho.
-Mais um dia na T.E.T.A.? – brincou Karol
-Nem me fala – respondi
-Olha pelo lado bom: podia ser algo pior, podia ser B.U...
-Tá, tá, já entendi – eu disse, interrompendo Karol
    Fui para o trabalho com o rádio ligado na estação de notícias.
-Uma mulher de aproximadamente 27 anos foi encontrada morta no sul do Canadá – dizia a mulher do rádio – Vários assassinatos como esse têm acontecido em todo o mundo. Não há um modus operandi. Já foram encontrados idosos, jovens e até crianças
    Senti meu estômago embrulhar só de pensar na ideia de Jack estar matando crianças.
-Ao todo, já foram mais de 500 vítimas ao redor do mundo. Será apenas coincidência? Ou há um assassino agindo no mundo inteiro? Ligue para 00777711 e dê sua opinião
    Não demorou para que começassem a ligar e inventassem teorias sobre ETs exterminando a raça humana ou que isso era culpa do governo. A culpa é sempre dos ETs ou do governo.
    Cheguei na T.E.T.A. e cumprimentei Terrível.
-Bom dia – eu disse
-Você sabe qual é a minha opinião sobre cumprimentos? – disse Terrível
-São perda de tempo – respondi
-Boa garota – ela brincou
-Tem algum grupo de turistas?
-Não. Hoje você vai trabalhar aqui dentro
    Terrível me mostrou alguns arquivos que eu tinha de organizar. Me sentei na cadeira e fui organizando todos os arquivos.
    Por mais que eu tentasse me concentrar, estava ficando difícil. Eu confundia os meses ou as datas dos arquivos e acabava tendo que começar tudo de novo. Trabalhar com a papelada é sempre pior do que trabalhar em campo.
    Apesar da falta de concentração, continuei com o trabalho. Então, foi aí que aconteceu. Um forte brilho veio debaixo da mesa da recepcionista. Houve um estrondo. Algo me lançou para longe.
    Fui lançada contra a parede, com uma força devastadora. Apesar de estar com a visão ainda um pouco turva, consegui enxergar: folhas espalhadas por todo o lugar, mesas e cadeiras em pedaços e, principalmente, chamas. Tentei olhar através delas, mas não consegui.
    Me levantei e tentei passar por aquela confusão para achar a saída. A fumaça fazia que ficasse difícil para respirar. Além disso, eu me sentia tonta. Talvez. Quando acertei a parede, tivesse batido a cabeça, mas eu já não sabia de mais nada.
    Só me lembro de ver as chamas consumindo mais e mais da empresa antes de eu cair no chão de uma vez, sem forças para respirar
***
-Allanis, acorda! – ouvi Nath dizer
    Com bastante dificuldade, consegui abrir os olhos. Ao meu redor, haviam várias macas levando os feridos e também haviam alguns sacos no chão, provavelmente com os cadáveres, que eram muitos.
    Minha garganta ardia e meus olhos lacrimejavam. Tive que me esforçar bastante para dizer:
-O que... O que aconteceu?
-Uma bomba – respondeu Bianca – Ainda não se sabe quantos são os feridos ou os mortos
    Senti um zunido em meu ouvido. Minha cabeça latejava. Tentei arranjar forças para levantar da maca e olhar melhor o estrago. Definitivamente, haviam mais mortos do que feridos.
    Pattison apareceu, desesperado, para ver como eu estava.
-Você está bem? Meu Deus, você podia ter morrido – disse ele, me abraçando
-É, mas estou viva – eu disse, abafada pelo abraço de Pattison
    Dei mais uma olhada ao redor e perguntei ao pessoal:
-E Terrível?
-Bom, ela... – disse Lucas S
-Ela o quê? – perguntei, nervosa
-Terrível não sobreviveu – completou Ana – Os médicos tentaram reanima-la, mas não adiantou
   Apesar de estar sentada na maca, tive a sensação de que poderia cair. Isso não era justo. Terrível não deveria morrer. Ela não estava envolvida nisso. Ela era apenas mais uma na lista de inocentes que pagaram pelos nossos problemas.
   Coloquei a mão na cabeça e parei para pensar. Foi aí que tomei uma decisão:
-Já chega! – eu disse, socando a maca
-O que foi? – perguntou Matheus
-Eu não aceito que mais inocentes se envolvam nisso – respondi
-E o que você planeja fazer? – perguntou Thaís
-Acabar com Jack Williams

Alguns dias depois...

    Eu, Rafah e Karol estávamos na cozinha, conversando. Eu ainda tinha o zunido no ouvido, mas ele tinha diminuído de intensidade.
    Enquanto conversávamos, a campainha tocou.
-Eu atendo – disse Lucas C
    Depois, ele veio para dizer que era pra mim. Quando fui até a porta, encontrei um cara de terno e segurando uma mala.
-Vim aqui para falar sobre Jennifer Levine Cardle – disse o cara
-Quem? – perguntei
-Você deve conhecê-la como Terrível – ele explicou
-Ah, Terrível. O que tem ela?
-Bom, como você deve saber, ela foi vítima de um ataque à T.E.T.A.
    Concordei com um meneio de cabeça.
-Enfim, ela deixou um testamento e... ela deixou a empresa no seu nome – disse o cara
-Como é? – eu disse, surpresa
-Por lei, você é a nova dona da T.E.T.A. Você aceita?
    Parei para pensar. Pensei no fato de Terrível ter morrido muito nova, no fato de ela ser uma inocente... Se a vontade de Terrível – ou, agora que sei o nome dela, Jennifer Levine – era que eu assumisse o controle da empresa, então assim seria.
-Aceito – respondi

domingo, 13 de novembro de 2011

111- Contagem Regressiva

     Lucas C levou eu e Matheus de volta à mansão. Lá estava todo o pessoal, mas parecia que não havia ninguém. Quando chegamos, eles simplesmente nos ignoraram. As únicas pessoas que falaram coma gente foram Pattison, Jéssica e Julie.
     Fui para o 2º andar da mansão e me sentei no primeiro degrau da escada. Dei um suspiro e afundei a cabeça nos joelhos.
-Não sei por quanto tempo vou aguentar isso – desabafei
-Nem eu – disse Lucas C, se sentando ao meu lado – Mas esse é o menor dos nossos problemas. Ainda temos que descobrir o plano de Jack W.
-O que você vai fazer? – perguntei
-Vou falar com ele – ele respondeu
-Não – eu disse
-Mas eu preciso...
-Você, não. Tem duas pessoas que podem ajudar mais
      De cima da escada, olhei para Dean e Jéssica.

PDV da Jéssica

      Como Allanis pedira, eu e Dean fomos até a casa do papai. A empregada foi até o portão para nos receber.
-Bom dia, senhores – disse Judith, a empregada
-Por favor, nos chame pelo nosso nome – eu disse
-Me desculpe, Jéssica
-Não precisa se desculpar. Papai está em casa? – perguntei
-Não. Ele está nos sets do CCB – respondeu Judith
      Ótimo. Poderíamos ter mais privacidade para procurar pistas sobre o plano do papai.
      Assim que entramos na casa, fomos até o porão. Uma coisa que o resto do pessoal não sabia era que havia uma passagem no porão.
-Droga. Tem senha – disse Dean
      Digitei a senha: a data do meu aniversário.
-Como você sabia a senha? – ele perguntou
-Você tá sumido há 6 anos – argumentei
-E você acha que eu tinha paciência pra aguentar os chiliques do papai? Quanto mais cedo eu saísse de casa, melhor – ele respondeu
-O papai eu entendo, mas e eu?
-Mas eu voltei, não voltei?
      Ficamos em silêncio por um tempo, sem saber o que dizer. Quando percebi que a porta estava aberta, sinalizei para que Dean entrasse.
     A sala era escura, quase uma caverna. Procurei por um interruptor e achei. Assim que a luz acendeu, tive uma surpresa. Ao invés de uma sala enorme cheia de aparatos, tudo que achamos foi um mapa mundi cheio de pinos.
     Entre os países com pinos estavam Reino unido, África, Índia, Alemanha, Espanha e vários outros. Mas uma parte desse mapa se destacava: Hollywood. Nessa parte do mapa, havia um círculo feito em vermelho, dando destaque.
-Por que será que eu tô com uma má impressão em relação a isso? – eu disse

Fim do PDV da Jéssica

      Lucas S e os outros continuaram a nos ignorar. Aquilo estava me dando nos nervos. Resolvi tomar uma atitude.
-Olha, vocês podem nos ignorar o quanto quiserem, mas saibam que o que fizemos foi para o bem de vocês – eu disse
       Nath soltou um suspiro e disse:
-Tem razão. Nós nos precipitamos
-É sério? – perguntei
-É. Foi mal – respondeu Ana
       Ouvi o barulho de um toque de celular. Era o de Matheus. Ele ouviu tudo e não disse nada além de “ok” no final da ligação.
-O que foi? – perguntei
-Temos más notícias – ele disse

PDV da Jéssica

-Você nunca soube nada sobre o plano do papai? – perguntou Dean
-Não. Ele só disse que eu tinha que descontrolar Lucas, senão ele matava Allanis e os outros – respondi
-Ele vai tentar mata-los de qualquer jeito
      Por um momento, senti raiva. Eu fiz tudo aquilo à toa. Arruinei a reputação de Lucas sem motivo nenhum.
-Posso te falar uma coisa, Dean? – perguntei
-Claro
-Eu odeio nosso pai – eu disse

Fim do PDV da Jéssica

110- Confie em Mim

-E aí? Como ela está? – perguntei ao cirurgião
-Ela teve uma séria hemorragia interna – ele respondeu – Teve sorte de sobreviver. Se tivessem demorado mais um pouco, ela não resistiria
-Obrigada – eu disse
      “Se tivessem demorado mais um pouco, ela não resistiria”. Eu nem queria pensar nisso. Já tivemos muitas experiências de quase-morte, Bianca não poderia ser mais uma.
-Eu não acredito! – disse Lucas C, chutando uma lixeira – Se eu não...
-Se você não o quê? – perguntou Nath
-Eu não deveria ter deixado ela ir – ele desconversou
      Nath pareceu não acreditar na resposta de Lucas. Aliás, acho que ninguém acreditou. Mas como estávamos todos preocupados com Bianca, deixaram de lado.
      Pedi a um dos médicos que eu pudesse ver Bianca. Entrei na sala onde ela estava, ligada a uns aparelhos e aparentemente desacordada. Apenas aparentemente. Quando me sentei na cadeira, ela abriu os olhos, apesar de que com dificuldade.
-Allanis? – ela perguntou
-Sim, sou eu – respondi
-Quando eu estava presa... – ela disse, com dificuldade – Eu perguntei àquela garota por que Jack estava fazendo aquilo e ela disse...
      Bianca parou. Fez uma careta como se tivesse nojo das palavras de Melissa.
-Ela disse “Pergunte aos seus amigos”. O que ela queria dizer? – Bianca perguntou
      A pergunta de Bianca me atingiu como um soco no estômago. O que eu poderia responder?
-Vocês estão escondendo alguma coisa? – ela perguntou
-O que? Não, não. Claro que não – falei rápido demais. Precisava me acalmar – O que eles querem é nos colocar uns contra os outros.
-Hmmm... – ela disse. Esse “hmmm...” indicava que ela não acreditou – E aquilo que houve lá no enterro do Yuri?
-Lucas C estava abalado, sabe? – menti
       Ouvi barulho de passos vindo do corredor. Passos firmes. A julgar pelo barulho, eram umas 10 pessoas. Fui até lá para ver. Sim, eram 10. 10 policiais.
-Lucas Costa? – um dos policiais disse
-Sim – disse Lucas
-Você tem que vir com a gente – disse o policial
-Ir com vocês? Pra onde? – Lucas perguntou
-Pro Brasil. Você tem assuntos pendentes com a polícia de lá

PDV do Lucas C

      Eu sugeri teletransportá-los para o Brasil, mas eles detestaram a ideia. Fomos numa espécie de avião particular, mas isso não significava que seria mais rápido que o teletransporte. Allanis tentou convencê-los a ir junto, mas não adiantou.
      No avião, os 10 policiais foram na frente e eu fiquei sozinho, no último banco. Aquilo me deixou irritado.
      Depois de aterrissarmos, 5 dos policiais foram me segurando, como se eu fosse fugir. Talvez se eu tivesse algemado a humilhação fosse menor.
      Eles me levaram à uma delegacia e me jogaram dentro de uma cela.
-Anda, seu filho da puta, fala logo, porra – disse um dos policiais
-Calma, calma. Uma palavra culta de cada vez – falei sarcasticamente
      O policial, oficial Pereira, segundo o uniforme, me pegou pela camisa. Mau sinal.
-Chega de graça! Fala logo o que você sabe – ele disse, de maneira ameaçadora
-Do que você está falando? – falei, impacientemente
      Pereira me soltou, me jogando no chão da cela, e soltou uma risada irônica.
-Sabemos que matou Yuri Nascimento. Temos testemunhas – ele respondeu, finalmente
      Como assim? Quem matou Yuri foi Jack Williams. Como é possível existir testemunhas contra mim?
      Me lembrei que Jack tinha os poderes de metamorfose de Ana. Ele poderia ter se passado por mim e depois arranjar um jeito de armar tudo. Não tinha como argumentar, não ia dar certo. Resolvi me calar.
-Agora ficou quieto? – disse Pereira, soltando outra risada irônica
       Resolvi pedir ajuda à Lucas S por telepatia.
“Estou com problemas. Onde vocês estão?”, perguntei
“Já estamos chegando. E é bom explicar esse lance do Jack W.”
“Como...?”
“Eu leio mentes. Estou fazendo isso agora. E, sim, você está com problemas. Não só com a polícia, coma gente também”
       Droga. Eu já estava com muita dor de cabeça, agora tinha mais uma. Esse dia estava indo de mal a pior.
       Uns 10 minutos depois, o pessoal todo chegou à delegacia.
-Eu exijo que meu cliente seja liberado – disse Nath
       Lancei um olhar questionador para ela.
-Me formei em direito – ela disse
-E publicidade. E biologia – completei
-Sou uma pessoa de 1.001 utilidades – ela explicou – Agora me deixe fazer o meu trabalho
-Ótimo. Eu vou pra perpétua – resmunguei
       Nath se aproximou de Pereira e começou a usar suas técnicas de advogada.
-Você disse que tem testemunhas. Elas fizeram alguma declaração oficial? – Nath perguntou
-Bom, não. Mas não é preciso disso – Pereira respondeu
      Então, Nath explicou complicadas leis e outras regras de direito que tenho quase certeza de que eram inventadas. Inacreditavelmente, fui liberado.
-Valeu, pessoal – eu disse
-Nos poupe, Lucas – disse Nath
-O que?
-Nos já sabemos – disse Karol – Sabemos que você, Allanis e Matheus estavam de segredinho
-E por que me ajudaram? – perguntei
-Porque precisamos saber o que Jack quer – disse Thaís – Mas não pense que vamos esquecer o que vocês fizeram
-É por causa de vocês que Bianca está no hospital – disse Lucas S
-Nós não contamos nada por que não queríamos que ninguém se machucasse – explicou Allanis
-Jura? E esse plano deu certo? – argumentou Karol
      Elas foram até o aeroporto e deixaram nós três pra trás.

Fim do PDV do Lucas C

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

109- Sem Saída

PDV do Matheus

      O sol bateu em meu rosto. Acordei com Jéssica deitada em meu peito.
-Bom dia – ela disse
-Bom dia – dei um beijo em sua testa
      Nós dois nos levantamos e nos preparamos para ir embora. Jack Williams estava na cozinha, tomando café.
-Cadê Dean? – Jéssica perguntou
-Já foi – ele respondeu
-E Bianca? – perguntei
-Saiu cedo para trabalhar – disse Jack
      Jéssica se despediu do pai e eu a levei de volta para a mansão. Assim que chegamos, encontramos Ana e Allanis na sala, vendo TV.
-Como foi o jantar com o tirano? – Allanis brincou
-Foi um porre – respondi
-Ei! Estamos falando do meu pai! – exclamou Jéssica – Mas não deixa de ser verdade
-E Bianca? – Ana perguntou
-Saiu mais cedo para trabalhar – respondi
-Credo! Ela só pensa em trabalho? – disse Allanis
      Ana e Jéssica deram uma risadinha da piada de Allanis.

Fim do PDV do Matheus

PDV da Bianca

      Minha visão estava embaçada. Ficava difícil enxergar naquele porão escuro.
-Socorro! – gritei
      Nada. Jack tinha razão: ninguém iria me ouvir.
      De repente, ouvi um barulho.
-Jack? – perguntei
-Errado – ouvi uma voz feminina dizer
      A voz feminina ficou mais próxima e foi aí que senti algo como chicotes batendo nas minhas costas. Muito rápido. Em 1 minuto, ela deve ter batido umas 100 vezes.
      Depois, ela eletrificou os chicotes e os amarrou em meus braços.
-Ah! – gritei de dor – Para!
-Veja só quem amarelou – ela riu
-Por que está fazendo isso? – perguntei
-Quer saber? Pergunte aos seus amigos
      A garota soltou os chicotes e se aproximou de mim.
-Se está doendo agora, espera só até Jack chegar – ela sussurrou
      Então, ela foi embora e me deixou sozinha de novo no porão.

Fim do PDV da Bianca

      Enquanto Matheus e Jéssica ficavam na sala conversando com Ana, eu ia até a casa de Bianca para falar com Dean. Quando cheguei na porta, dei de cara com ele, que estava saindo da casa.
-Ah, eu estava indo para a mansão agora. Você viu a Bianca? – ele perguntou
-Eu vim te perguntar a mesma coisa. Ela não te avisou que ia trabalhar? – eu disse
-Não – ele respondeu
      Comecei a ligar as coisas e foi aí que percebi:
-Ela não foi trabalhar. Ela ainda está na casa do seu pai – eu disse

PDV da Bianca

      Apesar de estar com as costas e os braços ainda doendo, eu não poderia simplesmente ficar parada. Com dificuldade, me levantei e tateei as paredes à procura de um interruptor. Por sorte, achei um.
      Olhei ao redor e achei uma tubulação de ar. Subi em uma cadeira para entrar na tubulação.
-Para onde eu vou? Para onde eu vou? – falei comigo mesma – Dane-se. Qualquer lugar que me tire daqui já tá bom
      Continuei andando pela tubulação por quase meia-hora. Já estava ficando meio claustrofóbica até que achei uma saída que dava para o jardim, que parecia mais um campo de futebol, só que com flores.
      Vi uma cerca que dava para a rua, então resolvi pulá-la. Assim que encostei na cerca, ouvi um alarme vindo de dentro do castelo. Me apressei para pular a cerca, mas a garota apareceu me pegou.
-Quanta esperteza! Jack não vai gostar disso – ela disse
-Pelo menos, sou inteligente. E você? – rebati
      Antes que ela pudesse apertar meu pescoço, Jack apareceu.
-Deixe ela comigo, Melissa – ele disse

Fim do PDV da Bianca

      Chegamos em frente à casa/castelo de Jack Williams. Ele não nos deixaria entrar, mas deixaria um funcionário de respeito entrar. Ana assumiu a forma de mordomo e conseguiu se infiltrar. Não sei que caô ela usou, mas nos deixaram entrar também.
-Onde está Jack? – perguntei a uma empregada, mas ela não soube responder
      Foi quando ouvimos um grito de Bianca. Corremos em direção ao seu grito, que parecia estar vindo debaixo da gente. Lucas C socou o chão, abrindo um buraco que nos levou ao porão, onde Jack e Bianca estavam. Jack a segurava pelo pescoço.
      Jack se preparou para se transportar com Bianca, mas eu pulei e me agarrei ao braço de Bianca e acabei indo junto com eles dois. O lugar para onde fomos era um deserto.
-Um movimento brusco e sua amiga já era – ele disse, segurando o pescoço de Bianca
-Se você fizer alguma coisa a ela... – ameacei
       Jack criou uma afiada lâmina de gelo e começou a passá-la pelo rosto de Bianca.
-Agora fiquei tentado. Você vai fazer o quê? – ele disse
       Eu estava com tanta raiva que não soube o que responder, fiquei calada. O meu maior erro.
-Era o que eu imaginava – disse Jack, com um sorriso vitorioso
      Então, Jack enfiou a lâmina no abdômen de Bianca.
-Não! Seu desgraçado! – gritei
      Corri até Bianca para tentar ajuda-la. Arranquei as mangas da minha blusa e coloquei em volta do ferimento para estancar o sangue.
-Você vai sair dessa, eu prometo! – falei com Bianca
      Olhei ao redor. Jack já tinha ido embora. E meu celular estava sem sinal. Eu já estava ficando desesperada, quando Pattison apareceu.
-Como...? – eu disse
-Lucas S conseguiu te rastrear – ele respondeu – Mas agora o importante é levar Bianca para o hospital
-Certo – concordei
      Ele pegou Bianca no colo e me deu a mão para nos levar até Hollywood de novo.
      Agora já não dava mais para guardar segredo. Tínhamos que acabar com Jack Williams de qualquer jeito.